(continuação)
Imagem 4 |
Resumo histórico (continuação):
A necessidade de encontrar um
avião-cisterna e a versatilidade do Hércules conjugaram-se e as experiências de
reabastecimento em voo começaram no Verão de 1957, utilizando dois C-130A. O
primeiro voo do avião então desenvolvido, o
KC-130F, foi realizado em 22 de Janeiro de 1960, começando os aviões de
série a ser entregues em Novembro de 1962.
A US Navy adquiriu 46
aviões-cisterna KC-130F, que foram utilizados pelo Corpo de Fuzileiros dos
Estados Unidos (USMC). Equipados para reabastecer aeronaves em voo,
transportavam para este fim 13.620 litros de combustível no compartimento de
carga, podendo reabastecer duas aeronaves em simultâneo. O equipamento de
reabastecimento podia ser removido de forma fácil e rápida, ficando semelhantes
aos C-130B, permitindo a utilização dos aviões em missões de transporte de
assalto.
Os C-130F destinaram-se também à
US Navy, que inicialmente os designou por GV-IU. Equipados para missões de
transporte, eram semelhantes aos KC-130F, sem os depósitos suspensos nas asas
nem o equipamento interno para reabastecimento em voo. Foram construídos sete
exemplares deste modelo.
A US Navy recebeu também quatro
aviões do modelo LC-130F, inicialmente designados C-130BL. Originalmente do
modelo C-130B, foram transformados para operar no Antárctico, resultando num
modelo “naval” muito semelhante ao C-130D.
O modelo C-130H é, basicamente, o
C-130E com fuselagem 3,10 m mais comprida, com motores Allison T-56-A-15 de
4.910 hp. Alguns Lockheed HC-130H foram especialmente construídos para missões
de busca e salvamento, com maior autonomia, grande antena de radar colocada no
dorso e dotados de dois mastros colocados horizontalmente na parte frontal da
fuselagem, que permitiam “enganchar” e recuperar da superfície para bordo do
avião pessoas ou objectos até 230 Kg de peso.
A versão Lockheed C-130K ou C Mk I é praticamente o modelo C-130H destinado à Real Força Aérea Britânica (RAF), com equipamentos electrónicos de origem britânica, dos quais foram produzidos 100 exemplares.
A Grã-Bretanha foi autorizada a construir estes aviões, que denominou de Hércules C-130 MK III.
O modelo L-382B/Lockheed 100 é a
versão comercial do C-130 com algum equipamento militar retirado. Foram
certificados para transporte comercial pela Federal Aviation Agency (FAA), dos
Estados Unidos, em 16 de Fevereiro de 1965.
Muitas versões e respectivas
variantes continuaram a ser produzidas, tais como os EC-130 (guerra electrónica),
os WC-130 (de reconhecimento meteorológico), os AC-130 (com postos de tiro
lateral para missões anti-guerrilha), o AC-130, o KC-130 (reabastecimento em
voo) e o MC-130 (tropas especiais norte-americanas).
Sobrevivendo aos
testes mais difíceis, às aterragens mais duras em pistas curtas e minimamente
preparadas e ao constante esforço de cargas pesadas, muitos dos C-130 mais
antigos ainda hoje se encontram ao serviço.
O seu legado, iniciado a meio do Século XX, irá continuar em pleno pelo novo Século que agora se inicia, estando já atribuído à nova versão C-130J equipada com novos motores e novos hélices propulsores, que lhe permitem alcançar novas e melhores performances. De forma inquestionável, o símbolo de força e dureza, durabilidade e fiabilidade e de desempenho multifacetado de missões pertence ao C-130 Hércules.
O seu legado, iniciado a meio do Século XX, irá continuar em pleno pelo novo Século que agora se inicia, estando já atribuído à nova versão C-130J equipada com novos motores e novos hélices propulsores, que lhe permitem alcançar novas e melhores performances. De forma inquestionável, o símbolo de força e dureza, durabilidade e fiabilidade e de desempenho multifacetado de missões pertence ao C-130 Hércules.
Para missões civis, destaca-se o
L-100 e a aplicação do C-130 a combate a incêndios.
Depois da autêntica epopeia que
protagonizaram na Guerra do Vietname, são agora uma presença assídua nas
missões humanitárias de apoio a refugiados e vítimas de catástrofes, no âmbito
da ONU ou outras organizações inter-governamentais.
Em 13 de Março de 1978 saiu das
linhas de produção o 1.500° C-130, um C-130H, que foi entregue ao Sudão.
Passados mais de cinquenta anos
desde o seu primeiro voo, o Lockheed C-130 Hércules consegue o “milagre” de
continuar a ser um avião actualizado, operando em 69 países espalhados pelos
cinco continentes.
Percurso em Portugal:
No estudo do re-apetrechamento que
a Força Aérea Portuguesa (FAP) iniciou em 1976, ficou evidente que não dispunha
de aviões de transporte de capacidade média. Para colmatar a falta, em 29 de
Setembro de 1976 foram encomendados à Lockheed cinco aviões Lockheed C-130H
Hércules. Mais tarde foi encomendado o sexto avião.
Imagem 6: Pormenor da cauda de um C-130H, com o símbolo da Esquadra 501. |
As matrículas atribuídas pela
Os aviões números 6803, 6804 e
6805 são da versão C-130H e os 6801, 6802 e 6803 são da versão C-130H-30,
“alongados” em 4,572 metros, transformação que foi efectuada aos 6801 e 6802
nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), em Alverca. O 6806 foi
adquirido já na configuração de C-130H-30.
Foram colocados na Esquadra 501
do Grupo Operacional 61 da Base Aérea N° 6 (BA6), Montijo (ver imagem 7).
Para operar
estas aeronaves foi criada a 23 de Setembro de 1977 a Esquadra de Transporte e
Patrulhamento Marítimo que viria a adoptar a designação de Esquadra de Transportes 501, em 1978.
A Esquadra 501, que
adoptou o nome de “Bisontes”, é uma Unidade de Transporte Aéreo Táctico.Imagem 7: Emblema do G.O.61, BA6. |
Os Lockheed C-130H têm desenvolvido grande actividade, essencialmente em missões de transporte, não só militar, mas também civil, do âmbito governamental e também da Organização das Nações Unidas (ONU). Estiveram envolvidos no apoio às tropas portuguesas na ex-Jugoslávia, na evacuação de cidadãos portugueses na ex-República do Zaire, no apoio humanitário à população do Ruanda, na evacuação de refugiados da Guerra do Golfo (Operação “Desert Storm”) , no apoio ao Contingente Nacional empenhado na reconstrução de Timor Leste, no destacamento da FAP em Avianno, Itália, durante a Operação “Allied Force” e a participação na Operação “Fingal” de auxílio durante a crise no Afeganistão, no âmbito das operações da International Security Assistance Force (ISAF), patrocinada inicialmente pelas Nações Unidas (ONU) e, numa fase posterior, também pela NATO... e muitas, muitas outras missões espalhadas pelo mundo.
(continua)
Fontes (segunda parte):
Fontes (segunda parte):
- Imagens 4 a 6: © Carlos Pedro - Blog Altimagem;
- Imagem 7: Colecção Altimagem;
- Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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