Imagem 1: Casa C-212-100 Aviocar |
CASA C-212-100-A1 AVIOCAR
CASA C-212-100-A2P AVIOCAR
CASA C-212-100 ECM AVIOCAR
CASA C-212-100-B2 AVIOCAR
CASA C-212-100-A2P AVIOCAR
CASA C-212-100 ECM AVIOCAR
CASA C-212-100-B2 AVIOCAR
CASA C-212-300 AVIOCAR
Quantidade:
26
C-212-100: 24
C-212-300: 2
Utilizador:
Força Aérea
Entrada
ao serviço: 2 de Outubro de 1974
Data
de abate: 6 de Dezembro de 2011
Dados técnicos:
a)
Tipo de Aeronave
Avião bimotor turbo-hélice terrestre, de trem de
aterragem triciclo fixo, mono-plano de asa alta, revestimento metálico, cabina
integrada na fuselagem, com rampa para carga, concebido para transporte táctico
ligeiro. Tripulação: 3 (2 pilotos e 1 mecânico).
b)
Construtor
CASA - Construcciones Aeronáuticas S.A. / Espanha;
Sob licença: Nurtanio (INTA) / Indonésia.
c)
Motopropulsor
Motores: 2 motores
C-212-100: Turbo hélice Garret Airserach TPE-331-5-251C, de 715 hp;
C-212-300: Turbo hélice Garret Airserach TPE-331-10R-513C, de 925
hp.
Hélices: Metálicos, de quatro pás, de passo variável,
reverso e posição de bandeira.
d)
Dimensões
C-212-100 C-212-300
Envergadura …………..........19,00 m 20,30 m
Comprimento…..…………...15,15 m 16,10 m
Altura………….……………......6,29 m 6,60 m
Área alar ……….……...........40,00 m² 40,05 m²
e)
Pesos
Peso vazio……………..…….3.650 kg 4.300 Kg
Peso máximo………………..6.500 kg 8.100 Kg
f)
Performances
Velocidade máxima ……..……..360 Km/h 360 Km/h
Velocidade de cruzeiro ……......275 Km/h 270 Km/h
Tecto de serviço ……………...7.320 m 7.600 m
Raio de acção ………………..1.920 Km 1.900 Km
Autonomia…………………..…5:40 h 5:40 h
Autonomia com depósitos auxiliares.................................7:30
h
g)
Armamento
Sem armamento.
h)
Capacidade de transporte
18 passageiros; ou 16 pára-quedistas
equipados; ou 12 macas; ou 2.000 Kg de carga.
Resumo histórico:
O estudo do Aviocar remonta a
1967, quando a CASA (Construcciones Aeronáuticas S.A.) decidiu abordar o problema
da substituição dos velhos Douglas DC-3/C-47 da Força Aérea Espanhola, e
desenhar um bimotor de carga de pequena tonelagem com características STOL
(Short Take-Off and Landing).
Depois de anos de investigação e
desenvolvimento, o primeiro protótipo do C-212, designado pela aviação militar
de XT.12-1, realizou o voo inaugural em 26 de Março de 1971.
Demonstrando agressividade
comercial, a CASA não perdeu tempo e apresentou este protótipo – exemplar único
– na conhecida mostra internacional de material aeronáutico Salon International
de L’Aéronautique et de L’Espace de Le Bourguet, França, em 1971.
Em 23 de Outubro de 1971 voou o
segundo protótipo, o CASA XT.12-2. O programa de provas prosseguiu durante o
ano de 1972. Em 1973, a CASA voltou a apresentar, desta vez a nível oficial, no
festival de Le Bourguet um CASA 212 Aviocar com alterações provenientes das
provas realizadas, entre elas a substituição dos hélices de três pás pelos de
quatro pás, que viriam a ser utilizados nos aviões de produção.
Na sequência do festival de Le
Bourguet, nos fins de 1973, Portugal encomendou 20 CASA 212-100 Aviocar,
inaugurando uma extensa carteira de encomendas. Também por essa época a
Indonésia obteve a licença de construção dos Aviocar, prolongando a produção
até à década de oitenta.
Só em 1974 é que o CASA 212-100
Aviocar entra ao serviço do Ejército del Aire (Força Aérea Espanhola), em
entregas sucessivas até alcançar as 74 unidades. Os primeiros aviões entregues
pela CASA destinaram-se ao reconhecimento fotográfico e foram colocados em
Cuatro Vientos (Madrid). Seguiram-se dois para instrução, que foram para San
Janvier, mais dois para transporte VIP e os restantes para transporte geral e
lançamento de pára-quedistas.
A Força Aérea Espanhola continuou
a encomendar os Aviocar, muitos deles
para missões específicas, tais como ambulância, patrulhamento marítimo,
busca e salvamento (SAR), contra-medidas electrónicas e lançamento de carga a
baixa altitude com extracção através de pára-quedas.
Ao longo dos anos, o Aviocar foi
recebendo melhoramentos, com a aplicação de motores mais potentes, novo desenho
das asas e do conjunto estabilizador da cauda. A partir de 1979 começou a
operar a nova série, designada por C-212-200, seguindo-se o CASA 212-300, com
capacidade para mais 1.500 Kg de carga.
Para além do sucesso a nível
nacional, o Aviocar representa o maior êxito da indústria aeronáutica
espanhola. A sua robustez, características STOL, simplicidade de manutenção, grande poder de manobra, versatilidade e a grande rampa são atributos a seu favor.
Voaram, e ainda voam, nos céus dos cinco continentes, em versões civis e militares. Os utilizadores mais significativos, para além da Espanha, são o Abu Dhabi, Angola, Chade, Chile, Colômbia, Indonésia, Jordânia, México, Moçambique, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Portugal, Somália, Sudão, Tailândia, Uruguai, Venezuela e Zimbábue.
Voaram, e ainda voam, nos céus dos cinco continentes, em versões civis e militares. Os utilizadores mais significativos, para além da Espanha, são o Abu Dhabi, Angola, Chade, Chile, Colômbia, Indonésia, Jordânia, México, Moçambique, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Portugal, Somália, Sudão, Tailândia, Uruguai, Venezuela e Zimbábue.
Imagem 3: Casa C-212-300 Aviocar |
Percurso em Portugal:
Em 1973 a Força Aérea Portuguesa
(FAP) iniciou o estudo para aquisição de aviões bimotores de transporte médio,
a fim de substituir os cansados Douglas C-47 Dakota e os Nord Aviation 2501 e
2502 Noratlas. Na sequência do festival de Le Bourguet, em 1973, Portugal
encomendou 20 aviões CASA C-212-100 Aviocar, que foram recebidos em finais de
1974 e início de 1975, sendo colocados na Esquadra 32 da Base Aérea N° 3 (BA3),
Tancos.
Imagem 4: Emblema da Esquadra 32, BA3. |
Com os números de construção
indicados entre parêntesis, receberam as seguintes matrículas da FAP: 6501
(A1-3-13), 6502 (A1-4-14), 6503 (A1-7-17) e 6504 (A1-8-18).
Os restantes 16, designados
C-212-100-A-2P Aviocar, foram sujeitos a modificações especificadas pela FAP,
pelo que eram conhecidos na fábrica pelos “portugueses” ou simplesmente por
“P”. As modificações incluíam a porta da cabina da tripulação a abrir de cima
para baixo, servindo de escada, e a bolha transparente retirada e substituída
por um painel para saída de emergência, onde foi aplicado o suporte para
instalação do periscópio do sextante de navegação.
As matrículas atribuídas e os
correspondentes números de construção foram os seguintes: 6505 (A2-1-25), 6506
(A2-2-26), 6507 (A2-3-28), 6508 (A2-4-29), 6509 (A2-5-32), 6510 (A2-6-33), 6511
(A2-7-35), 6512 (A2-8-36), 6513 (A2-9-37), 6514 (A2-10-38), 6515 (A2-11-41),
6516 (A2-12-47), 6517 (A2-13-49), 6518 (A2-14-50), 6519 (A2-15-53) e 6520
(A2-16-54).
(continua)
Fontes (primeira parte):
Fontes (primeira parte):
- Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
- Imagem 2: Cortesia de Combat Aircraft.com;
- Imagem 3: © Carlos Pedro - Blog Altimagem;
- Imagem 4: Colecção Altimagem;
- Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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