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DOUGLAS DC-6A
DOUGLAS DC-6B
DOUGLAS DC-6B
Quantidade:
10
Utilizador:
Força Aérea
Entrada
ao serviço: 1961
Data
de abate: 1978
Dados técnicos:
a.
Tipo de Aeronave
Avião
quadrimotor terrestre, de trem de aterragem triciclo retráctil, mono-plano de
asa baixa, revestimento metálico, cabina pressurizada integrada na fuselagem,
destinado a missões de transporte aéreo.
Tripulação:
5 (2 pilotos, mecânico, navegador e rádio-operador).
b.
Construtor
Douglas
Aircraft Corp. / USA.
c.
Motopropulsor
Motores:
4 motores Pratt & Whitney R-2800-CP17 Double Wasp, de 18 cilindros radiais
em dupla estrela arrefecidos por ar, de 2.500
hp. Hélices: metálicos, de três pás, de passo variável, reversível e
posição de bandeira.
d.
Dimensões
Envergadura..........................35,81
m
Comprimento….....................32,18
m
Altura………….….....................8,73
m
Área
alar........................ ….135,91 m²
e.
Pesos
Peso
vazio……………............25.109 Kg
Peso
máximo ......................48.534 Kg
f.
Performances
Velocidade
máxima ……......…580 Km/h
Velocidade
de cruzeiro...........493 Km/h
Tecto
de serviço ……….…..9.000 m
Raio
de acção……………....7.900 Km
g.
Armamento
Sem
armamento.
h.
Capacidade de transporte
70
a 102 passageiros; ou 11.142 Kg de carga.
Resumo histórico:
Decorria a II Guerra Mundial quando a Douglas
iniciou o estudo de um avião para suceder aos DC-4 / C-54 Skymaster,
pressurizado e com maior capacidade de carga, destinado a suprir as
necessidades da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF) em aviões de
transporte de longo curso. Contudo, a guerra terminou antes da conclusão do
projecto.
O protótipo da versão militar, designado por
XC-112A, realizou o primeiro voo em 15 de Fevereiro de 1946. Só passados alguns
anos apareceu a versão final de produção, essencialmente para transporte de
carga. A USAAF designou esta versão militar por C-118A Liftmaster e a Marinha
dos Estados Unidos (US Navy) designou-a por R6D.
O Military Air Transport Service (MATS) da Força
Aérea dos Estados Unidos (USAF) operou mais de centena e meia de C-118A Liftmaster
até ao início da década de sessenta, altura em que foram substituídos pelos
Lockheed C-130 Hércules.
Na US Navy, os cerca de sessenta R6D-1 foram a
espinha dorsal do transporte aéreo, mantendo-se ao serviço até ao início da
década de sessenta, enquanto que os poucos R6D-1Z, uma variante especialmente
preparada para transporte de chefias militares, se mantiveram operacionais por
mais uma dezena de anos.
Paralelamente às versões militares, a Douglas foi
desenvolvendo a versão civil, designada por DC-6A, especialmente destinada a
transporte de carga.
Entretanto, continuou trabalhando para a
construção de um avião de transporte civil capaz de concorrer com o Lockheed
Constellation. O resultado foi o DC-6B, com capacidade para transportar entre
90 a 109 passageiros, um pouco mais económico e com sistemas de inspecção e
manutenção mais simples.
A United Air Lines, dos Estados Unidos, foi a
primeira companhia de transporte aéreo a receber DC-6B, o primeiro dos quais
foi entregue a 6 de Abril de 1947. A Pan Am encomendou 45 em 1950, recebendo-os
entre Fevereiro de 1952 e Junho de 1954, com acomodação para 109 passageiros.
Em 1952, um DC-6B da Scandinavian Airlines System
(SAS), ligou Los Angeles a Copenhaga no primeiro voo através do Pólo Norte.
Com o aparecimento do Douglas DC-7, em 1955 – o último avião de transporte comercial com motores alternativos construídos pela Douglas – ao mesmo tempo que se verificava a espectacular expansão dos aviões comerciais a reacção, os DC-6B perderam rapidamente o interesse comercial. Muitos foram convertidos em DC-6A, para trsnporte de carga. Na realidade tornaram-se num encargo indesejável para as companhias de transporte aéreo, que se esforçaram para se libertar deles. Desta forma, foram adquiridos pelos pequenos operadores espalhados pelo mundo e utilizados nas mais diversas funções, incluindo o combate a incêndios florestais.
Algumas publicações especializadas em assuntos
aeronáuticos atribuem aos DC-6 a nomenclatura de Douglas DC-6 Liftmaster, o que
se afigura incorrecto. A Douglas não lhes atribuiu qualquer designação para
além de DC-6. Os Liftmaster eram os aviões da versão militar C-118, da mesma
forma que os Dakota ou Skytrain eram os C-47 e não os DC-3. Aparecem também
outras designações para os DC-6, como Super Cloudmaster, Clipper Liberty Bell,
não sendo mais que nomes atribuídos pelos operadores comerciais aos aviões das
suas frotas.
Percurso em Portugal:
A Guerra do Ultramar, iniciada em 1961, veio
colocar à Força Aérea Portuguesa (FAP) o problema do abastecimento logístico
das Unidades da Guiné, Angola e Moçambique, tarefa para a qual não dispunha de
mais que alguns C-54 Skymaster, indiscutivelmente insuficientes, não só pela
reduzida quantidade, como também pela modesta capacidade de carga.
Por casualidade, a Pan Am estava a desfazer-se
dos seus Douglas DC-6 de longo curso, a atingirem as 30.000 horas de voo. A FAP
adquiriu dois DC-6A e seis DC-6B que, depois de sujeitos a dispendiosas
revisões gerais efectuadas na Pan Am, chegaram a Portugal em 1961.
A FAP atribuiu-lhes a numeração de 6701 a 6708,
cuja relação com os números de construtor era a seguinte: 6701 (44.107/411),
6702 (44.108/413), 6703 (44.258/467), 6704 (43.297/213), 6705 (44.115/454),
6706 (44.116/459), 6707 (43.533/264) e 6708 (43.534/265). Os 6703 e 6704 eram
os DC-6A.
Em 1961, como resultado da indexação dos territórios portugueses de Goa, Damão e Diu pela Índia, os dois Douglas DC-6B dos Transportes Aéreos da Índia Portuguesa (TAIP) foram integrados na FAP, com as seguintes matrículas e números de construtor: 6709 (43.535/278, ex-CR-IAG) e 6710 (43.529/260, ex-CR-IAH).
Todos os Douglas DC-6 foram colocados no 1°
Agrupamento de Transportes Aéreos Militares (TAM), instalado na Base Aérea N° 6
(BA6), Montijo, passando em 1962 para o Aeródromo-Base N° 1 (AB1), no Aeroporto
de Lisboa, onde constituíram os efectivos da Esquadra 81 até 1972, depois
Esquadra 131, onde se mantiveram até 1978.
Desde que chegaram a Portugal, os DC-6 estiveram sujeitos a enorme esforço operacional, num contínuo vai-e-vem entre a Metrópole e o Ultramar. Nos primeiros tempos operaram satisfatoriamente, graças à grande revisão a que foram sujeitos nos Estados Unidos. Depois começaram a verificar-se os efeitos de tão grande esforço, com avarias constantes. Dificuldades no fornecimento de sobressalentes agravaram a situação, que culminou com a crise de Agosto de 1967, quando um único avião se encontrava em condições operacionais.
A necessária reorganização dos serviços conseguiu
a revitalização da frota, que em Abril de 1968 já operava com sete aviões.
Continuaram a sua tarefa, conforme lhes permitiu o seu gradual enfraquecimento,
optando-se, por motivos de segurança, pela redução da carga transportada.
Terminada a Guerra do Ultramar, em 1975, passaram a executar modestas missões de transporte, até alguns serem cedidos à transportadora aérea açoriana SATA, um ou outro vendido e os restantes abatidos, processo concluído em 1978.
Os Douglas DC-6 estavam pintados em alumínio, com
a parte superior da fuselagem e o estabilizador vertical a branco, com estas
cores separadas por um filete azul ao longo da fuselagem, ligando o bordo de
ataque dos estabilizadores horizontais ao centro do nariz do avião. A secção da
fuselagem em frente à cabina de pilotagem encontrava-se pintada em preto
anti-reflexo.
Ostentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo
branco, no extra-dorso da asa esquerda, no intradorso da asa direita e nos lados
da fuselagem. As cores nacionais, sem escudo, estavam colocadas dentro de um
rectângulo nos lados do estabilizador vertical. Os números de matrícula
encontravam-se a preto em ambos os lados das asas, alternando com as insígnias
e também sobre os rectângulos com as cores nacionais no estabilizador vertical.
O Museu do Ar é detentor do Douglas DC-6B número
6706.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa /
Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no
Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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