Imagem 1 |
PIPER PA-18 / L-21B SUPER CUB
PIPER PA-18-125 SUPER CUB
PIPER PA-18-125 SUPER CUB
Quantidade:
27
Utilizador:
Exército e Força Aérea
Entrada
ao serviço: 1952
Data
de abate: 1976
Dados técnicos:
a. Tipo de Aeronave
Avião mono-motor terrestre, de trem de
aterragem convencional fixo, com roda de cauda,
mono-plano de asa alta, revestido
a tela com excepção das coberturas metálicas do motor, bilugar
em tandem com cabina integrada na fuselagem, destinado a observação aérea e
instrução.. Tripulação: 2 (piloto e observador).
b. Construtor
Piper
Aircraft Corp. / USA.
c. Motopropulsor
Motor:
1 motor Lycoming 0-290-D2, de 4 cilindros horizontais arrefecidos por ar, de
135 hp.
d. Dimensões
Envergadura
…………...........10,72 m
Comprimento…..………..…......6,86
m
Altura………….………......….....2,79
m
Área
alar ……….……............16,42 m²
e. Pesos
Peso
vazio……………..….…422 Kg
Peso
máximo………………. 790 Kg
f. Performances
Velocidade
máxima ……...…..215 Km/h
Velocidade
de cruzeiro ….…..170 Km/h
Tecto
de serviço ………… 5.750 m
Raio
de acção………………. 735 Km
g. Armamento
Sem
armamento.
h. Capacidade de transporte
1
passageiro.
Resumo histórico:
A Piper é uma das marcas de aviões ligeiros mais
conhecida e conceituada do mundo. Um dos seus modelos mais divulgados foi o
Piper PA-18 Cub, pequeno mas robusto mono-motor de asa alta, bilugar e
totalmente revestido a tela. À grande docilidade em voo e utilização de pistas
muito curtas e sem preparação especial, aliava uma mecânica extremamente fácil
e económica. Estas as razões porque, desde longa data, e ainda hoje, é um dos
preferidos dos aero-clubes e de muitos pilotos amadores.
O primeiro modelo do Super Cub, designado Piper
PA-18-90 Super Cub, utilizando um motor Continental C90-12F, de 90 hp, voou
pela primeira vez em 1948. Começou a ser entregue em 1949 e recebeu a aprovação
oficial de voo do Governo dos Estados Unidos em 18 de Novembro de 1949.
Em 1949 começou a voar a versão PA-18-105 Super
Cub, com motor Lycoming O-320, de 150 hp.
O PA-18S, o primeiro Cub hidroavião de
flutuadores, recebeu a aprovação oficial de voo em 11 de Outubro de 1954.
O Exército dos Estados Unidos (US Army) utilizou
os PA-18 Cub a partir de 1943 com a designação de Piper L-18 Cub, como aviões
de ligação e, principalmente, na correcção de tiro de artilharia.
Estiveram presentes nas frentes de batalha do
Norte de África e da Europa, acompanhando as forças terrestres. Utilizando como
pistas quaisquer terrenos mais ou menos planos, executavam essencialmente
missões de ligação.
Em 1952 o US Army passou a utilizar os
Piper-PA-18-135 Super Cub, com a designação de Piper L-21 Super Cub, nas mesmas
tarefas.
Foram construídos mais de 10.000 PA-18 Cub e
Super Cub, não só nos Estados Unidos como também em muitos outros países,
utilizando uma imensa variedade de motores, alguns de muito fraca potência.
Com o encerramento das linhas de montagem, ao
longo do tempo os Cub transformaram-se em “relíquias”, muito apreciadas por
particulares e aero-clubes de todo o mundo, o que contribuiu para a sua
extraordinária valorização. Na década de oitenta encontravam-se Cub e Super Cub
à venda, com muitos anos de uso, a preços de verdadeiras antiguidades. Este
interesse levou a Piper Aircraft, por volta de 1990, a aceitar encomendas de
pequenas quantidades de Cub e Super Cub, evidentemente que a preços muito
elevados, condizentes com a condição de excepção.
Percurso em Portugal:
a. Exército
Em 1952, ao abrigo do Plano de
Auxílio e Defesa Mútua (MDAP), Portugal recebeu dos Estados Unidos 22 aviões
Piper Super Cub, originariamente nas versões L-21 A e L-21 B, uniformizados na
versão Piper L-21 B Super Cub. A Aeronáutica Militar (AM) foi extinta nesse
ano, dando lugar à Força Aérea Portuguesa (FAP).
Os Piper foram recebidos pelo
Exército Português (EP), que os entregou à Arma de Artilharia, uma vez que se
destinavam à correcção de tiro de artilharia. Ficaram guardados num pequeno
hangar do rudimentar aeródromo pertencente à Escola Prática de Artilharia, em
Vendas Novas. Uma vez que o exército não possuía pessoal especializado, toda a
assistência técnica era prestada pela FAP.
Quanto aos pilotos, o Exército
dispunha de dois oficiais de artilharia brevetados nos Estados Unidos pelo
Exército Americano. Assim, sempre que havia necessidade de utilizar mais de
dois aviões, os pilotos eram requisitados à FAP. Nestas condições, os 22 aviões
encontravam-se praticamente parados durante quase todo o ano, sem que deles se
tirasse algum proveito. Para solucionar a situação, em 1955 os aviões foram transferidos
para a FAP, estabelecendo-se uma efectiva cooperação com o Exército.
Os Piper Super Cub estavam
totalmente pintados em verde-azeitona. Desconhece-se se usavam a insígnia da
Cruz de Cristo – por certo que sim - bem
como quais as matrículas atribuídas pelo Exército.
b. Força
Aérea
A Força Aérea Portuguesa (FAP)
recebeu cinco Piper PA-18-125 Super Cub em 1954, que foram colocados na Base
Aérea N° 3 (BA3), Tancos, para substituição dos já abatidos Westland Lysander.
Eram da versão civil, com motor
Lycoming de 125 hp e hélice de madeira, diferentes dos L-21 B do Exército, que
dispunham de motores de 135 hp e hélices metálicos, de que resultavam melhores
performances.
A correspondência entre as
matrículas da FAP e os números de construção, que se indicam entre parêntesis,
era a seguinte: 3201 (18-290), 3202 (18-291), 3203 (18-1292), 3204 (18-1293) e
3205 (18-1294).
Imagem 3 |
Estavam pintados em
cinzento-claro brilhante com uma estreita faixa a encarnado ao longo da
fuselagem. Apresentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, no extra-dorso
da asa direita, no intradorso da asa esquerda e em ambos os lados da fuselagem.
A bandeira nacional, sem escudo, estava colocada nos lados do estabilizador
vertical, num pequeno rectângulo. A matrícula era visível nas asas, alternando com
a insígnia, e ainda sobre a bandeira do estabilizador vertical, em algarismos
pretos.
Em 1955 são transferidos para
a FAP os 22 Piper L-21B Super Cub do Exército Português. Tinham a seguinte
relação entre os números da FAP e os números de construção: 3206 (18-1295),
3207 (18-1296), 3208 (18-1297), 3209 (18-2563), 3210 (18-135), 3211 (18-2562),
3212 (18-2552), 3213 (18-2560), 3214 (18-2561), 3215 (18-2554), 3216 (18-2564),
3217 (18-2550), 3218 (18-2555), 3219 (18-2556), 3220 (18-2557), 3221 (18-2553),
3222 (18-2565), 3223 (18-2551), 3224 (18-2558), 3225 (18-2559), 3226 (18-2567)
e 3227 (18-2566).
O 3226 foi colocado nas
Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), Alverca. Outro, cuja matrícula
se desconhece, foi colocado na Base Aérea n° 6, (BA6) Montijo. Os restantes foram
colocados na Base Aérea nº 3, (BA3), Tancos, onde constituíram a Esquadrilha de Ligação e Observação.
Mantiveram a pintura original,
inteiramente em verde-azeitona. Os cinco PA-18, originalmente pintados em cinzento
brilhante, passaram também a verde-azeitona, conforme foram sendo submetidos às
grandes inspecções de manutenção.
Todos usaram a insígnia, a
bandeira nacional e a numeração, em algarismos brancos, segundo o esquema acima
descrito.
Foram largamente utilizados no
treino de pilotos e em missões de ligação, sendo alguns distribuídos por
diversas Bases.
Imagem 4 |
Com o aparecimento dos
helicópteros, as missões de cooperação foram praticamente desactivadas,
acabando os Piper L-21 Super Cub a sua actividade como aviões de ligação. Os
Super Cub foram muito utilizados na instrução e treino dos Oficiais
Observadores Aéreos, pertencentes ao Exército Português. Foram retirados de
serviço em 1976. Alguns foram cedidos a aeroclubes e outros mantiveram-se mais
alguns anos activos ao serviço de utilizadores civis.
O Museu do Ar conta no seu
inventário com os Piper L-21B Super Cub números 3201, 3212 e 3218.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo
Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Imagem 3: FAP / CAVFA - Força Aérea Portuguesa / Centro de Audio-Visuais da Força Aérea;
Imagem 4: Cortesia de Paulo Alegria - DIGITAL HANGAR.
Imagem 3: FAP / CAVFA - Força Aérea Portuguesa / Centro de Audio-Visuais da Força Aérea;
Imagem 4: Cortesia de Paulo Alegria - DIGITAL HANGAR.
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século
XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
Sem comentários:
Enviar um comentário