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NORD AVIATION 2501 NORATLAS
NORD AVIATION 2502 NORATLAS
NORD AVIATION 2502 NORATLAS
Quantidade:
28
Utilizador:
Força Aérea
Entrada
ao serviço: N-2502: 1960
N-2501: 1965
Data
de abate: 1976
Dados técnicos:
a.
Tipo de Aeronave
Avião
bimotor terrestre, de trem de aterragem triciclo retráctil, monoplano de asa
alta, bifuselado, revestimento metálico, cabina integrada na fuselagem,
destinado a transporte militar a média distância.
Tripulação:
5 (2 pilotos, mecânico, navegador e operador de rádio).
b.
Construtor
Nord
Aviation / França.
c.
Motopropulsor
Motores:
N-2501: 2 motores Bristol Hércules 758 ou 759, de 14 cilindros radiais em dupla
estrela, arrefecidos por ar, de 2.040 hp. Hélices: metálicos, de quatro pás, de passo variável,
posição de bandeira e reversível.
N-2502:
2 motores Bristol Hércules 758 ou 759, de 14 cilindros radiais em dupla
estrela, arrefecidos por ar, de 2.040 hp; 2 Turborreactores auxiliares
Turbomeca Marboré, de 400 Kgf de impulsão.
Hélices:
metálicos, de quatro pás, de passo variável e posição de bandeira.
d.
Dimensões
Envergadura..........................33,60
m
Comprimento…......................21,96
m
Altura………….….....................6,00
m
Área
alar.........................….101,20 m²
e.
Pesos
Peso
vazio……………......…13.645 Kg
Peso
máximo (N-2501).......22.000 Kg
(N-2502)......23.000 Kg
f.
Performances
Velocidade
máxima …….....….431 Km/h
Velocidade
de cruzeiro...........314 Km/h
Tecto
de serviço ………..….6.300 m
Raio
de acção…………..…..2.500 Km
g.
Armamento
Sem
armamento.
h.
Capacidade de transporte
32
passageiros; ou
Carga
até 3.800 Kg (N-2501);
Carga
até 5.800 Kg (N-2502).
Resumo histórico:
O Nord 2501 Noratlas, concebido pela Nord
Aviation (mais tarde absorvida pela Aerospatiale), foi o avião de transporte
militar para médias distâncias mais utilizado nos anos cinquenta a setenta pela
Força Aérea Francesa, Aviação Naval Francesa e Força Aérea Alemã.
O primeiro protótipo, designado N-2500, realizou
o primeiro voo em 10 de Setembro de 1949. O protótipo do modelo N-2501 realizou o primeiro
voo em 27 de Novembro de 1950. Foram produzidos 211 exemplares em França e
perto de 200 exemplares na República Federal Alemã.
O seu bom desempenho despertou o interesse de
algumas companhias de aviação comercial, necessitadas de um avião cargueiro
capaz de transportar cargas volumosas e, ao mesmo tempo, convertível em
transporte de passageiros ou misto. Contudo, para poder ser explorado
comercialmente, necessitava transportar cerca de mais 2.000 kg de carga.
Tratava-se essencialmente de um problema técnico, mais concretamente de
potência, dado que o avião podia operar com o peso que as companhias
consideravam rentável mas, no caso de um motor falhar à descolagem, não
conseguiria manter o voo.
O modelo seguinte, designado N-2502, é a solução
do problema. Dois pequenos reactores auxiliares, colocados nos extremos das
asas, permitiam o transporte da carga desejada, cumprindo as normas de
segurança. Em contrapartida, foi retirado o sistema de reverso dos hélices.
Cabe referir que os reactores auxiliares só eram utilizados nas descolagens,
prevenindo a possibilidade da paragem de um dos motores principais, sendo
desligados quando era alcançada uma altitude considerada segura.
O protótipo do N-2502 voou pela primeira vez em 1
de Junho de 1955.
As companhias de transporte aéreo comercial UAT –
Union Euromaritime des Transports, e a Air Algérie utilizaram aviões N-2502
Noratlas.
Os Noratlas de ambos os modelos mantiveram-se em
serviço por mais de 25 anos. Os principais utilizadores foram a Alemanha,
França, Israel, Grécia e Portugal. O Chad e a Nigéria também operaram os Noratlas em
quantidades não determinadas.
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Percurso em Portugal:
Em 1960, a companhia civil de transporte aéreo
comercial francesa Union Euromaritime des Transports (UAT), colocou à venda
seis aviões Nord Aviation N-2502A Noratlas (a versão civil que dispunha de dois
reactores auxiliares), que se encontravam destacados na República dos Camarões.
Foram adquiridos pelo Governo Português nesse mesmo ano.
No dia 8 de Agosto de 1960 aterraram na Base
Aérea N° 2 (BA2), Ota, os primeiros dois aviões desta aquisição. Ainda nesse
mês chegaram mais dois e em Novembro e Dezembro os restantes.
A Força Aérea Portuguesa (FAP) atribuiu-lhes as
matrículas de 6401 a 6406, cuja correspondência com os números de construção,
entre parêntesis, era a seguinte: 6401 (003-113), 6402 (004-108), 6403
(007-197), 6404 (005-180), 6405 (006-186) e 6406 (001-038).
Com estas unidades foi constituída na BA2 a
Esquadra de Transporte Médio, destinada ao Ultramar. A Base Aérea N° 9 (BA9),
Luanda, Angola, recebeu o primeiro Noratlas (6403) no dia 8 de Setembro de
1960. Em Março de 1961 já dispunha dos seis aviões, agrupados na Esquadra 92.
Imagem 4: Emblema da Esquadra 92, original. |
Imagem 5: Emblema da Esquadra 92, definitivo. |
A FAP numerou-os de 6407 a 6412, correspondendo
aos números de construtor de 001F a 006F, respectivamente. Destinaram-se à Base
Aérea N° 10 (BA10), Beira, Moçambique, onde começaram a chegar no final de
1962. Equiparam a Esquadra 102, integrada no Grupo Operacional 1001.
Ainda em 1962 a Air Algérie vendeu a Portugal os seus únicos três N-2502B Noratlas, que receberam as matrículas da FAP 6413 (número de construtor 001-148B), 6414 (002-149B) e 6415 (003-206). Foram colocados na Esquadra 102 da BA10, que assim passou a dispor de nove unidades.
Imagem 6: Emblema da Esquadra 102, BA10. |
O troço entre S. Tomé e o Sal ou da Guiné para S.
Tomé era o de maior risco. Contornava-se a costa de África, transportando no
interior do avião cinco depósitos suplementares de combustível, a partir dos
quais se reabasteciam os depósitos normais, para ser possível cobrir as onze
horas de voo necessárias para chegar ao destino.
A escassez de ajudas-rádio na região obrigava a
uma navegação um pouco “à Vasco da Gama”, ainda que os navegadores aplicassem a
fundo os seus conhecimentos de navegação astronómica, pouco eficiente durante o
dia. Eram viagens de alto risco, tendo em conta que se tratava de um bimotor de
transporte médio. A rota era toda sobre o mar, sem quaisquer hipóteses de
apoio. No caso de acontecer alguma avaria grave, só havia duas hipóteses:
amarar, com consequências imprevisíveis ou aterrar num país hostil, onde os
tripulantes seriam presos e, a partir daqui, tudo poderia acontecer.
Como se isto não fornecesse emoção suficiente,
havia que conjugar o horário com a actividade da Frente Inter-Tropical (FIT),
para a atravessar nas horas de menor actividade. Mesmo assim, encontrava-se
sempre nuvens e turbulência severa, situação incontornável para um avião
limitado a voar altitudes que não ultrapassavam os 3.500 metros, essencialmente
devido à falta de oxigénio.
Apesar de tudo isto, nas muitas viagens que
fizeram durante uma dúzia de anos, os Noratlas sempre chegaram ao destino, algumas
vezes em situações bastante difíceis, que mereciam melhor divulgação e que
enriqueceriam a História da FAP.
Entre 1965 e 1970 a FAP recebeu 14 Noratlas da Luftwaffe, todos do modelo N-2501D, sem os característicos reactores auxiliares. Uma das aeronaves recebidas em 1970 não foi incluída na frota, tendo sido destinada a ser “canibalizada”, fornecendo peças às restantes.
A atribuição dos números de matrícula a estes
aviões não se processou como era habitual (números 6416 a 6428):
- O número 6416 foi atribuído em Setembro de
1965, ao avião com o número de construção (n/c) D048 que, em Novembro de 1966
retornou à Alemanha, sendo substituído por outro com o n/c D045, que recebeu a
matrícula 6416;
- O 6417 tinha o n/c D059;
- O 6418 foi atribuído em Novembro de 1965 a um
avião cujo n/c é desconhecido e que em Novembro de 1969 foi devolvido à
Alemanha em troca de outro, com o n/c D054, para o qual foi transferido o
número 6418;
- O 6419 tinha o n/c D044;
- O 6420 foi atribuído em Novembro de 1965 a um
avião com o n/c desconhecido. Em Novembro de 1969 foi atribuído ao que possuía
o n/c D032;
- Os números 6421 a 6428 tinham os seguintes n/c:
6421 (D047), 6422 (D050), 6423 (D051), 6424 (D053), 6425 (D056), 6426 (D098),
6427 (D104) e 6428 (D116).
Imagem 7: Emblema da Esquadra 123, BA12. |
No entanto, alguns foram entregues à Esquadra 32,
da Base Aérea N° 3 (BA3), Tancos, a fim de substituírem os Junkers Ju-52/3m no
lançamento de pára-quedistas e na formação de tripulações para equipar as
esquadras do Ultramar.
Depois da independência dos territórios
ultramarinos portugueses, os novos Estados receberam alguns Noratlas: A
República Popular de Angola recebeu oito (6401, 6405, 6407, 6413, 6415, 6424,
6425 e outro desconhecido). A República Popular de Moçambique recebeu seis
(6412, 6421, 6423, 6426 a 6428). O 6409 foi abandonado em Moçambique.
Imagem 8: Emblema da BA3, Tancos. |
Cinco aviões Noratlas ficaram destruídos em
acidentes: 1 em Angola (6410), 2 em Moçambique (6411 e 6414), 1 em Tancos
(6422) e 1 na Ilha da Madeira (6419).
Imagem 9: Emblema da Esquadra 32, BA3. |
Os N-2502 estavam pintados em alumínio, com o
dorso a branco, com um pequeno filete de separação, em azul escuro, que se
estendia ao longo da fuselagem, à altura da base inferior das janelas da cabina
de pilotagem. Ostentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, no extradorso
da asa esquerda, no intradorso da asa direita e nos lados exteriores dos fusos.
A bandeira nacional, sem escudo, estava colocada nas faces exteriores dos
estabilizadores verticais, num pequeno rectângulo. O número de matrícula estava
pintado nas asas, a preto, alternando com a insígnia, bem como nos
estabilizadores verticais, sobre as cores nacionais.
Em 1973 alguns destes aviões foram totalmente
pintados em verde-azeitona anti-radiação, devido ao aparecimento dos mísseis
terra-ar SAM-7 de origem soviética, operados pelos guerrilheiros na Guiné e em
Moçambique.
Os N-2501D recebidos a partir de 1965 mantiveram a camuflagem alemã em dois tons de verde e cinzento, com pinturas em dayglo no nariz, nas pontas das asas, nas coberturas dos motores e nos lemes de direcção. Foram aplicadas as insígnias regulamentares. Aos que operavam em Moçambique foram retiradas as pinturas em dayglo, após o aparecimento dos mísseis.
Os Noratlas da Esquadra 92 (Luanda) e 123
(Bissalanca) ostentavam o distintivo da Esquadra nos lados da fuselagem, sob a
janela da cabina de pilotagem. Os da Esquadra 32 ostentavam no mesmo local o
galgo amarelo, símbolo tradicional de Tancos.
Os Noratlas foram retirados de serviço em 1976 e
substituídos pelos Casa 212 Aviocar.
O último voo foi realizado no dia 14 de Outubro de 1976 na BA3.
O último voo foi realizado no dia 14 de Outubro de 1976 na BA3.
O Museu do Ar é detentor dos Noratlas números
6403, 6412, 6417 e 6420.
Fontes:
Imagens 1 e 3: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa /
Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Imagens 4 a 9 e Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Imagens 4 a 9 e Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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