Republika Bosna i Hercegovina
Републикa Боснa и Херцеговинa
República da Bósnia e Herzegovina
Localização:
Europa, Europa Meridional, Europa de Leste, Península Balcânica.
Origem / Pequeno resumo histórico:
A partir do Século VII, várias
partes da região que hoje corresponde à Bósnia e Herzegovina foram tomadas
pelos Sérvios, Croatas, Húngaros, Venezianos e Bizantinos. No Século XII, o
Reino da Hungria passou a governar o território, delegando o poder a vice-Reis
distritais de origem bósnia, croata e húngara.
No Século XV a região foi
invadida pelos Turcos Otomanos. Depois de várias batalhas tornou-se uma
província turca. Durante os Séculos XVI e XVII, a Bósnia foi um ponto
estratégico nos conflitos constantes contra os Hasburgos e contra Veneza.
Durante este período, a maior parte da população converteu-se ao Islão.
Depois da Guerra russo-turca de
1877-1878, a Bósnia e a Herzegovina fizeram parte do Império Austro-Húngaro,
tendo sido anexadas formalmente em 1908. A nova Constituição dividiu o
eleitorado em ortodoxo, católico e muçulmano, o que contribuiu muito pouco para
travar o crescente nacionalismo sérvio.
Em 1914 o arquiduque austríaco
Francisco Ferdinando (1863-1914) e sua esposa, Sophie von Chotek (1868-1914), foram assassinados em
Saravejo por um nacionalista sérvio. Este acontecimento foi a gota de água para
o início da Primeira Guerra Mundial. No fim desta guerra, em 1918, a Bósnia e a
Herzegovina foram anexadas à Sérvia, como parte do Reino dos Sérvios, Croatas e
Eslovenos.
Durante a Segunda Guerra Mundial
a Bósnia foi ocupada pelo Estado “colaboracionista” da Croácia, sendo o campo
de batalha cruzado entre os ocupantes alemães e seus aliados, os fascistas
croatas ou Ustasses de Ante-Pavelic, e os partisans comunistas e nacionalistas
sérvios, os Chetniks, de Draza Mihajlovic, sofrendo grande destruição.
Depois do fim da Segunda Guerra
Mundial, em 1946, os dois territórios tornaram-se parte da República Socialista
Federal da Jugoslávia (comunista) até 1992.
Em 1989-1990, com o colapso do
comunismo, a Jugoslávia mergulhou numa onda de nacionalismo extremo. Em 1991, depois
da Croácia abandonar a federação, os bósnios croatas e os bósnios muçulmanos aprovaram
um referendo a favor da criação de uma república multinacional e independente.
Mas os sérvios bósnios recusaram separar-se da Jugoslávia, que nessa altura se
encontrava sob o domínio da Sérvia.
Em 1992, durante a dissolução da Jugoslávia,
a Bósnia e Herzegovina foi arrastada para a chamada Guerra da Bósnia, uma
guerra civil sangrenta e devastadora, em que as populações acabaram por ser
saneadas das regiões tomadas por cada nacionalidade. Assim começou uma guerra
brutal, que incluiu o Cerco de Sarajevo durante mais de três anos (15.000
mortes), bem como a outras cidades (Tesanj, Mostar, Gorazde, Maglaj, Bihac,
etc), a “limpeza étnica” e a criação de
campos de concentração.
Em Junho de 1995, a população da
Bósnia, com a ajuda do exército croata, pôde lançar uma contra-ofensiva que
equilibrou a guerra e levou à assinatura dos Acordos de Paz de Dayton.
A guerra deixou mais de 250.000
mortos, 2,5 milhões de deslocados e a maior parte das infra-estruturas do país
destruídas. Depois da restauração da paz foi iniciada a reconstrução do país e
uma luta por uma convivência multi-étnica baseada no respeito mútuo. Assim,
desde 1995 que as forças da ONU - Organização das Nações Unidas, se encontram
no território para garantir o cumprimento dos acordos de paz.
Cultura:
No coração dos Balcãs, encaixada entre Croácia e a Sérvia, a Bósnia
e Herzegovina tem sido durante dois mil anos o ponto de encontro entre Oriente
e Ocidente.
Aqui, a cultura bizantina fundiu-se com a cultura da Roma
católica até à imposição do poder turco no século XV. Esta história única tem
formado uma das culturas mais fascinantes da Europa, com uma população heterogenia
de croatas, sérvios e eslavos partilhando o mesmo espaço.
O mais conhecido escritor bósnio é Ivo Andric
(1892-1975), galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1961. O tema de suas obras foi eminentemente bósnio: a convivência
das civilizações islâmica e ortodoxa nas pequenas povoações de Travnik e
Visegrad.
As suas obras mais importantes, “Crónica de Travnik” e “A ponte
sobre o Drina”, decorrem durante a Segunda Guerra Mundial.
Como entidade multi étnica, a Bósnia e Herzegovina estão
cheias de possibilidades culturais. Como no resto da Europa do Leste é possível
ver espectáculos de grande qualidade - teatro, concertos - a preços muito
razoáveis. Os escritórios de informação municipais costumam ser os melhores
lugares, para informar-se das apresentações de cada dia. A maioria dos teatros
fecham durante seis semanas no verão, mas é normal encontrar nessas datas
funções ao ar livre, pequenamente agrupadas em festivais.
Principais recursos naturais:
Ferro, bauxite, chumbo, zinco e carvão.
Datas comemorativas:
Dia da Independência - 1 de Março - Comemora a data da independência,
da República Socialista Federativa da Jugoslávia, em 1992.
Símbolos nacionais:
Bandeira Nacional;
Brasão de Armas;
Hino Nacional (Intermeco - “Intermezzo").
Vista parcial de Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina |
Capital: Línguas oficiais:
Sarajevo Bósnio, Croata e Sérvio.
Moeda oficial: Tipo de Governo:
Marco conversível (indexado ao Euro) República Federal Democrática.
Data de admissão como membro da ONU (Organização das Nações
Unidas):
22 de Maio de 1992.
Organizações / Relações internacionais:
- ONU - Organização das Nações Unidas;
- CE - Conselho da Europa;
- UME - União Monetária Europeia (com moeda indexada ao Euro);
- CEFTA - Acordo Centro-Europeu de Livre Comércio;
- OSCE - Organização para a Segurança e Cooperação na Europa;
- BERD - Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento;
- OIV - Organização Internacional da Vinha e do Vinho;
- OCI - Organização da Conferência Islâmica (membro observador);
- MNA - Movimento dos Países Não-Alinhados (membro convidado);
- APCE - Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa;
- COI - Comité Olímpico Internacional;
- Grupo dos 77 - Nações em desenvolvimento;
- ICDO - Organização Internacional de Protecção Civil;
- IPU - União Inter-Parlamentar;
- IRU - União Internacional de Transportes Rodoviários;
- OIV - Organização Internacional da Vinha e do Vinho;
- UIC - União Internacional dos Caminhos-de-Ferro;
- INTERPOL - Organização Internacional de Polícia Criminal;
- MIGA - Agência Multilateral de Garantia de Investimentos;
- OIM - Organização Internacional para as Migrações;
- RAMSAR - Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional;
- OMC - Organização Mundial do Comércio (membro observador);
- OPCW - Organização para a Proibição de Armas Químicas;
- WCO - Organização Mundial das Alfândegas;
- TPI - Tribunal Penal Internacional;
- PSIWMD - Iniciativa de Segurança contra a Proliferação de Armas de Destruição Maciça;
- IRENA - Agência Internacional para as Energias Renováveis;
- IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais;
- UPM - União para o Mediterrâneo;
- TEDH - Tribunal Europeu dos Direitos Humanos;
- WIPO - Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
Património Mundial (UNESCO):
- Ponte Velha do Centro Histórico de Mostar (2005);
Ponte Velha do Centro Histórico de Mostar (UNESCO) |
- Ponte Mehmed Paša Sokolović de Višegrad (2007).
Ponte Mehmed Paša Sokolović de Višegrad (UNESCO)
|
Património Cultural e Imaterial da Humanidade (UNESCO):
- Bordado de Zmijanje (2014) - A confecção do bordado de Zmijanje é o resultado de uma técnica artesanal especial aplicada pelas habitantes das aldeias da região com o mesmo nome. Tradicionalmente, os bordados de Zmijanje servem para ornamentar os trajes das mulheres e diversas confecções têxteis domésticas, que vão desde os vestidos de noiva até aos lençóis de cama, passando por panos e recordações diversas.
Fonte:
Wikipedia, a enciclopédia livre.