Dru Gäkhap
Brug rGyal-Khab (Wylie)
Reino do Butão
Bandeira |
Brasão de Armas |
Localização:
Ásia, Ásia Meridional, Subcontinente Indiano.
Origem / Pequeno resumo histórico:
A tradição situa o início da história
do Butão no Século VII, quando o rei tibetano Songtsen Gampo
construiu os primeiros templos budistas nos vales de Paro e de Bumthang.
No Século
VIII, é introduzido o budismo tântrico pelo Guru Rimpoche, "O Mestre
Precioso", considerado o segundo Buda na hierarquia tibetana e butanesa.
Os Séculos IX e X são de grande turbulência política no Tibete e muitos
aristocratas vieram instalar-se nos vales do Butão, onde estabeleceram o seu poder
feudal.
Nos séculos seguintes, a
actividade religiosa começa a adquirir grande vulto e são fundadas várias
seitas religiosas, dotadas de poder temporal por serem protegidas por facções
da aristocracia. No Butão estabeleceram-se dois ramos, embora antagónicos, da
seita Kagyupa.
A sua coexistência será interrompida pelo príncipe tibetano
Ngawang Namgyel que, fugido do Tibet no Século XVII, unifica o Butão com o
apoio da seita Drukpa, tornando-se no primeiro Shabdrung do Butão, "aquele
a cujos pés todos se prostram". Ele mandaria construir as mais importantes
fortalezas do País que tinham como função suster as múltiplas invasões mongóis e
tibetanas.
O relato da época foi feito pelo missionário jesuíta português Estêvão
Cacella, o primeiro europeu a entrar no Butão. Este missionário viajou através
dos Himalaias em 1626, encontrou-se com o Shabdrung Ngawang Namgyel e no fim de
uma estadia de quase oito meses, escreveu uma longa carta do Mosteiro Chagri
relatando as suas viagens. Este é o único relato que resta,deste Shabdrung.
A
partir do seu reinado estabeleceu-se um sistema político e religioso que
vigoraria até 1907, em que o poder é administrado por duas entidades, uma
temporal e outra religiosa, sob a supervisão do Shabdrung.
Desde sempre que o Butão só
mantinha relações com os seus vizinhos na esfera cultural do Tibet (Tibet,
Ladakn e Sikkim) e com o reino de Cooch Behar, na fronteira sul.
No Século XIX,
com a presença dos ingleses na Índia, e após alguns conflitos relacionados com
direitos de comércio, dá-se a Guerra de Duar, em que o Butão perdeu uma faixa
de terra fértil ao longo da sua fronteira sul. Ao mesmo tempo, o sistema político
vigente enfraquecia devido à influência dos governadores regionais, que se
tornava cada vez mais poderosa. O país corria o risco de se dividir novamente
em feudos.
Um desses governadores, o
"Penlop" de Tongsa, Ugyen Wangchuck, que já controlava o Butão
central e oriental, conseguiria dominar os seus opositores de Thimbu, e assim
implantar a sua influência sobre todo o país.
Em 1907 foi coroado Rei do
Butão, após consultas ao clero, à aristocracia e ao povo, e com a aliança dos
ingleses. Foi assim criada a monarquia hereditária que hoje vigora.
Em 2008, o Butão fez a transição
da Monarquia Absoluta para a Monarquia Constitucional e realizou a sua primeira
eleição geral. O Butão é um dos únicos reinos budistas do mundo, juntamente com
a Tailândia.
Mosteiro Taktshang (Ninho do tigre) |
Cultura:
A cultura do Butão já
foi definida como sendo, simultaneamente, patriarcal e matriarcal: o membro que
detém a maior estima é considerado o chefe da família.
O Butão também já
foi descrito como tendo um regime feudal, caracterizado pela ausência de uma
forte estratificação social.
Em 2004 tornou-se o primeiro país do mundo a banir
o fumo e a venda de tabaco.
Religião - Estima-se que entre dois terços e três quartos da população
do Butão sigam o Budismo Vajrayana, que também é a religião de Estado.
Cerca de um quarto a um terço são seguidores do hinduísmo.
Outras religiões correspondem a menos de 1% da população.
O actual quadro legal, em princípio, garante a liberdade de
religião. Entretanto, o proselitismo é proibido por uma decisão do governo
real e pela interpretação judicial da Constituição.
Principais recursos naturais:
Madeira, hidrografia e gesso.
Datas comemorativas:
Dia Nacional do Butão – 17 de Dezembro – Celebra a data da
coroação do Rei Ugyen Wangchuck, em 1907, criador da Monarquia Hereditária que
vigora no país.
Símbolos nacionais:
Bandeira Nacional;
Brasão de Armas;
Hino Nacional: Druk tsendhen ("Reino do Dragão do
Trovão")
Vista geral de Thimbu, capital do Butão |
Capital: Língua oficial:
Thimbu Butanês (Dzonga)
Moedas oficiais: Tipo de Governo:
Ngultrum; Monarquia Constitucional
Rupia indiana.
Data de admissão como membro da ONU (Organização das Nações
Unidas):
21 de Setembro de 1971.
Organizações / Relações internacionais:
- ONU - Organização das Nações Unidas;
- SAFTA - Acordo de Livre Comércio do Sul da Ásia;
- SAARC - Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional;
- MNA - Movimento dos Países Não-Alinhados;
- COI - Comité Olímpico Internacional;
- Grupo dos 77 - Nações em desenvolvimento;
- INTERPOL - Organização Internacional de Polícia Criminal;
- OIM - Organização Internacional para as Migrações (membro observador);
- OMC - Organização Mundial do Comércio (membro observador);
- OPCW - Organização para a Proibição de Armas Químicas;
- WCO - Organização Mundial das Alfândegas;
- IPU - União Inter-Parlamentar;
- IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais;
- WIPO - Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
Património Cultural e Imaterial da Humanidade (UNESCO):
- Dança de Máscaras dos Tambores de Drametse (2008) - A Ngacham (“dança da máscara”) de Drametse é uma dança religiosa e cultural executada em honra do guru budista Padmasambhava durante o Festival de Drametse. Tem lugar duas vezes no ano, nos meses quinto e décimo do calendário butanês, no Mosteiro Ogyen Tegchok Namdroel Choeling (distrito de Mongar, Butão Oriental). A dança, executada há séculos neste lugar, é composta por dezasseis dançarinos em traje monástico e máscaras de madeira imitando animais reais e míticos, acompanhados por uma orquestra de dez músicos dirigidos por um tocador de címbalos. A dança tem uma parte calma e contemplativa, que representa os deuses pacíficos, e uma parte rápida e atlética, em que os dançarinos simbolizam deuses irados. Com o tempo, a Ngacham passou de um evento local para uma representação da identidade de toda a nação butanesa.
Fontes:
Wikipedia, a enciclopédia livre;
Cortesia de UNESCO Culture Sector - Intangible Heritage