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01 abril 2012

SPAD S.VII C1

Imagem 1
SPAD S.VII C1

Quantidade: 22
Utilizador: Aeronáutica Militar
Entrada ao serviço: 1919
Data de abate: 1932

Dados técnicos:
a.      Tipo de Aeronave
     Avião monomotor terrestre com trem de aterragem convencional fixo, com patim de cauda, biplano, revestido a tela, monolugar de cabina descoberta, destinado a missões de caça. Tripulação: 1 (piloto).

b.      Construtor

        Société Anonyme Pour l’Aviation et ses Dérivés (SPAD) / França.
        Sob licença:          L. Bletriot Aeronautics / França;
                                       Air Navigation Company / Grã-Bretanha;
                                       Mann Egerton & Co. Ltd. / Grã-Bretanha;
                                       Aksionyernoye Obshchestovo Duks / Rússia.

c.       Motopropulsor

        Motor: 1 motor Hispano-Suiza 8 Ac, de 8 cilindros em V arrefecidos por líquido, de 175 hp.
        Hélice: de madeira, de duas pás, de passo fixo.

d.      Dimensões

        Envergadura ……………….7,,80 m
        Comprimento ……….……..6,10 m
        Altura …………………...…. 2,20 m
        Área alar …………….……17,85 m²

e.      Pesos

        Peso vazio ………. .…... ..500 kg
        Peso máximo …...…........705 kg

f.        Performances

        Velocidade máxima …………191 km/h
        Velocidade de cruzeiro ......desconhecido
        Tecto de serviço ………...…5.500 m
        Raio de acção………….... …..350 km

g.      Armamento

        Uma metralhadora Vickers de calibre 7,7 mm, montada sobre a cobertura do motor, de disparo sincronizado com o hélice.

h.      Capacidade de transporte

        Nenhuma.

Imagem 2


Resumo histórico:
        No Outono de 1916, quando os caças aliados se debatiam com grandes dificuldades para fazer frente à superioridade dos caças germânicos, apareceu nos céus de França um novo avião de alta performance, no qual se aplicara a mais moderna tecnologia aeronáutica da primeira metade da I Guerra Mundial (1914/1918). Tratava-se do SPAD S.VII C1, desenhado por Louis Bechereu, que já tinha obtido algum sucesso com o avião caça SPAD A.2

        O protótipo do SPAD S. VII C1 voou pela primeira vez em Abril de 1916, deixando logo a certeza das suas excepcionais capacidades. As autoridades francesas encomendaram 260 destes aviões.      Graças a um enorme esforço de produção, as unidades de combate começaram a dispor dos novos caças a partir de 2 de Setembro de 1916. A actuação destes aviões foi um sucesso, sendo então considerado um avião revolucionário.
     Equiparam numerosas esquadrilhas de caça das Forças Aliadas, entre elas a “Escadrille de Chasse SPA 3”, «Les Cigognes», onde voavam os notáveis pilotos Guynemer e Dorme, que registaram muitas vitórias aos comandos dos SPAD S.VII C1

        Foram construídos 5.600 SPAD em França, cerca de 200 na Grã-Bretanha e aproximadamente 100 na Rússia. Durante a I Guerra Mundial foram utilizados pela França, Bélgica, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Itália e Rússia.


Percurso em Portugal:
           Portugal recebeu 22 SPAD S.VII C1 em 1919, como excedentes e compensação da I Guerra Mundial, onde actuaram aviadores portugueses.
     Foi num avião deste tipo, integrado na Esquadrilha SPA-65, que o capitão Óscar Monteiro Torres foi abatido nos céus de França no dia 20 de Novembro de 1917, durante a I Guerra Mundial.

         Dado que na época não existia em Portugal qualquer unidade operacional, foi criado em 5 de Fevereiro de 1919, e instalado na Amadora, o Grupo de Esquadrilhas de Aviação República (GEAR), dependente da Arma de Aeronáutica Militar (AM). Foi nesta unidade que os SPAD formaram a Esquadrilha de Caça, a primeira existente em Portugal, que, a partir de 13 de Dezembro de 1921 tomou a designação de Esquadrilha Capitão Monteiro Torres.

Imagem 3: SPAD S.VII C1 - Emissão especial dos CTT CORREIOS (BPC-216),
comemorativa dos 75 anos da Arma de Aeronáutica, 1 de Julho de 1999.
Desenho de M. Rodrigues Costa.

         Estes aviões estavam totalmente pintados em alumínio, usando a insígnia da Cruz de Cristo sobre círculo branco, nos lados exteriores das asas superiores e inferiores, com a bandeira nacional, com escudo, cobrindo o leme de direcção. Os números de matrícula, de 1 a 22, encontravam-se pintados a preto nos lados da fuselagem.
          É a partir da constituição do GEAR e por acção do seu comandante, o veterano de guerra Capitão Maya, que se adopta a Cruz de Cristo como insígnia da aviação militar (ver imagem), quer na Aeronáutica Militar, quer na Aviação Naval, substituindo o círculo vermelho com centro verde.


Imagem 4: Insígnia da Cruz de Cristo

Em 1925 só existiam 11 destes aviões, que foram abatidos ao efectivo em 1932.


Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Imagens 3 e 4: Colecção Altimagem;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.

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