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25 maio 2012

Avro 504 K

Imagem 1
AVRO 504 K

Quantidade: 30 (27 A.M. e 3 A.N.)
Utilizadores: Aeronáutica Militar (A.M.) e Aviação Naval (A.N.)
Entrada ao serviço: 20 de Maio de 1924
Data de abate: A.N.: 1933; A.M.: 1937


Dados Técnicos: (versão 504 K - instrução)

a.      Tipo de Aeronave

         Avião mono-motor terrestre, de trem de aterragem convencional fixo, com patim de cauda, biplano revestido a tela, dois postos de pilotagem em tandem sem cobertura, destinado à instrução de pilotos. Tripulação: 2 (piloto-instrutor e aluno).

b.      Construtor

A.V. Roe & Co. Ltd. / Grã-Bretanha.
Sob licença: Desconhecidos / Austrália, Bélgica, Canadá, Japão, Holanda, Índia e Rússia.

c.       Motopropulsor

Motor: 1 motor Le Rhône R-9-J, de 9 cilindros radiais rotativos arrefecidos por ar, de 110hp.                       
Hélice: de madeira, de duas pás, de passo fixo.

d.      Dimensões

Envergadura ……………10,97 m
Comprimento ……….……8,91 m
Altura ……………….…..…3,15 m
Área alar ………………..31,77 m²

e.      Pesos

Peso vazio ………. ………498 kg
Peso máximo…………......880 kg

f.        Performances

Velocidade máxima…….145 km/h
Velocidade de cruzeiro…desconhecido
Tecto de serviço………..4.800 m
Autonomia……………....3h 00
Raio de acção ………...….402 Km

g.      Armamento

Sem armamento.

h.      Capacidade de transporte

       Nenhuma.


Imagem 2

Resumo histórico:
     O Avro 504 foi um dos melhores aviões de combate que os britânicos construíram durante a I Guerra Mundial (1914-1918). Desenhado em 1912, realizou o primeiro voo em 17 de Setembro de 1913. Foram construídos mais de 10.000 Avro 504 em diversas versões e foi usado em múltiplas funções: instrução, treino, reconhecimento, bombardeamento, caça diurno e nocturno - distinguindo-se em todas elas.
     Muitos continuaram ao serviço mesmo depois de terminar a guerra, principalmente como avião de instrução, prolongando a sua vida operacional até 1939, altura em que rebentou a II Guerra Mundial.

     A primeira versão do Avro 504 voava a 130 Km/h e estabeleceu o recorde de altitude da época, subindo a 4.395 metros, utilizando um motor Gnôme de 80 hp.
     No início da I Guerra Mundial foram utilizados em missões de reconhecimento e bombardeamento ligeiro, sendo a sua façanha mais conhecida a destruição dos hangares dos dirigíveis Zeppelin em Friedrichshafen, em 21 de Novembro de 1914.
     O primeiro a vião a ser abatido em combate foi um Avro 504, em 22 de Agosto de 1914.

     Entre 1913 e 1917 foram construídos nas versões 504, 504 A, B, C, D, E, J e K.
Em 1918, eram os Avro 504 K que equipavam as seis esquadras de defesa aérea da zona Norte de Londres. Terminada a guerra, 226 Avro 504 K mantiveram-se ao serviço como caças, aos quais se juntavam 2.267 aviões das diferentes versões, empenhados em diversos serviços, especialmente nas escolas de voo. 
     Em 31 de Outubro de 1918, a recém-nascida Royal Air Force (RAF) dispunha de cerca de 2.500 Avro 504, muitos deles na versão 504 K, convertidos em bi-lugares de instrução.
     Nos anos vinte alguns dos Avro 504 foram equipados com motores Renault de 8 cilindros em V, de 120 hp, recebendo a designação de Avro 548 A.

     Setenta e cinco anos depois do primeiro voo, um dos Avro 504 da I Guerra Mundial, pertencente à Colecção Shuttleworth, ainda se apresentava a voar, em 1990, participando em festivais aéreos.


Percurso em Portugal:

  1. Aeronáutica Militar
     Decorria o ano de 1923 quando a Aeronáutica Militar (A.M.) decidiu remodelar a frota de instrução de pilotagem. Depois de efectuarem a comparação entre o avião Caudron C-59 - do qual se adquiriu um exemplar -  e o Avro 504, foi dada preferência a este último. Foram encomendados em 10 de Novembro de 1923 e recebidos em 20 de Maio de 1924, 30 aviões Avro 504 K usados, revistos pela Aircraft Disposal Company, também conhecida pela sigla Airdisco.

     A maior parte dos Avro 504 K foram utilizados na instrução de pilotos, colocados na Escola Militar de Aviação (EMA), em Sintra, e que a partir de 1928 tomou a designação de Escola Militar de Aeronáutica (EMA), onde se mantiveram até 1937. Três destes aviões foram concedidos, em 1925, à Aviação Naval.
     Em 1930, o Inspector da Arma de Aeronáutica, Tenente-Coronel Cyfka Duarte, reconhecendo a falta de um campo de aviação no Arquipélago dos Açores, fez-se transportar de navio até à Ilha Terceira, levando um Avro 504 K.
     Improvisaram um campo de aterragem na Achada, que foi solenemente inaugurado como Campo de Aviação da Achada no dia 4 de Outubro de 1930, sendo na mesma altura o avião baptizado de «Açor». Foi-lhe pintado nos lados da fuselagem, o nome e um açor estilizado, a preto.      O frágil Avro 504 K «Açor», foi assim o precursor da Aviação Militar na Ilha Terceira.

   Com a fuselagem e as asas pintadas de alumínio e toda a secção do motor a preto, os Avro 504 K apresentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, nos extremos exteriores das asas superiores e inferiores e a bandeira nacional, com escudo, cobrindo todo o leme de direcção. Lateralmente, na fuselagem, uma faixa em diagonal reflectindo a cor da esquadrilha, com o número de matrícula sobreposto. A Escola Militar de Aeronáutica de Sintra adoptou a cor azul.

  1. Aviação Naval
     Os três Avro 504 K cedidos pela A.M. à Marinha de Guerra em 1925, foram os primeiros aviões terrestres da Aviação Naval.
     Operando a partir do Aeródromo de Alverca, foram utilizados para treino de acrobacia dos pilotos do Centro de Aviação Naval de Lisboa. Receberam os números 29 a 31 da A.N.
     Pintados e ostentando as insígnias nacionais como os seus pares da A.M., apresentavam os números de matrícula a preto em ambos os lados da fuselagem. Foram retirados do serviço em 1933.


Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.

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