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05 abril 2014

Sud-Aviation SE-3160 Alouette III (terceira parte)

Ver  Sud-Aviation SE-3160 Alouette III (segunda parte)


(continuação)

Imagem 17: Alouette III equipado com foguetes de 2.75".


Percurso em Portugal (continuação)

  • "Rotores de Portugal":

     Em Abril de 1976 foi constituída na BA3 uma patrulha de quatro Alouette III da Esquadra 33, destinada a demonstrações aéreas, denominada “Rotores de Portugal”, que actuaram pela primeira vez a 4 de Julho desse ano, no festival aeronáutico comemorativo do 24º Aniversário da Força Aérea Portuguesa, que se realizou na Base Aérea Nº 1 (BA1), em Sintra, numa exibição com quatro helicópteros. A última exibição com quatro helicópteros foi em Outubro de 1980.

Imagem 18 - Patrulha inicial dos "Rotores de Portugal"
com quatro Alouette III.


     Em Julho de 1982, a patrulha "Rotores de Portugal" reapareceu com dois helicópteros, em Évora, integrada na Esquadra 552. Foi depois integrada na Esquadra 111, da Base Aérea Nº 3 (BA3), composta por três aeronaves. Os helicópteros desta patrulha não apresentaram pintura especial. As actuações dos “Rotores de Portugal” foram alvo de elogiosas referências, constituindo um importante elemento de divulgação da FAP.

Imagem 19 - Emblema dos "Rotores de Portugal", original.


     Entre 1982 e 1989, os "Rotores de Portugal" marcaram presença em todos os festivais aéreos promovidos pela Força Aérea, totalizando 12 exibições em locais como Portimão, Vila Real, Covilhã e Coimbra.
     Seguiram-se dois anos de interregno. Foi na BA3, em Junho de 1991, que os Rotores regressaram à actividade, estando a Patrulha já integrada na Esquadra 111 e composta por dois helicópteros. Em 1991 e 1992 efectuaram oito exibições.
     A partir de 1993, novamente integrados na Esquadra 552, passaram a apresentar-se com três helicópteros, formação que mantiveram até à última exibição, em Novembro de 1994.

     Depois de um interregno de cerca de dez anos, os "Rotores de Portugal" foram oficialmente reactivados em 2005, evoluindo com dois Alouette III. Entre 2006 e 2009 apresentaram uma formação de três helicópteros, regressando ao formato de parelha em 2010.


Imagem 20 - Emblema dos
"Rotores de Portugal"
Imagem 21: Formação dos "Rotores de Portugal".

















     Novas mudanças estavam, contudo, previstas para breve com a reorganização do dispositivo da Força Aérea, a ditar a extinção da Esquadra 551, na BA6, em Setembro de 1986.

     Em 30 de Setembro de 1986, a Esquadra 552 da BA3 recebe os helicópteros da então extinta Esquadra 551, da BA6.

     Em 1978 o efectivo de Alouette III da FAP era de 36 unidades, quantidade reduzida para 26 em 1988. Entretanto, alguns Alouette III foram vendidos para o estrangeiro e outros receberam tratamento anti-corrosão, aguardando comprador.

    
     Em 1993 a Esquadra 552 absorve a Esquadra 111, tornando-se a fiel depositária dos valores e tradições de todas as unidades anteriores que operaram o Alouette III na Força Aérea, com a responsabilidade que isso acarreta.
     Em 18 de Novembro de 1993 os Alouette III deixaram Tancos e foram todos reunidos na Esquadra 552, entretanto transferida para a Base Aérea N° 11 (BA11), Beja, onde se mantém até à actualidade.
     Entretanto, a Base Aérea Nº 3 (BA3) em Tancos, foi desactivada em 29 de Dezembro de 1993.


Imagem 22 - Brasão da
Base Aérea nº 11 (BA11), Beja
Imagem 23 - Emblema da
Esquadra 552, BA3 e BA11.
















     Na Base Aérea Nº 11 (BA11), em Beja, a Esquadra 552 assume para lá da sua missão primária de transporte aéreo, apoio táctico e instrução básica e avançada de helicópteros, as missões complementares de busca e salvamento costeiro, evacuações médicas, apoio no combate aos incêndios e outras missões no âmbito do apoio às populações. A instrução básica e complementar de pilotos de helicópteros continua a ser uma das suas principais missões.
     Ali são formados todos os pilotos de helicópteros da Força Aérea e da Marinha Portuguesa e, ocasionalmente, pilotos para o Exército.
     A Esquadra 552 continua hoje a ser a única escola militar de formação de pilotos de helicópteros das Forças Armadas, honrando as tradições da Esquadra 33.

     Mantém um destacamento permanente de um helicóptero no Aeródromo de Manobra Nº1 (AM1), Ovar, em alerta do nascer ao pôr do sol.


Imagem 24 - Alouette III em operação em Timor-Leste (2002)



Imagem 25 - Emblema do
destacamento da Esquadra 552
em Timor Leste.
     Entre Fevereiro de 2000 e Julho de 2002 a Esquadra 552 foi chamada a constituir um destacamento em Timor Leste, com quatro helicópteros Alouette III (matrículas FAP 19314, 19376, 19383 e 19401) e 31 militares, a fim de cumprir uma missão de apoio à Paz das Nações Unidas (imagens 24, 25 e 26).

     Rapidamente se juntaram esforços e se prepararam militares e máquinas para executar tão nobre missão. Durante a missão em Timor foram efectuados 5 destacamentos, empenhando um total de 127 militares. Foram efectuadas 2.700 horas de voo onde se transportaram mais de 10.000 passageiros e 131 feridos, deixando uma marca de elevado profissionalismo e espírito de missão superiormente reconhecida pelos vários louvores públicos atribuídos.

     Até 1973 a pintura dos Alouette III foi inteiramente em verde-azeitona. Ostentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, nos lados da fuselagem sob o motor, e também na parte inferior da fuselagem. As cores nacionais, sem escudo, encontravam-se num rectângulo colocado nas faces exteriores dos estabilizadores verticais. Os números de matrícula encontravam-se nos lados da fuselagem, sob a porta da retaguarda, a preto. Algum tempo depois foi retirada a insígnia da parte inferior da fuselagem. A protecção da cauda estava pintada a amarelo. O rotor pincipal encontrava-se pintado em cinzento escuro com as pontas em dayglo, e o rotor de cauda listado de vermelho e amarelo.

Imagem 26 - Alouette III em Timor Leste (2002)

     De 1973 a 1981 foi adicionada a esta pintura uma faixa vermelha ao longo do dorso do helicóptero, desde a cauda ao motor, enquanto que a insígnias passaram para dimensão reduzida.
     A partir de 1981, por força da Portaria 101/80, as superfícies superiores passaram para camuflado em castanho (FS 30.219) e duas tonalidades de verde (FS 34.079 e 34.102), com as superfícies inferiores em cinzento claro (FS 36.622) e com a linha de separação ondeada. Apresentavam uma faixa amarela (FS 33.538) a meio do fuso do rotor de cauda. A protecção da cauda é da mesma cor.

     A insígnia da Cruz de Cristo, sobre círculo branco com 37 cm de diâmetro, encontrava-se colocada nos lados da fuselagem, sob o motor, e ainda na parte inferior da fuselagem, perto da roda do nariz. As cores nacionais, sem escudo, estão inseridas em rectângulos com 30 cm de comprimento, colocados nas faces exteriores dos estabilizadores verticais.
     As matrículas, em algarismos pretos (FS 37.038), com 15 cm de altura, foram pintados nos lados da fuselagem, sob as corrediças inferiores das portas traseiras, junto às pernas do trem de aterragem, bem como nos estabilizadores verticais, por cima das cores nacionais. Os Alouette III da Esquadra 402 apresentavam nos lados da fuselagem o respectivo distintivo.

     Em 1994 foi-lhes atribuída nova numeração, que consistiu na junção do algarismo 1 na casa das dezenas de milhar. Desta forma, ficaram com as séries de matrículas de 19251 a 19316, de 19332 a 19401 e de 19412 a 19417.

Imagem 27 - Alouette III na BA6, Montijo


     De salientar a grande versatilidade do Sud-Aviation SE-3160 Aloutte III, comprovada através das mais variadas utilizações que, ao longo de mais de 50 anos ao serviço da Força Aérea Portuguesa permitem granjear grande popularidade e estima entre todos os que têm o prazer e orgulho de trabalhar com esta aeronave. Além das actividades em que o Alouette III foi empenhado, principalmente durante a Guerra do Ultramar, salientam-se as áreas em que, actualmente, é empenhado: instrução básica, busca e salvamento, vigilância e reconhecimento, instrução complementar, conversão operacional, combate a incêndios, transporte aéreo e, claro, acrobacia aérea.

(continua)

Fontes (terceira parte):
- Imagens 17, 24, 26 e 27: © Carlos PedroBlog Altimagem;
- Imagem 18: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
- Imagens 20, 21 e 22: Cortesia de  EMFA - Estado-Maior da Força Aérea;
- Imagens 19, 23 e 25: Cortesia de  EMFA - Esquadra 552;
- Texto:  "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000;  "Mais Alto" - Revista da Força Aérea Portuguesa, nº 405, Setembro / Outubro de 2013; Carlos Pedro - Altimagem;  Cortesia de EMFA - Estado-Maior da Força Aérea;  Cortesia de  FAP - Rotores de Portugal.

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