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13 setembro 2014

Nortthrop T-38 Talon

Imagem 1

NORTHROP T-38A TALON

Quantidade: 12
Utilizador: Força Aérea
Entrada ao serviço: 1976
Data de abate: 1993


Dados técnicos:
a)       Tipo de Aeronave
Avião supersónico, bi-reactor terrestre, de trem de aterragem triciclo retráctil, mono-plano de asa baixa em delta, revestimento metálico, bi-lugar em tandem com cabina de cobertura transparente, concebido para treino avançado de pilotos.
Tripulação: 2 (piloto-instrutor e aluno).
b)       Construtor
Northrop Aircraft Inc. / USA.
c)       Motopropulsor
Motores: 2 motores turbo-reactores General Electric J85-GE-5A, com pós-combustão (afterburner), de 1.748 Kgf de impulsão.
d)       Dimensões
                Envergadura …………..............7,70 m
                Comprimento…..………….....14,13 m
                Altura………….…………..….....3,92 m
                Área alar ……….…….............15,80 m²
e)       Pesos
                Peso vazio……………..….….3.475 kg
                Peso máximo………………...5.362 kg
f)        Performances
                Velocidade máxima ……..…….Mach 1.3
                Velocidade de cruzeiro …….....1.104 Km/h
                Tecto de serviço ……………...16.335 m
                Raio de acção ………………....1.759 Km
g)      Armamento
Sem armamento.
h)      Capacidade de transporte
Nenhuma.


Imagem 2

Resumo histórico:
     No início dos anos cinquenta, enquanto as super potências se equipavam com caças caros e sofisticados, uma equipa da Northrop visitou vários países da Europa e do Sudeste Asiático, realizando um meticuloso estudo sobre as suas capacidades técnicas e económicas para operar os modernos aviões de combate a reacção. Deste empreendimento resultou a identificação da necessidade de um avião multi-funcional de baixo custo.
     A partir dos elementos obtidos, a Northrop construiu o protótipo N-156A, um avião bimotor a reacção, supersónico, que efectuou o primeiro voo em 10 de Abril de 1959.
     O desenvolvimento deste protótipo decorreu simultaneamente em duas vertentes com finalidades distintas: uma com o protótipo N-156T, do qual resultou o bi-lugar de instrução que recebeu a designação da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) de Northrop T-38 Talon e outra com o protótipo N-156F, cuja produção normal foi designada por Northrop F-5 Freedom Fighter, um monolugar destinado a missões de combate.
     O Departamento de Defesa dos Estados Unidos elegeu o Northrop F-5 como o avião de combate a fornecer aos países aliados.
     A produção dos T-38 Talon foi iniciada em 17 de Março de 1961, saindo da linha de fabrico à razão de 12 por mês. O 650° avião foi entregue à USAF em Dezembro de 1965. Foram construídos 1.187 exemplares que entraram ao serviço do Comando de Treino da USAF, que manteve cerca de 900 ao serviço por muitos anos, enquanto que 17 foram entregues à Marinha dos Estados Unidos (US Navy), 34 à NASA, 12 a Portugal, 30 à Turquia e 115 foram convertidos para treino armado, designados por Northrop AT-38B, utilizados pelo Comando Aéreo Táctico.

     O T-38 Talon foi o primeiro avião concebido para treino de pilotos a ultrapassar a barreira do som. Foi igualmente o primeiro avião supersónico construído nos Estados Unidos a completar o programa de testes sem qualquer acidente grave, o que se confirmou depois de entrar ao serviço. Comparado com outros aviões da USAF, foi considerado o supersónico com o menor número total de acidentes.
     No final dos anos noventa, enquanto se esperava que os T-38 fossem retirados de serviço, a USAF implementou um programa de actualização, dotando-os de equipamentos e motores da última geração, prolongando-lhes a vida operacional por mais uma dezena de anos.
     Muitos pilotos dos países da NATO receberam instrução em Northrop T-38 Talon nas escolas da USAF.


Percurso em Portugal:
     Em fins de 1976 a USAF cedeu a Portugal, por empréstimo, seis aviões Northtrop T-38A Talon, para adaptação dos pilotos destinados ao Northrop F-5E Tiger II, que a Força Aérea Portuguesa (FAP) esperava receber em breve, o que nunca se concretizou.
     Chegaram a Portugal desmontados, transportados dos Estados Unidos num avião C-5 Galaxy que aterrou em Lisboa. Seguiram para as Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), Alverca, onde foram montados.
Imagem 3: Emblema da
Esquadra 201, BA5.

     Foram colocados na Base Aérea N° 5 (BA5), Monte Real, atribuídos à Esquadra 201, equipada com North-American F-86F Sabre. Foram aplicadas as insígnias da FAP mas mantiveram as matrículas da USAF.
     No dia 21 de Janeiro de 1980 aterrou em Alverca outro C-5 Galaxy com mais seis Talon. Nesta altura, os Estados Unidos ofereceram os doze aviões a Portugal.

     Receberam então as matrículas da FAP, cuja correspondência com os números de série da USAF, entre parêntesis, era a seguinte: 2601 (61-0843), 2602 (61-0853), 2603 (61-0868), 2604 (61-0890), 2605 (61-0897), 2606 (61-0915), 2607 (61-0815), 2608 (61-0837), 2609 (61-0840), 2610 (61-0867), 2611 (61-0872) e 2612 (61-0903).
     Com o abate dos F-86F Sabre em Julho de 1980, a Esquadra 201 foi extinta e os T-38 colocados na Esquadra 103, em conjunto com os Lockheed T-33 T-Bird, mantendo-se na BA5. Para melhor rendimento operacional, a Esquadra 103 foi dividida em duas Esquadrilhas, uma de T-38 e outra de T-33, usufruindo de independência operacional.
     Em Janeiro de 1987 a Esquadra 103 é transferida para a Base Aérea N° 11 (BA11), Beja, com os T-33 e os T-38, mantendo o sistema de duas esquadrilhas.
     Em 1990 os Northrop T-38A Talon começaram, finalmente, a ter uma missão específica. Passaram a ser utilizados no Curso de Introdução Operacional (CIO), tendo em vista o aperfeiçoamento dos pilotos destinados às esquadras de combate.
Imagem 4: Emblema da
Esquadra 103

     No ano seguinte eram o suporte do Curso de Instrução Complementar de Pilotagem de Aviões de Combate (CICPAC), em substituição dos T-33 T-Bird, então na fase de desactivação progressiva.
Os T-38 Talon foram desactivados em 1993, sendo substituídos nas suas tarefas pelos Alpha Jet.

     Mantiveram-se sempre pintados em branco (FS 17.875), com a parte da fuselagem em frente da cabina em preto anti-reflexo (FS 37.038). Apresentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo branco com 45 cm de diâmetro e coroa circular de separação em azul escuro (FS 15.102), no extra-dorso da asa esquerda, no intradorso da asa direita e nos lados da fuselagem, entre as entradas de ar dos motores e os bordos de ataque das asas. As cores nacionais, sem escudo, estavam colocadas dentro de um rectângulo nos lados do estabilizador vertical. Os números de matrícula, com 51 cm de altura, encontravam-se a preto (FS 17.038), em ambos os lados das asas, alternando com a insígnia e também sobre os rectângulos com as cores nacionais no estabilizador vertical, estes com 21 cm de altura.

Imagem 5: à esquerda: Emblema da Esquadrilha de T-38 (Esquadra 103).
À direita: Distintivo dos pilotos de T-38 (Esquadra 103).


     Após o abate ao efectivo, em 1993, alguns T-38 foram entregues ao Museu do Ar e um encontra-se no Aeródromo de Trânsito N°1 (AT1), Aeroporto de Figo Maduro, Lisboa, colocado em pedestal.


Fontes:
  • Imagem 1: © Carlos PedroBlog Altimagem;
  • Imagem 2: Cortesia de  Richard Ferriere - 3 vues;
  • Imagens 3 a 5 e Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.

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