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07 janeiro 2012

B - Cronologia Histórica

História da Aviação Militar Portuguesa

Cronologia Histórica:

1909 - Um grupo de oficiais do Exército Português funda o Aero Clube de Portugal, tendo por objectivo promover o desenvolvimento da aeronáutica em Portugal, bem como o seu uso militar.


1911 - É criada a Companhia de Aerosteiros, primeira unidade aeronáutica militar do Exército Português, na sequência da nova Organização Geral do Exército estabelecida pelo Decreto de 25 de Maio de 1911, como parte do Serviço Telegráfico Militar da Arma de Engenharia.
Constituía a única unidade das tropas de Aerosteiros, estando incumbida do serviço de aerostação – utilização de aeróstatos, sobretudo balões de observação – e pombais militares do Exército, ao qual competiam os trabalhos relativos ao estabelecimento de comunicações por meio de aerostação, aviação e de pombos-correios. A unidade foi instalada em Vila Nova da Rainha, no concelho da Azambuja. Mais tarde passou a designar-se por Batalhão de Aerosteiros.


1912 – Em 27 de Setembro no Mouchão da Póvoa de Santa Iria, perto de Lisboa, Alberto Sanches de Castro, num Voisin Antoinette, de 40cv, foi o primeiro português a voar em território nacional.


1912 - Em 28 de Setembro foi desembarcada no porto de Lisboa uma aeronave de fabrico francês, Deperdussin B, oferecida ao Governo Português pelo Tenente-coronel do Exército Brasileiro Albino Costa, português radicado e naturalizado no Brasil. Depois de, por cedência do Ministério da Guerra, ter sido utilizado por um piloto francês no Concurso Internacional de Lisboa, em Junho de 1913, foi entregue, a título experimental, à Companhia de Aerosteiros de Tancos em 16 de Novembro de 1913, nascendo assim a Aviação Militar Portuguesa.


1914 - Em 14 de Maio é criado o Serviço de Aeronáutica Militar (SAM) no Exército Português. Na sequência da criação do SAM, foi também criada a Escola de Aviação Militar (EAM) no campo de aviação de Vila Nova da Rainha, junto à Companhia de Aerosteiros, para onde foi transferido o avião Deperdussin B que se encontrava em Tancos. Foi assim constituída, oficialmente, a aviação militar em Portugal.
Embora fosse inaugurada somente a 17 de Julho de 1916, começou logo a receber aeronaves em 1914, pois os aviões da Companhia de Aerosteiros passaram para a EAM a partir desse ano. A Companhia de Aerosteiros é integrada nos Serviços de Aeronáutica Militar a partir de 1918.
Esta data (14 de Maio de 1914) é considerada como o início da Aviação Militar em Portugal.


1917 - Na Marinha Portuguesa é criado o Serviço de Aviação da Armada, a Escola de Aviação da Armada e a primeira Base Aero-Naval, o Centro de Aviação Marítima do Bom Sucesso, em Lisboa.


1917 – No âmbito da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial é prevista a criação dos Serviços de Aviação do Corpo Expedicionário Português, que não chegam a ser activados. A maioria dos militares enviados para França para formarem o serviço integram-se em unidades de aviação francesas e britânicas, onde se tornam os primeiros aviadores portugueses a entrar em combate.


1917 – É enviada para Moçambique uma Esquadrilha Expedicionária para participar nas operações contra os alemães. A esquadrilha torna-se uma das primeiras unidades de aviação militar de África.


1918 - É executada uma reorganização na aviação do exército, que passa a denominar-se Serviço de Aeronáutica Militar. O Serviço de Aviação da Armada é igualmente reorganizado, passando a designar-se por Serviços da Aeronáutica Naval.


1919 - É criada a primeira unidade operacional de aviação militar em Portugal, designada por Grupo de Esquadrilhas de Aviação “República” (GEAR) na Amadora, que integra esquadrilhas de combate, de bombardeamento e de observação. Funcionou até 1927. Em 1919 é também aberto o Campo de Aviação de Alverca, que recebe a Companhia de Aerosteiros, vinda de Vila Nova da Rainha, que fica instalada junto ao recém-criado Grupo Independente de Aviação de Bombardeamento (GIAB).


1920 - A 18 de Outubro dá-se uma tentativa de ligação aérea entre Lisboa (Amadora) e a Ilha da Madeira, pelos pilotos portugueses Brito Paes e Sarmento de Beires.


1921 – A 22 de Março é feita a primeira ligação aérea Lisboa - Funchal, por Sacadura Cabral, Gago Coutinho, Ortins Bettencourt e Roger Soubiran, utilizando um Felixtowe F-3.


1922 - A 30 de Março é iniciada a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, Lisboa-Brasil, por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, concluída a de 17 de Junho, na enseada de Guanabara, no Rio de Janeiro.


1924 – A 7 de Abril é iniciada a tentativa de ligação aérea Vila Nova de Mil Fontes - Macau, por Sarmento de Beires e Brito Paes (não conseguem aterrar em Macau devido ao mau tempo mas sobrevoam a cidade antes de efectuarem uma aterragem de emergência em território chinês, a alguns quilómetros do objectivo).


1924 - O Serviço de Aeronáutica Militar é reorganizado e passa a arma independente, com a designação de Arma de Aeronáutica Militar, integrando a Companhia de Aerosteiros, que passa a designar-se por Companhia de Aerostação e Observação (CAO).


1927 - A CAO é reorganizada e passa a designar-se por Batalhão de Aerosteiros, que é extinto em 1937.


1927 – Em 16 e 17 de Março é realizada a primeira travessia nocturna do Atlântico Sul, entre Bubaque (Guiné) e a Ilha de Fernando de Noronha (Brasil), numa distância de 2.595 Km, por Sarmento Beires, Jorge Castilho e o mecânico Manuel Gouveia, no Hidroavião bimotor Dornier Do J Wal “Argus”.

Esta travessia era uma etapa da viagem iniciada a 2 de Março em Alverca e terminada em 10 de Abril no Rio de Janeiro com escalas em Casablanca, Vila Cisneros (actual Ad Dakhala, no Sara Ocidental), Bolama, Bubaque, Ilha de Fernando Noronha, Natal, Recife, Baía.


1930 – A 1 de Novembro é iniciada o primeiro voo Lisboa - Índia pelos pilotos, capitão Moreira Cardoso e o tenente Sarmento Pimentel, a bordo de um avião De Havilland D.H. 80 "Puss-Moth", civil, baptizado de “Marão”. No dia 18 de Novembro o “Marão” aterraria no aeródromo de Diu, chegando a Goa no dia seguinte, percorrendo 8.914 Km em 71 horas e 30 minutos e 10 dias de voo.


1931 - Aos Serviços de Aeronáutica Naval são reorganizados e passam a designar-se Forças Aéreas da Armada.


1934 - Em 19 de Fevereiro o piloto Carlos Eduardo Bleck, pilotando um De Havilland D.H. 80, iniciou sozinho a ligação aérea Portugal-Goa, que completou em 5 de Março, percorrendo 11.059 Km em 66 horas e 25 minutos.


1934 – Em 25 de Outubro é realizada a primeira ligação aérea entre Portugal, Timor, Macau, Índia e regresso, pelo piloto Humberto da Cruz e o mecânico Gonçalves Lobato, num avião De Havilland DH-85 Leopard-Moth, baptizado de "Dilly". O regresso à Amadora (Portugal) deu-se em 21 de Dezembro, percorrendo 42.670 Km em 268 horas e 25 minutos.


1937 - A Aeronáutica Militar é reorganizada, passando a dispor de um comando autónomo, designado por Comando Geral da Arma da Aeronáutica, embora dependa administrativamente do Exército. Anexo ao Comando Geral é criado o Comando Terrestre de Defesa Aérea. Os aeródromos militares passam a designar-se Bases Aéreas.


1950 - É criado o Subsecretariado de Estado da Aeronáutica (SEA), que passa a tutelar toda a aviação militar portuguesa.


1952 - Através da Lei nº 2055 de 27 de Junho de 1952 a Aeronáutica Militar é organizada como ramo independente das Forças Armadas, sendo composta por forças aéreas independentes e por forças aéreas de cooperação com o Exército e com a Marinha. A Aeronáutica Militar é administrada, no plano governamental, pelo subsecretário de Estado da Aeronáutica e comandada superiormente pelo chefe do Estado-Maior das Forças Aéreas.
Na nova orgânica da Aeronáutica Militar são integradas as anteriores Aeronáutica do Exército e Aviação Naval, mas esta última mantém-se à disposição da Marinha para efeitos de instrução e de emprego operacional.
A 01 de Julho de 1952 foi criada a Força Aérea Portuguesa como ramo independente, integrando as infra-estruturas e as aeronaves da Aeronáutica Militar e da Aviação Naval.


1955 – No seio das forças aéreas, é activado, oficialmente, o Batalhão de Caçadores Para-quedistas, a primeira unidade de tropas pára-quedistas das Forças Armadas Portuguesas depois de, em Abril, em Alcantarilha, Espanha, ser concluído o primeiro curso de pára-quedismo. Dos 232 alunos iniciais, 192 terminaram com aproveitamento.


1958 - As Forças Aeronavais e Aeroterrestres são completamente integradas na Força Aérea Portuguesa, deixando de ter qualquer ligação administrativa com a Marinha e com o Exército.


1961 - Ataques terroristas em Luanda e no norte de Angola dão início à Guerra do Ultramar. Mais tarde, a Guerra Colonial Portuguesa estende-se também à Guiné-Bissau e Moçambique. Em qualquer uma destas frentes a Força Aérea vai ter um papel muito activo, em operações de combate, reconhecimento, evacuação de feridos e apoio logístico às tropas e população civil.


1961 - O Subsecretariado do Estado da Aeronáutica é substituído pela Secretaria de Estado da Aeronáutica, cujo titular passa a ter assento no Conselho de Ministros.


1968 - O general da Força Aérea Venâncio Deslandes assume o cargo de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, mantendo-se em funções até 1972.


1974 - Dá-se o golpe militar de 25 de Abril que derruba o governo de Marcelo Caetano e coloca um fim à Guerra do Ultramar. Na sequência da revolução são extintos os Ministérios do Exército e da Marinha, bem como a Secretaria de Estado da Aeronáutica. As Forças Armadas deixam de ficar subordinadas ao poder civil, passando à tutela do Conselho da Revolução. Os Chefes de Estado-maior dos três ramos das Forças Armadas passam a exercer o comando do ramo, com o estatuto de ministro. O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas passa a ter o estatuto equivalente ao de Primeiro-Ministro, ficando na dependência directa do Presidente da República.


1977 – A Força Aérea é reorganizada, sendo criado o Instituto de Altos Estudos da Força Aérea.


1978 - Em 1 de Fevereiro entra em funcionamento a Academia da Força Aérea.


1982 – Na sequência da reforma constitucional onde é extinto o Conselho da Revolução, as Forças Armadas voltam a ficar subordinadas ao poder civil. A Força Aérea Portuguesa, tal como os outros ramos, é integrada no Ministério da Defesa Nacional.


1993 - Com a recepção dos helicópteros Westland Mk 95 Super Lynx destinados à Marinha de Guerra Portuguesa, abre-se uma nova era na aviação militar portuguesa, pois que, desde a constituição da Força Aérea Portuguesa em 1952, nenhum dos outros Ramos possuía meios aéreos.

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