Ver Sud-Aviation SA-330 Puma (primeira parte)
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Percurso em
Portugal:
A evolução da
Guerra do Ultramar conduziu à necessidade da Força Aérea Portuguesa (FAP)
dispor de helicópteros com maior capacidade de transporte que a dos Alouette
III. Assim sendo, optou pela aquisição de 13 helicópteros Sud-Aviation SA-330C
Puma, mantendo a frota de helicópteros no fabricante francês Sud-Aviation /
Aerospatiale, que tão boas provas estava a dar com os Alouette II e Alouette
III.
Os treze Pumas
foram recebidos entre 1969 e 1971, ficando com as matrículas FAP de 9501 a 9513.
No segundo trimestre de 1969 chegaram os números 9501 (número de construção
1001) e o 9502 (nc 1002), que começaram a operar na Base Aérea Nº 3 (BA3),
Tancos, a partir de 2 de Agosto de 1969. O 9503 (nc1009) chegou no trimestre
seguinte.
No quarto trimestre
de 1969 foram recebidos os 9504 (nc 1004), 9505 (nc 1011) e o 9506 (nc1019).
Durante o
primeiro semestre de 1970 foram recebidos os 9507 (1035), 9508 (1040), 9509
(1046) e o 9510 (1050). No último trimestre de 1970 chegaram os 9511 (1059) e o
9512 (1065). Finalmente, em 1975, foi recebido o último da frota, com o número
de construção 1270, que recebeu a matrícula da FAP 9513.
Em 1970, cinco destes SA-330 Puma foram integrados na Esquadra 94, "Moscas", da Base Aérea Nº 9 (BA9), Luanda, Angola, onde operaram em missões de transporte aéreo táctico, evacuação médica, apoio logístico e transporte aéreo geral.
No mesmo ano foram colocados seis SA-330 Puma na Esquadra 703, "Vampiros", do Aeródromo Base Nº 7 (AB7), Tete, Moçambique, com a mesmas missões dos colocados em Luanda, mantendo-se um reduzido número na BA3, Tancos, para missões de transporte e adaptação de pilotos.
O primeiro voo operacional do Puma no Ultramar foi a 23 de Outubro de 1970, em missão de transporte de manobra (TMAN), em Santa Eulália, no norte de Angola.
No mesmo ano foram colocados seis SA-330 Puma na Esquadra 703, "Vampiros", do Aeródromo Base Nº 7 (AB7), Tete, Moçambique, com a mesmas missões dos colocados em Luanda, mantendo-se um reduzido número na BA3, Tancos, para missões de transporte e adaptação de pilotos.
O primeiro voo operacional do Puma no Ultramar foi a 23 de Outubro de 1970, em missão de transporte de manobra (TMAN), em Santa Eulália, no norte de Angola.
Imagem 5: Emblema da Esquadra 94, BA9. |
Imagem 6: Emblema da Esquadra 703, AB7. |
A primeira baixa da frota
foi motivada por sabotagem ocorrida na BA3, em Março de 1971, da qual resultou
a destruição do 9507. Durante a Guerra do Ultramar desempenharam
satisfatoriamente as suas tarefas de transporte de ligação, de abastecimento
logístico, de transporte táctico e de evacuação sanitária, a par dos
incansáveis Alouette III.
Os SA-330C Puma
portugueses foram os primeiros no mundo a enfrentar situações reais de combate.
Terminada a Guerra do Ultramar, regressaram à Metrópole em finais de 1974 e
início de 1975, excepto o 9510, destruído no AB7 em 18 de Dezembro de 1973.
Imagem 7: Emblema do GAH, Grupo Aéreo de Helicópteros |
Foram, então, colocados
no Grupo Aéreo de Helicópteros (GAH) da Base Aérea Nº 6 (BA6), Montijo, e na
Esquadra 42, de Busca e Salvamento, da Base Aérea Nº 4 (BA4), Lajes, Terceira,
Açores.
A reorganização efectuada
na FAP, em 1978, introduziu algumas alterações: O GAH da BA6 passa a
designar-se Grupo Operacional 61 (GO61), ficando os SA-330 Puma colocados na
Esquadra 751, criada em 28 de Abril de 1978 e dedicada à busca e salvamento e
ao transporte táctico.
Ao mesmo tempo, a BA4
passa a ter o Grupo Operacional 41. A sua Esquadra 42 passa a designar-se
Esquadra 752, equipada com Puma e com a mesma missão da Esquadra 751 da BA6. A
partir de Outubro de 1993 sofre nova alteração, passando a Esquadra 752 a ser
designada por Esquadra 711, "Albatrozes", que vai operar os SA-330
Puma até ao "phase out" da frota, em 30 de Novembro de 2006.
Imagem 8: Emblema do GO61 - Grupo
Operacional 61, BA6.
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Imagem 9: Emblema da
Esquadra 751, BA6.
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Imagem 10: Emblema da
Esquadra 752, BA4.
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Imagem 11: Emblema da
Esquadra 711, BA4.
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Todas estas Esquadras têm como lema «Para que outros vivam», devido à missão de busca e salvamento.
A partir de 1979 os SA-330C Puma foram modernizados segundo a versão SA-330H, aparelho SAR, trabalho realizado nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), em Alverca, com a instalação de flutuadores insufláveis, de moderno equipamento de navegação e de voo por instrumentos, entre os quais se destacam o radar OMERA ORB-31, a plataforma de inércia Litton LTN-72R e o Doppler Marconi AN / APN 208V, indispensáveis para as operações de busca e salvamento.
Imagem 12: Emblema dos Recuperadores-Salvadores, Esquadra 751, BA6 (1998) |
Em 1994 foram
alteradas as matrículas das aeronaves da FAP, cabendo aos SA-330 a numeração
compreendida entre as matrículas 19501 e 19513.
A pintura dos
SA-330C Puma sofreu diversas alterações. Inicialmente, apresentavam-se
inteiramente em verde-azeitona, com a Cruz de Cristo, sobre círculo branco,
nos lados da fuselagem, perto da ligação
com o cone de cauda e por baixo da cabina de pilotagem. Os rectângulos com as
cores nacionais, sem escudo, estavam colocados em ambos os lados do
estabilizador vertical, no enfiamento do cone da cauda. Os números de matrícula,
em algarismos pretos, encontravam-se na parte lateral inferior da fuselagem,
entre as portas das cabinas de pilotagem e de passageiros, e também no
estabilizador vertical, sobre os rectângulos com as cores nacionais. As pás do
rotor principal apresentavam-se com as superfícies superiores em verde-azeitona
com as pontas em amarelo claro, bem como as do rotor de cauda, estas com as
pontas em vermelho.
Em 1973, ano em
que apareceram os mísseis terra-ar nos teatros de operação da Guiné e
Moçambique, foram inteiramente pintados em verde-azeitona anti-radiação, com
uma faixa vermelha no dorso, desde a cauda à base do rotor principal.
Com o fim da
Guerra do Ultramar, em 1974, regressaram à Metrópole e foram especialmente
equipados para SAR, missões de busca e salvamento marítimo, conforme referido
acima. Ao último esquema de pintura foram acrescentadas pinturas vermelho
dayglo, que cobriam a cabina de pilotagem e as carenagens de recolha do trem
principal.
Com a aplicação
da Portaria 101/80, a partir de 1981 passaram a ser pintados de camuflado de dois tons de verde ( FS 34.079 e FS
34.102) e castanho (FS 30.219), com as superfícies inferiores em cinzento claro
(FS 36.662), com a linha de contacto ondeada. As pás dos dois rotores foram
pintadas num dos tons verde da camuflagem. Os porões e as pernas do trem de
aterragem foram pintadas em cinzento (FS 36.663 e FS 36.662, respectivamente)
e a cobertura da antena do radar a preto
(FS 37.083). Uma faixa amarela (FS 33.538) passou a envolver o cone de cauda
(ou fuselagem posterior) junto do estabilizador vertical, sobre a qual foi
pintada uma seta vermelha, chamando a atenção para o perigo do rotor de cauda.
Imagem 13: Pumas na placa de estacionamento da BA6, Montijo, 1995. |
A insígnia da
Cruz de Cristo, sobre círculo branco com 37 cm de diâmetro, passou para a
estrutura do cone de cauda, perto da ligação à fuselagem. A matrícula
encontra-se unicamente nos lados da fuselagem, entre as portas da cabina de
pilotagem e de passageiros, em algarismos pretos (FS 37.038), com 15 cm de
altura.
Durante o
decorrer das décadas de 70 a 90, os SA-330 Puma assumem um papel importante no cumprimento
da missão primária atribuída às Esquadras 751 e 752, mas também, e sobretudo
nas diferentes missões de âmbito civil, como por exemplo, nas situações de
catástrofe natural. Neste sentido refira-se aqui entre outros o papel da
Esquadra 751 que, em 1979, aquando das inundações no Rio Tejo, executa 163
missões, nas quais foram transportadas ou evacuadas 1386 pessoas.
Igualmente em 1980,
aquando de um grande terremoto nos Açores, a Esquadra 752, integrada em todo o
dispositivo da BA4, executa um trabalho muito importante no apoio às
populações, em acções diversas, funcionando como elo de ligação para as necessidades
mais básicas como cuidados de saúde e de alimentação.
(continua)
Fontes (segunda parte):
- Imagens 4 e 13: © Carlos Pedro - Blog Altimagem;
- Imagens 5, 6, 7, 10 e 11: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000;
- Imagens 8, 9 e 12: Colecção Altimagem;
- Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000;
- Alguns extractos de texto: Cortesia de Blog Walkarounds-ccadf - Texto de Rui Ferreira e Nuno Martins.
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