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27 setembro 2014

Lockheed C-130H Hércules (segunda parte)

Ver  Lockheed C-130H Hércules (primeira parte)

(continuação)

Imagem 4

Resumo histórico (continuação):
     A necessidade de encontrar um avião-cisterna e a versatilidade do Hércules conjugaram-se e as experiências de reabastecimento em voo começaram no Verão de 1957, utilizando dois C-130A. O primeiro voo do avião então desenvolvido, o  KC-130F, foi realizado em 22 de Janeiro de 1960, começando os aviões de série a ser entregues em Novembro de 1962.
     A US Navy adquiriu 46 aviões-cisterna KC-130F, que foram utilizados pelo Corpo de Fuzileiros dos Estados Unidos (USMC). Equipados para reabastecer aeronaves em voo, transportavam para este fim 13.620 litros de combustível no compartimento de carga, podendo reabastecer duas aeronaves em simultâneo. O equipamento de reabastecimento podia ser removido de forma fácil e rápida, ficando semelhantes aos C-130B, permitindo a utilização dos aviões em missões de transporte de assalto.
     Os C-130F destinaram-se também à US Navy, que inicialmente os designou por GV-IU. Equipados para missões de transporte, eram semelhantes aos KC-130F, sem os depósitos suspensos nas asas nem o equipamento interno para reabastecimento em voo. Foram construídos sete exemplares deste modelo.
     A US Navy recebeu também quatro aviões do modelo LC-130F, inicialmente designados C-130BL. Originalmente do modelo C-130B, foram transformados para operar no Antárctico, resultando num modelo “naval” muito semelhante ao C-130D.
     O modelo C-130H é, basicamente, o C-130E com fuselagem 3,10 m mais comprida, com motores Allison T-56-A-15 de 4.910 hp. Alguns Lockheed HC-130H foram especialmente construídos para missões de busca e salvamento, com maior autonomia, grande antena de radar colocada no dorso e dotados de dois mastros colocados horizontalmente na parte frontal da fuselagem, que permitiam “enganchar” e recuperar da superfície para bordo do avião pessoas ou objectos até 230 Kg de peso.

     A versão Lockheed C-130K ou C Mk I é praticamente o modelo C-130H destinado à Real Força Aérea Britânica (RAF), com equipamentos electrónicos de origem britânica, dos quais foram produzidos 100 exemplares.
     A Grã-Bretanha foi autorizada a construir estes aviões, que denominou de Hércules C-130 MK III.
O modelo L-382B/Lockheed 100 é a versão comercial do C-130 com algum equipamento militar retirado. Foram certificados para transporte comercial pela Federal Aviation Agency (FAA), dos Estados Unidos, em 16 de Fevereiro de 1965.
     Muitas versões e respectivas variantes continuaram a ser produzidas, tais como os EC-130 (guerra electrónica), os WC-130 (de reconhecimento meteorológico), os AC-130 (com postos de tiro lateral para missões anti-guerrilha), o AC-130, o KC-130 (reabastecimento em voo) e o MC-130 (tropas especiais norte-americanas).
     Sobrevivendo aos testes mais difíceis, às aterragens mais duras em pistas curtas e minimamente preparadas e ao constante esforço de cargas pesadas, muitos dos C-130 mais antigos ainda hoje se encontram ao serviço.
     O seu legado, iniciado a meio do Século XX, irá continuar em pleno pelo novo Século que agora se inicia, estando já atribuído à nova versão C-130J equipada com novos motores e novos hélices propulsores, que lhe permitem alcançar novas e melhores performances. De forma inquestionável, o símbolo de força e dureza, durabilidade e fiabilidade e de desempenho multifacetado de missões pertence ao C-130 Hércules.
Para missões civis, destaca-se o L-100 e a aplicação do C-130 a combate a incêndios.
     Depois da autêntica epopeia que protagonizaram na Guerra do Vietname, são agora uma presença assídua nas missões humanitárias de apoio a refugiados e vítimas de catástrofes, no âmbito da ONU ou outras organizações inter-governamentais.
     Em 13 de Março de 1978 saiu das linhas de produção o 1.500° C-130, um C-130H, que foi entregue ao Sudão.
     Passados mais de cinquenta anos desde o seu primeiro voo, o Lockheed C-130 Hércules consegue o “milagre” de continuar a ser um avião actualizado, operando em 69 países espalhados pelos cinco continentes.

Imagem 5

Percurso em Portugal:
     No estudo do re-apetrechamento que a Força Aérea Portuguesa (FAP) iniciou em 1976, ficou evidente que não dispunha de aviões de transporte de capacidade média. Para colmatar a falta, em 29 de Setembro de 1976 foram encomendados à Lockheed cinco aviões Lockheed C-130H Hércules. Mais tarde foi encomendado o sexto avião.
Imagem 6: Pormenor da cauda de um
C-130H, com o símbolo da Esquadra 501.
     Os dois primeiros chegaram a Portugal no dia 15 de Setembro de 1977. No dia 19 de Junho de 1978 chegaram mais três. O sexto chegou em finais de 1991 (versão C-130H-30).
  FAP e a correspondência com os números de construção, que se indica entre parêntesis, é a seguinte: 6801 (4749), 6802 (4753), 6803 (4772), 6804 (4777), 6805 (4778) e 6806 (5264).
   As matrículas atribuídas pela
     Os aviões números 6803, 6804 e 6805 são da versão C-130H e os 6801, 6802 e 6803 são da versão C-130H-30, “alongados” em 4,572 metros, transformação que foi efectuada aos 6801 e 6802 nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), em Alverca. O 6806 foi adquirido já na configuração de C-130H-30.
     Foram colocados na Esquadra 501 do Grupo Operacional 61 da Base Aérea N° 6 (BA6), Montijo (ver imagem 7).
Para operar estas aeronaves foi criada a 23 de Setembro de 1977 a Esquadra de Transporte e Patrulhamento Marítimo que viria a adoptar a designação de Esquadra de Transportes 501, em 1978.
A Esquadra 501, que adoptou o nome de “Bisontes”, é uma Unidade de Transporte Aéreo Táctico.

Imagem 7: Emblema do G.O.61,
BA6.
     


     Os Lockheed C-130H têm desenvolvido grande actividade, essencialmente em missões de transporte, não só militar, mas também civil, do âmbito governamental e também da Organização das Nações Unidas (ONU). Estiveram envolvidos no apoio às tropas portuguesas na ex-Jugoslávia, na evacuação de cidadãos portugueses na ex-República do Zaire, no apoio humanitário à população do Ruanda, na evacuação de refugiados da Guerra do Golfo (Operação “Desert Storm”) , no apoio ao Contingente Nacional empenhado na reconstrução de Timor Leste, no destacamento da FAP em Avianno, Itália, durante a Operação “Allied Force” e a participação na Operação “Fingal” de auxílio durante a crise no Afeganistão, no âmbito das operações da International Security Assistance Force (ISAF), patrocinada inicialmente pelas Nações Unidas (ONU) e, numa fase posterior, também pela NATO... e muitas, muitas outras missões espalhadas pelo mundo.

(continua)


Ver  Lockheed C-130H Hércules (terceira parte)


Fontes (segunda parte):
  • Imagens 4 a 6: © Carlos PedroBlog Altimagem;
  • Imagem 7: Colecção Altimagem;
  • Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.

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