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REIMS-CESSNA FTB-337G
Quantidade:
32
Utilizador:
Força Aérea
Entrada
ao serviço: Dezembro de 1974
Data
de abate: 2007
Dados técnicos:
a)
Tipo de Aeronave
Avião
bimotor com motores em tandem, terrestre, de trem de aterragem triciclo
retráctil, mono-plano de asa alta, com dois fusos de cauda e duplo estabilizador
vertical, revestimento metálico, cabina integrada na fuselagem, concebido para
operações militares de apoio táctico e transporte ligeiro. Tripulação: 1
(piloto).
b)
Construtor
Cessna
Aircraft Corp. / USA.
Sob
licença: Reims-Aviation / França.
c)
Motopropulsor
Motores:
2 motores Continental (ou Rolls-Royce) IO-360-D, de 6 cilindros opostos
arrefecidos por ar, sobrealimentado, de 225 hp. Hélices: Metálicos, de duas
pás, de passo variável e posição de bandeira. O hélice posterior é de menor
diâmetro em relação ao hélice anterior.
d)
Dimensões
Envergadura …………..........12,10 m
Comprimento…..…………......9,07 m
Altura………….…………….....2,34 m
Área alar ……….……...........18,81 m²
e)
Pesos
Peso vazio……………..…….1.454 kg
Peso máximo………………..2.100 kg
f)
Performances
Velocidade máxima ……..……..360 Km/h
Velocidade de cruzeiro ……......277 Km/h
Tecto de serviço ………….…..7.260 m
Raio de acção ………………..1.577 Km
Raio de acção a baixo regime..2.398 Km
g)
Armamento
Suspenso
nas asas, em alternativa:
4
calhas lança-foguetes;
4
metralhadoras ligeiras;
4
bombas.
h)
Capacidade de transporte
4
passageiros; ou 2 macas e 1 assistente.
Resumo histórico:
Durante muitos anos a Cessna
desenvolveu estudos no sentido de obter um avião ligeiro simples de operar, de
baixo custo, seguro e confortável, de quatro a seis lugares e que oferecesse a
reconhecida vantagem dos bimotores.
Na sequência do estudo, optou por
aplicar o “conceito CLT” (Center-Line Thrust), que consiste na colocação dos
dois motores na fuselagem, um à frente e outro atrás, eliminando os problemas
de torque.
Como corolário do trabalho,
surgiu um pequeno avião bi-fuselado, com dois motores em tandem e trem fixo, que
foi designado por Cessna Model 336 – Skymaster, cujo protótipo voou pela
primeira vez no dia 28 de Fevereiro de 1961.
Aprovado oficialmente em Maio de
1962, os aviões de produção de série começaram a sair da fábrica em Maio de
1963. Não obtiveram grande sucesso, particularmente pelo antiquado trem de
aterragem fixo. As vendas foram modestas. Até Janeiro de 1965 produziram-se
somente 195 unidades.
No mês seguinte foi apresentado o
Cessna Model 337 Super Skymaster, com as asas modificadas, novo formato da
fuselagem, seis lugares, trem retráctil, melhores performances e outras
alterações que o tornaram num avião diferente.
Este modelo foi bem aceite e em
breve surgiram algumas variantes, entre elas o Cessna 337 Turbo System Super
Skymaster, com motores sobrealimentados e cabina pressurizada.
A Força Aérea dos Estados Unidos
(USAF) interessou-se pelo avião, por ser de operação semelhante aos pequenos
mono-motores e usufruir da segurança dos bimotores.
A versão militar foi designada
por Cessna O-2A, com seis lugares, duplo comando, destinada a missões de
reconhecimento e posto de controlo aéreo, com capacidade para transportar
diverso armamento ligeiro ofensivo suspenso em quatro suportes instalados sob
as asas, estas necessariamente reforçadas. A USAF adquiriu 299 aviões O-2A, que
substituíram os mono-motores O-I Dog Bird.
Os O-2A actuaram em larga escala
na Guerra do Vietname, executando missões de controlo aéreo avançado,
reconhecimento aero-fotográfico e visual, detecção e sinalização de objectivos
para os aviões de ataque ao solo, busca de tripulantes, evacuação de feridos,
transporte de ligação e muitas mais, algumas de alto risco, como as missões de
detecção de anti-aéreas, voando baixo para servir de alvo e informando das suas
localizações os aviões encarregados da sua supressão.
Em Março de 1967 começaram a
operar 32 aviões da versão Cessna O-2B. Eram da versão civil Cessna 337 Super
Skymaster, convertidos para a guerra psicológica, equipados com altifalantes e
dispositivos para lançar panfletos.
A fim de fornecer o mercado
europeu, os Cessna 337 Super Skymaster começaram a ser produzidos em França,
pela Reims-Aviation, com a designação Reims-Cessna F-337 Super Skymaster.
Em 1970 a Reims-Aviation
construiu uma versão militar com características de aterragem e descolagem em
curtas distâncias (STOL – Short Take-Off and Landing), designada por
FTMA-Milirôle, cujo protótipo efectuou o primeiro voo em 26 de
Maio de 1970.
A evolução dos FTMA originou a
nova designação de Reims-Cessna FTB-337 Milirôle.
As versões militares dos Cessna 337 são utilizadas em vários países, principalmente na América Central e Ásia. São referidos como operadores destes aviões a Tailândia, Haiti, Honduras, Nicarágua e Senegal. A partir de 1973, a Rodésia dispôs de duas dezenas de Reims-Cessna FTB-33, que designou de Lynx, que utilizou na luta anti-guerrilha, armados com metralhadoras e foguetes instalados em pods suspensos nas asas. Em 1980 alguns destes aviões eram operados pela Força Aérea do Zimbabué.
Esta aeronave tem uma história interessante. Ela foi usada,
dentre outras, pela organização não governamental Brothers to the Rescue, que actuaram
de 1991 a 2001 em missões de busca e salvamento de cubanos que tentavam fugir
do regime de Fidel Castro em botes e pequenas embarcações. Uma vez encontrados,
eram jogados salva-vidas e suprimentos e contactada a Guarda Costeira dos
Estados Unidos para apoio. Em 1996, duas destas aeronaves foram abatidas pela
Força Aérea Cubana, mesmo estando em águas internacionais. Uma terceira escapou
do ataque.
Não são conhecidos os resultados
comerciais que a Reims-Aviation obteve com os Reims-Cessna FTB-337 no mercado
internacional, para além da venda de 32 aviões a Portugal e 20 à Rodésia.
Sabe-se apenas que foram construídas 1859 unidades na versão padrão (Cessna
Model 337 Super Skymaster) e 332 unidades na versão pressurizada (Cessna 337
Turbo System Super Skymaster). Da versão militar O-2 foram construídas 513
unidades nas várias versões.
(continua)
Fontes (primeira parte):
(continua)
Fontes (primeira parte):
- Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
- Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
- Imagem 3: © Carlos Pedro - Blog Altimagem;
- Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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