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09 fevereiro 2014

Max-Holste M.H. 1521 Broussard

Imagem 1

MAX - HOLSTE M.H. 1521 BROUSSARD

Quantidade: 4
Utilizador: Força Aérea
Entrada ao serviço: Março de 1961.
Data de abate: 1976


Dados técnicos:
a.       Tipo de Aeronave
Avião mono-motor terrestre, de trem de aterragem convencional fixo, com roda de cauda, asa alta, duplo estabilizador vertical, revestimento metálico, cabina integrada na fuselagem, destinado a missões de transporte de ligação. Tripulação: 1 (piloto).
b.       Construtor
Max-Holste / França.
c.       Motopropulsor
Motor: 1 motor Pratt & Whitney R-985-AN1 Wasp, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 450  hp.
Hélice:    metálico, de duas pás, de passo variável.
d.       Dimensões
               Envergadura.........................13,74 m
Comprimento…........................8,60 m
Imagem 2
Altura………….….....................2,60 m
Área alar........................ …...25,15 m²
e.       Pesos
Peso vazio…………….......…1.530 Kg
Peso máximo .....................2.700 Kg
f.        Performances
Velocidade máxima ……....….270 Km/h
Velocidade de cruzeiro...........243 Km/h
Tecto de serviço ………......5.500 m
Raio de acção……………....1.200 Km
g.       Armamento
Sem armamento.
h.       Capacidade de transporte
5 passageiros ou peso equivalente em carga.






Resumo histórico:

     O Max-Holste M.H. 1521 Broussard era um avião ligeiro de transporte utilitário, cujo protótipo realizou o primeiro voo em 17 de Novembro de 1952.
     Os franceses utilizaram os Broussard na luta contra os guerrilheiros argelinos, inclusive utilizando um canhão móvel que disparava através da porta traseira, situada no lado esquerdo.
     Relatos da época referem o M.H. 1521 Broussard como um avião muito frágil e vulnerável ao fogo das armas ligeiras.


Imagem 3


Percurso em Portugal:
     A necessidade de adquirir aviões de transporte ligeiro com capacidade para operar em pistas rudimentares e de pequenas dimensões, levou a Força Aérea Portuguesa (FAP), em 1960, a encomendar cinco aviões Max-Holste M.H. 1521 Broussard, destinando quatro para operações e um para fornecer peças sobressalentes aos restantes.
     Foram recebidos em Março e Abril de 1961. Foram atribuídas as matrículas de 3301 a 3304, a que correspondiam o número de construtor de 51C a 54C, respectivamente. O quinto avião não foi matriculado.

     Seguiram de imediato para Angola, ficando colocados na Base Aérea N° 9 (BA9), Luanda, onde iniciaram uma actuação que se pode considerar desastrosa. Ainda o ano de 1961 não tinha terminado e já a frota Broussard estava reduzida a uma unidade, devido a acidentes e aterragens forçadas que provocaram danos.
    O 3304 foi o único que se manteve intacto. Em breve estava de regresso à Metrópole, colocado no Aeródromo-Base N° 1 (AB1), Lisboa, integrado na Esquadra 82, onde executou missões de ligação.
     Os aviões recuperados nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA) foram também integrados na Esquadra 82.
     É provável que um dos Broussard tenha sido colocado na Base Aérea N° 1 (BA1), Sintra, onde teria sido usado em missões de fotografia aérea e lançamento de pára-quedistas civis.

     Certo é que o 3301 voltou a África, uma vez que no dia 12 de Outubro de 1963 ficou ligeiramente acidentado na Ilha de Uno, na Guiné. Mais tarde, em 22 de Janeiro de 1968, sofreu outro pequeno acidente no Aeroporto da Portela de Sacavém.
     O 3303 sofreu igualmente um acidente ligeiro na Portela, em 14 de Abril de 1967. Em 12 de Fevereiro de 1976, quando um piloto civil fazia a adaptação ao avião, a fim de ser cedido ao Aero Clube de Portugal, um acidente durante a rolagem provocou estragos significativos, pelo que o avião não chegou a ser entregue ao Aero Clube.

Imagem 4

     Os Max-Holste M.H. 1521 Broussard estavam pintados em alumínio, com o dorso e os estabilizadores verticais em branco, com uma faixa azul a meio e ao longo da fuselagem, formando um gancho na zona posterior ao motor, fora de qualquer esquema de pintura da FAP. As pontas das asas e o topo dos estabilizadores verticais estavam pintados a azul.
     Ostentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo branco circunscrito por fino aro em azul, no extra-dorso da asas esquerda, no intradorso da asa direita e nos lados da fuselagem. Os números de matrícula encontravam-se nas asas, alternando com a insígnia, a preto. As cores nacionais, sem escudo, estavam colocadas em forma rectangular nos lados exteriores dos estabilizadores verticais, sobre as quais se encontrava o número de matrícula em pequenos algarismos pretos.
     Ainda que o esquema de pintura descrito tenha sido o usual, pelo menos o 3303 foi pintado num esquema invulgar e praticamente desconhecido, em verde-azeitona, com o dorso em branco, conservando a insígnia nas asas e na fuselagem em grandes dimensões. Os números da matrícula estavam pintados a branco.
     Os Broussard passaram despercebidos na sua curta existência na FAP. Foram retirados do serviço em 1976. O Museu do Ar é detentor dos números 3301, 3303 e 3304.


Fontes:
Imagem 1: FAP/AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de  Richard Ferriere - 3 vues;
Imagens 3 e 4: © Carlos Pedro - Blog Altimagem;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.

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