Imagem 1 |
BREDA Ba 65 bis
Quantidade: 10
Utilizador: Aeronáutica Militar
Entrada ao serviço: Janeiro de 1939
Data de abate: Fevereiro de 1941
Dados técnicos: (versão Ba 65 bis)
a. Tipo de aeronave
Avião mono-motor terrestre, de trem de aterragem convencional retráctil, monoplano de asa baixa, revestimento metálico, cabina coberta, torre dorsal de tiro, concebido para missões de caça e bombardeamento táctico. Tripulação: 2 (piloto e metralhador).
b. Construtor
Societá Italiana Ernesto Breda / Itália.
c. Motopropulsor
Motor: 1 motor FIAT A-80-RC-41 de 18 cilindros em dupla estrela arrefecidos por ar, de 1.000 hp.
Hélice: Metálico, de três pás, de passo variável.
d. Dimensões
Envergadura.......11,90 m
Comprimento........9,60 m
Altura.....................3,30 m
Área alar..............23,50 m2
e. Pesos
Peso vazio..............1.950 Kg
Peso máximo...........3.635 Kg
f. Performances
Velocidade máxima...............411 Km/h
Velocidade de cruzeiro........360 km/h
Tecto de serviço.................8.000 m
Raio de acção....................1.100 Km
g. Armamento
4 (2+2) metralhadoras instaladas nas asas (2 calibre 12,7 mm e 2 de 7,7 mm);
1 metralhadora Breda-Safat de 12,7 mm na torre dorsal;
300 Kg de bombas no compartimento interno das bombas;
200 Kg de bombas suspensas nas asas.
h. Capacidade de transporte
Nenhuma.
Imagem 2 |
O avião
caça-bombardeiro mono-lugar Breda Ba 65 era o desenvolvimento do
modelo anterior, o Breda Ba 64. O protótipo realizou o primeiro voo em
Setembro de 1935.
Entrou ao
serviço da Regia Aeronautica ainda nesse ano, sendo considerado pelos
pilotos italianos como o melhor avião caça-bombardeiro da época.
A sua intervenção na Guerra Civil de Espanha não
correspondeu ao que dele se esperava, face à propaganda feita pelo construtor,
que justificava o elevado preço com a excelência da máquina. O motor de 1.000
hp era insuficiente em relação ao armamento que transportava, tornando-o lento
e pouco manobrável.
Dos onze Breda Ba 65 que a Itália enviou para o
conflito, pilotados por italianos, em breve estavam perdidos dez: três abatidos
pelo fogo inimigo e outros por avarias. Demonstrada a sua incapacidade para
missões de caça, foi desviado para acções de avião de assalto, termo então
utilizado, que depois foi alterado para avião de ataque ao solo.
A II Guerra Mundial veio confirmar as suas insuficiências.
Em 1940 operavam 154 Breda Ba 65 na primeira linha de combate,
principalmente no Norte de África, onde rapidamente foram aniquilados
pelos caças britânicos.
Foram construídos em duas versões: Breda Ba 65 mono-lugar,
e Breda Ba 65 bis, bilugar com uma torre dorsal atrás do posto de
pilotagem, onde estava instalada uma metralhadora de calibre 12,7 mm, accionada
manualmente pelo segundo tripulante.
Em 1944, numa tentativa de remediar tamanho insucesso, foi
construída uma versão de dimensões ligeiramente maiores e com motor mais
potente, destinada a ataque a blindados, que resultou noutro completo fracasso.
Foi um avião que, apesar do seu aspecto moderno, não tinha condições para
sobreviver em combate.
Percurso em
Portugal:
Chegaram a Portugal, encaixotados, 10 Breda Ba 65 bis,
em Novembro de 1938. Foram montados na Base Aérea de Sintra e entraram ao
serviço em Janeiro de 1939.
A reestruturação da Arma de Aeronáutica Militar (A.M.),
decretada em 31 de Dezembro de 1938, previa que estes aviões iriam formar a Esquadrilha
de Reconhecimento da Base Aérea de Tancos. Acabaram por constituir a Esquadrilha
Independente de Aviação de Assalto (EIAA), sediada na Base Aérea de
Sintra, dependendo directamente do Comando Geral da Aeronáutica Militar,
também instalado nesta Base. Receberam os números de matrícula de 551 a 560. O
primeiro voo em Portugal ocorreu em 23 de Março de 1939.
Imagem 3: Cortesia de http://digitalhangar.blogspot.pt |
Ainda que a EIAA contasse com alguns pilotos com bastante
experiência no Ba 65 bis, adquirida em sete meses de treino, seguidos de
estágio, no 5º Stormo da Regia Aeronautica, nunca foi estimado pelos
pilotos devido às suas más qualidades de voo e pouca fiabilidade do motor.
Desta forma, foi com grande alívio que, quando um violento
ciclone assolou a região de Lisboa em Fevereiro de 1941, as tripulações tomaram
conhecimento que o telhado do hangar tinha desabado, destruindo os Breda
Ba 65 bis. Na curta vida de dois anos em Portugal, este aviões voaram poucas
horas, de forma irregular.
Estavam pintados em verde-azeitona nas superfícies
superiores e cinzento-claro nas inferiores. A Cruz de Cristo, sobre círculo
branco, encontrava-se pintada em ambos os lados das asas. O rectângulo da
bandeira nacional, com escudo, pintado no leme de direcção. A matrícula foi
aplicada nos lados da fuselagem, em algarismos brancos e na parte inferior das
asas, em algarismos pretos, entre a insígnia e o trem de aterragem.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Imagem 3: Cortesia de Paulo Alegria - Blog Digital Hangar;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino
Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
Sem comentários:
Enviar um comentário