BREGUET Br-16 Bn2
Quantidade: 1
Utilizador: Aeronáutica Militar
Entrada ao serviço: Junho de 1921
Data de abate: 6 de Maio de 1924
a. Tipo de Aeronave
Avião monomotor terrestre, de trem de aterragem convencional fixo, com patim de cauda, biplano, revestido a tela, com três lugares em tandem descobertos, destinado a missões de bombardeamento. Tripulação: 3 (piloto, observador e outro tripulante).
b. Construtor
S.A. des Ateliers d’Aviation Louis Breguet / França.
c. Motopropulsor
Motor: 1 motor Renault 12-Fcx de 12 cilindros em V arrefecidos por líquido, de 300 hp.
Hélice: em madeira, de duas pás, de passo fixo.
d. Dimensões
Envergadura ……………16,91 m
Comprimento ………….…9,75 m
Altura ………………...……3,50 m
Área alar …………….….72,80 m²
e. Pesos
Peso vazio ….......…desconhecido
Peso máximo …............2.411 kg
f. Performances
Velocidade máxima ………149 km/h
Velocidade de cruzeiro …desconhecido
Tecto de serviço ……...….4.600 m
Raio de acção ……...………600 km
g. Armamento
2 metralhadoras fixas, sincronizadas com o hélice;
550 Kg de bombas.
h. Capacidade de transporte
Nenhuma.
Fontes:
Foto: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Plano: Cortesia de JFS, Blog ex-ogma;
Resumo
histórico:
Pode
considerar-se o Breguet Br-16 Bn2 um Breguet Br-14 B2 de maiores dimensões e
com maior capacidade de carga (mais 800 Kg), o que se reflectia no raio de
acção, 150 Km superior ao dos Br-14. Mantendo o mesmo motor de 300 hp, a
velocidade era, consequentemente, inferior em cerca de 40 Km/h, assim como o
tecto de serviço, inferior cerca de 1.400 metros.
Percurso em
Portugal:
O único Breguet
Br-16 Bn2 português era um velho bombardeiro nocturno sobrevivente da I Guerra
Mundial, com asas de maior envergadura que os similares Breguet Br-14 A2,
adquirido por subscrição pública em Junho de 1921 e que voou pela primeira vez
em Portugal em 22 de Setembro desse ano.
Foi atribuído ao Grupo de Esquadrilhas de Aviação República (GEAR), Amadora. Não lhe foi atribuída qualquer matrícula. Em Novembro de 1921 um violento temporal fez desabar o hangar onde estava recolhido, provocando sérios danos na célula, só reparados a partir de Julho de 1922.
Foi atribuído ao Grupo de Esquadrilhas de Aviação República (GEAR), Amadora. Não lhe foi atribuída qualquer matrícula. Em Novembro de 1921 um violento temporal fez desabar o hangar onde estava recolhido, provocando sérios danos na célula, só reparados a partir de Julho de 1922.
Os aviadores
Sarmento de Beires e Brito Pais (que em Outubro de 1920 tinham tentado voar
entre Lisboa e a Ilha da Madeira num Br-14 A2) e o experiente mecânico Manuel
Gouveia, utilizaram este velho Breguet Br-16 para empreenderem um dos maiores
feitos da Aviação Militar Portuguesa, a ligação por etapas de Lisboa a Macau.
O avião foi baptizado de «Pátria», nome que ostentava num
dos lados da fuselagem, intercalado na legenda «Esta é a ditosa Pátria minha
amada».
Encontrava-se inteiramente pintado a alumínio, com a secção
superior da fuselagem em frente da cabina em preto anti-reflexo. As faces
exteriores das asas ostentavam a Cruz de Cristo sobre círculo branco. As cores
nacionais, com escudo, ocupavam totalmente o leme de direcção.
Saíram da Amadora no dia 7 de Abril de 1924, para Vila Nova
de Milfontes, terra natal de Brito Pais, onde o avião foi solenemente
baptizado. Nesse mesmo dia iniciaram a viagem para Macau.
A 7 de Maio estavam
na Índia, onde tiveram de fazer uma aterragem forçada em Jodhpur, que causou
danos irreparáveis no avião.
Assim terminou a vida do Breguet Br-16 Bn2. Os destroços do
avião foram transportados para Portugal, mas nunca foi recuperado. O motor
encontra-se em exposição no Museu do Ar.
A título de curiosidade, acrescenta-se que a viagem foi
retomada com êxito a 30 de Maio de 1924 com um De Havilland DH 9A.
Foto: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Plano: Cortesia de JFS, Blog ex-ogma;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino
Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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