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HAWKER OSPREY Mk III
Quantidade:
8
Utilizador:
Aviação Naval
Entrada
ao serviço: Maio de 1935
Data
de abate: 1941
Dados técnicos:
a.
Tipo de Aeronave
Hidroavião monomotor, de
flutuadores, ou avião terrestre de trem de aterragem convencional fixo, com
patim de cauda, biplano, revestido a tela, com a
parte anterior da fuselagem revestida a metal, bilugar de cabina descoberta, destinado a missões de caça e
reconhecimento. Tripulação: 2 (piloto e observador).
b.
Construtor
Hawker Aircraft Ltd. / Grã-Bretanha.
c.
Motopropulsor
Motor: 1 motor Rolls-Royce Kestrell II MS, de 12 cilindros em V, arrefecido por líquido, de 630 hp.
Hélice: Metálico (versões Mk III e IV)
de duas pás, de passo fixo.
d.
Dimensões
Envergadura …………. ..11,27 m
Comprimento …..….……..8,94 m
Altura………….…...….……4,06 m
Área alar ……….……..….32,02 m²
e.
Pesos
Peso vazio……………..…….. ..1.703 kg
Peso máximo……………...……2.412 kg
f.
Performances
Velocidade máxima …………..280 Km/h
Velocidade de cruzeiro …….…255 Km/h
Tecto de serviço ……….….…7.160 m
Raio de acção …………….….1.930 Km
g.
Armamento
Defensivo: Uma metralhadora Lewis de 7,7
mm, móvel, accionada pelo observador.
Ofensivo: Duas metralhadoras Vickers de
7,7 mm, fixas, colocadas lateralmente na parte
posterior da fuselagem sincronizadas com o hélice e accionadas
pelo piloto.
h.
Capacidade de
transporte
Nenhuma.
Resumo
histórico:
O Hawker Osprey
era, tal como o Hawker Fury e o Hawker Hind, um derivado do bombardeiro Hawker
Hart, da Royal Air Force (RAF), adaptado para as necessidades da Fleet Air Arm,
antecessora da componente aérea da Royal Navy, para operar embarcado em navios
de guerra. Para isso, foram-lhe instalados flutuadores, ainda que alguns destes
aviões servissem como aviões terrestres, com trem de aterragem convencional.
O primeiro protótipo
voou em 1930, seguindo-se a produção de 37 Osprey Mk I, 14 Mk II, 52 Mk III e
26 Mk IV. A maior parte dos Hawker Osprey Mk II foram transformados em Osprey
Mk III, com hélices metálicos e outros aperfeiçoamentos. Um pequeno número de
Osprey Mk III genuínos (não transformados), foram construídos em aço inoxidável,
dos quais um esteve presente no Salão de Paris de 1932.
Os Hawker Osprey
entraram ao serviço da Marinha Britânica em 1932, que assim passou a dispor de
uma nova categoria de aviões: os caças de reconhecimento.
A experiência da
utilização de um único flutuador, sob a fuselagem, não alcançou os efeitos
desejados, sendo o projecto abandonado e mantendo-se a utilização de dois
flutuadores. Grande parte dos Hawker Osprey correram mundo, transportados em
navios de guerra, dos quais eram catapultados ou colocados no mar e, depois dos
voos, recolhidos para bordo por gruas.
A Marinha Britânica manteve os Osprey ao serviço até 1939. Cerca de 60 Hawker Osprey combateram na Guerra Civil de Espanha, entre 1936 e 1939.
A Marinha Britânica manteve os Osprey ao serviço até 1939. Cerca de 60 Hawker Osprey combateram na Guerra Civil de Espanha, entre 1936 e 1939.
Percurso em
Portugal:
Quando, nos
primeiros anos da década de trinta, a Marinha de Guerra Portuguesa renovou a
frota, adquiriu vários navios de guerra construídos em estaleiros britânicos,
entre os quais os avisos de 1ª classe «Afonso de Albuquerque» e «Bartolomeu
Dias», equipados com hidroaviões de combate e reconhecimento Hawker Osprey, que
eram arriados e içados dos navios através de gruas.
Assim, foram
encomendados dois Hawker Osprey Mk III em 1934. O primeiro foi recebido em Maio
de 1935, fazendo parte do equipamento do navio «Afonso de Albuquerque» e o
segundo em 1936, juntamente com o navio «Bartolomeu Dias». Receberam,
respectivamente, os números 71 e 72.
A guerra
sino-japonesa levantou a necessidade da reactivação do Centro de Aviação Naval
(CAN) de Macau que, em Maio de 1938, foi equipado com os dois Hawker Osprey
mencionados acima e mais quatro adquiridos pelo Ministério das Colónias. Todos
estes aviões - incluindo os ex-embarcados - receberam numeração própria do CAN
de Macau, de 1 a 6.
No início de
1940, por acção directa do Comandante do CAN de Macau, foram adquiridos à Fleet
Air Arm dois hidroaviões iguais, aumentando o efectivo para oito unidades. Tudo
leva a crer que receberam os números 7 e 8 daquele CAN.
Os Hawker Osprey
da Aviação Naval (A.N.) estavam inteiramente pintados em alumínio, com base dos
flutuadores a preto. A insígnia da Cruz de Cristo, sobre círculo branco, estava
colocada no extra-dorso das asas superiores e no intradorso das asas inferiores.
As cores nacionais, com o escudo, cobriam todo o leme de direcção. Os números
de matrícula estavam pintados em grandes algarismos pretos nos painéis laterais
dos motores e ainda na cauda, sob os estabilizadores horizontais, embora em
algarismos de pequenas dimensões.
Quando ao serviço
do CAN de Macau, apresentavam nos lados da fuselagem, imediatamente atrás do
bordo de fuga das asas, a Cruz de Cristo sobre um quadrado branco. No leme de
direcção, as cores nacionais não tinham o escudo sobreposto. Estas
singularidades fugiam às normas adoptadas na época pela A.N.
Os Hawker Osprey
foram retirados de serviço em 1941, provavelmente sem terem regressado à metrópole.
Há quem refira que esses aviões foram destruídos pela aviação americana em
1941, num ataque que fizeram a Macau, julgando que o território estivesse
ocupado pelos japoneses.
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico
da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de rcgroups.com - davidterrell80;
Imagem 2: Cortesia de rcgroups.com - davidterrell80;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino
Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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