(continuação)
Imagem 20: © Carlos Pedro - BA6: Fiat G-91 / R3 especialmente pintado para o International Air Tattoo - RAF Fairford, de 1991 (ver imagem 21). |
Imagem 21: Cortesia de http://digitalhangar.blogspot.pt/ |
Percurso em Portugal (continuação):
Os Fiat G-91, que tão valiosos serviços prestaram
à FAP e a Portugal, especialmente durante a Guerra do Ultramar, depois de
realizarem cerca de 75.000 horas de voo em 28 anos de serviço, foram
oficialmente retirados de serviço em 27 de Junho de 1993, data da transferência
da Esquadra 301 da BA6 para a BA11, Beja, onde passou a operar os aviões
Alpha-Jet, os novos “Jaguares”.
Imagem 22: © Carlos Pedro - Fiat G-91 / R3, especialmente pintado para a despedida, em 27 de Junho de 1993, BA6. (ver imagens 23 e 24) |
Imagem 23: © Carlos Pedro - Pormenor da pintura, com os emblemas das várias Esquadras, assim como os nomes dos pilotos que operaram os Fiat G-91 ao longo de 28 anos (ver imagem 24). |
Imagem 24: © Carlos Pedro |
As OGMA - Oficinas Gerais de Material Aeronáutico, em Alverca, tiveram um papel importantíssimo na
manutenção dos Fiat, realizando centenas de IRAN e introduzindo diversas
modificações, possibilitando a sua operacionalidade por quase três décadas.
Os Fiat G-91 desactivados foram distribuídos por
Portugal: Colocados em pedestal na BA6 (imagem 28) e no Estado-Maior da Força Aérea. Alguns
foram doados a algumas Câmaras Municipais; Alguns na BA2, Ota, para fins de
instrução de pessoal técnico; outros na posse do Museu do Ar. Muitos mais foram
desmantelados, acabando nos parques dos sucateiros.
Imagem 25: Cortesia de http://digitalhangar.blogspot.pt/ |
Imagem 26: Cortesia de http://digitalhangar.blogspot.pt/ |
Quanto aos esquemas de pintura, os Fiat G-91
tiveram algumas alterações:
a) Os
G-91 R/4 recebidos entre 1965 e 1966, mantiveram até 1968 o esquema da
Luftwaffe, em verde e cinzento escuro nas superfícies superiores e cinzento
azulado nas inferiores, depois alterado para cinzento claro. Ostentavam a Cruz
de Cristo, sobre círculo branco, no extra-dorso da asa esquerda, no intradorso
da asa direita e nos lados da fuselagem. As cores nacionais, sem escudo,
estavam dentro de um rectângulo nos lados do estabilizador vertical. Os números
de matrícula encontravam-se a preto em ambos os lados das asas, alternando com
a insígnia e também sobre os rectângulos com as cores nacionais no
estabilizador vertical.
b) A
partir de 1968, os aviões que fizeram o IRAN na Fiat, em Itália, regressaram
inteiramente pintados em cinzento claro azulado (FS 16.473). As insígnias e
matrículas não sofreram alterações.
c) Com
o aparecimento dos mísseis Strella na Guiné e em Moçambique, em 1973, começaram
a ser inteiramente pintados em verde-azeitona anti-radiação, que se aproximava
da cor FS 34.102. Esta pintura era afectada pela exposição ao tempo, alterando
a tonalidade, situando-se entre o verde escuro (FS 34.128) e o verde claro (FS
34.227). A insígnia da Cruz de Cristo foi reduzida para um diâmetro de 20 cm.
Os algarismos das matrículas foram igualmente reduzidos.
Imagem 27: Emblemas de pano da Esquadra 301, "Jaguares", e da Manutenção Fiat, "Os Mágicos" |
d) Regressados
a Portugal em 1974, altura em que foram colocados na BA6, regressaram ao
esquema inicial referido em a), com as superfícies inferiores em cinzento
claro.
e) Por
força do Regulamento de Pinturas, Insígnias e Marcas das Aeronaves da Força
Aérea (Portaria 101/80 de 12 de Março de 1980), a pintura dos Fiat foi
uniformizada em camuflado com as superfícies superiores em castanho (FS 30.219)
e verde (FS 34.079) e as inferiores em cinzento claro (FS 36.662), esquema
semelhante ao adoptado pelos americanos no Vietname. As asas deixaram de
apresentar as insígnias e a matrícula. A Cruz de Cristo, sobre círculo branco
com 37 cm de diâmetro, estava colocado nos lados da fuselagem. As cores
nacionais foram mantidas nos lados do estabilizador vertical em rectângulos com
50 cm de comprimento e, sobre estes, foram inscritas as matrículas, a algarismos
pretos com 15 cm de largura. O desenho da Cruz de Cristo foi ligeiramente alterado.
f) Nos
finais de 1983 foi adoptado um esquema de pintura conhecido por wrap-around,
mais apropriado para as operações a baixa altitude. As superfícies inferiores
passaram a ser pintadas na continuação da camuflagem das superfícies superiores,
agora com maior recorte. As marcas e insígnias não sofreram alterações.
Os Fiat G-91 T/3 mantiveram o esquema de pintura como foram recebidos, acima referidos em a), com zonas em dayglo.
Também alguns R/3 e R/4 apresentavam o esquema de
pintura referido em a), com os depósitos suplementares instalados sob as asas
com a parte cilíndrica em dayglo.
De referir que os aviões ostentavam igualmente os
distintivos das esquadras, normalmente nos lados da fuselagem, por baixo do
pára-brisas. Os G-91 do AB7 eram uma excepção, apresentando um grande escorpião
preto em ambos os lados da fuselagem.
Os “Tigres” da Guiné apresentavam uma boca de
tubarão no nariz dos aviões.
Os Fiat G-91 portugueses foram os únicos do mundo
a actuar em combate.
Ver Fiat G-91 (primeira parte)
Ver Fiat G-91 (segunda parte)
Ver Fiat G-91 (terceira parte)
Fontes (quinta parte):
- Imagens 20, 22, 23 e 24: © Carlos Pedro - Blog Altimagem;
- Imagens 21, 25 e 26: Cortesia de Paulo Alegria - Blog Digital Hangar;
- Imagem 27: Colecção Altimagem;
- Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000; EMFA, Estado-Maior da Força Aérea - www.emfa.pt.
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