Imagem 1 |
VOUGHT A-7P CORSAIR II
VOUGHT TA-7P CORSAIR II
Quantidades:
50
A-7P: 44
TA-7P: 6
Utilizador:
Força Aérea
Entrada
ao serviço: 24 de Dezembro de 1981
Data
de abate: 10 de Julho de 1999
Dados técnicos: (Versão A-7P)
a)
Tipo de Aeronave
Avião
transónico monorreactor terrestre, de trem de aterragem triciclo retráctil,
monoplano de asa alta, revestimento metálico, cabina integrada na fuselagem,
destinado a missões de ataque a alvos de superfície a partir de porta-aviões.
Tripulação:
1 (piloto).
b)
Construtor
Ling-Temco-Vought Aerospace
Corp. (LTV) / USA.
c)
Motopropulsor
Motor:
1 motor turbofan Pratt & Whitney TF30-P408, sem pós-combustão, de 6.074 Kgf de impulsão.
d)
Dimensões
Envergadura …………...........11,79 m
Comprimento…..………….....14,06 m
Altura………….……………......4,93 m
Área alar ……….……............34,84 m²
e)
Pesos
Peso vazio……………..….….7.737 kg
Peso máximo……………….19.050 kg
f)
Performances
Velocidade máxima (nível do mar) ….1.123 Km/h (Mach 1.02)
Velocidade de cruzeiro ...........dependente da altitude
Tecto de serviço ………..................12.545 m
Raio de acção normal...................…3.668 Km
Raio de combate (com carga)...........1.150 Km
Raio de combate (com carga)...........1.150 Km
Raio de acção máximo.....................5.245 Km
g)
Armamento
2
canhões Mk 12, de 20 mm;
6.805
Kg de armamento transportado em 6 (3+3) suportes
nas asas e dois na fuselagem. A gama de armamento
utilizável inclui mísseis ar-ar (Sidewinder AIM9P), ou
ar-terra (Maverick AGM-65), foguetes de 2,75 polegadas, bombas
low drag ou hig drag de 250 ou 500 Kg, entre outros.
h)
Capacidade de transporte
Nenhuma.
Resumo histórico:
Em 11 de Fevereiro de 1974, a
Marinha dos Estados Unidos (US Navy) declarou a LTV (Ling-Temco-Vought)
vencedora do concurso para a produção de uma aeronave sub-sónica ligeira de
ataque diurno, com um mínimo de aviónicos, monolugar e mono-motor, para operar a
partir de porta-aviões e com capacidade para transportar grande quantidade de
armamento não-nuclear.
A Us Navy tinha, então, em vista
a substituição dos A-4 Skyhawk, de ataque diurno.
A LTV propôs a adaptação do
Vought F-8 Crusader – um interceptor utilizado com sucesso pela US Navy desde
1957 – a um novo avião, com custos de produção inferiores e velocidade superior
aos mínimos estabelecidos no concurso. Ao restringir o desempenho para
velocidades sub-sónicas – o Crusader atingia Mach 1.7 – o peso da estrutura foi
reduzido, o alcance espectacularmente aumentado e a disponibilidade para
transporte de armas quadruplicado. A nova aeronave foi designada por
LTV A-7 Corsair II.
O protótipo inicial realizou o primeiro voo no dia 27 de Setembro de 1965. Outros protótipos se seguiram, tendo o sétimo realizado os testes para qualificação operacional em 15 de Novembro de 1965, a bordo do porta-aviões “USS América”.
Em Outubro de 1966 a US Navy
recebeu a primeira remessa destes aviões: 199 LTV A-7A, aos quais se seguiram 196
da versão A-7B, com motores mais potentes e capacidade para operar de dia e de
noite, em quaisquer condições meteorológicas.
Também em 1966 a Força Aérea dos
Estados Unidos (USAF) adoptou o Corsair II, numa versão com motor mais potente,
um canhão Vulcan de 20 mm e de canos múltiplos e com os mais modernos
equipamentos electrónicos de navegação e tiro, que recebeu a designação de
A-7D. A US Navy também adoptou este modelo, designando-o por A-7E.
Os A-7D Corsair II da USAF foram
os primeiros aviões que permitiram ao piloto conhecer exactamente as suas
coordenadas geográficas ao longo do voo. O sistema de navegação e tiro NWDS
(Navigation and Weapons Delivery System), de grande precisão, é hoje um
equipamento vulgar. Mas foram os A-7D Corsair II e a correspondente versão
naval, os A-7E Corsair II, os primeiros que o utilizaram.
Os A7-D participaram activamente
na Guerra do Vietname como bombardeiros e em missões de escolta a helicópteros
que actuavam atrás das linhas de combate, para resgatar tripulações de
aeronaves abatidas. Os A7-E actuaram na mesma região como bombardeiros.
Em Outubro de 1977, os A-7D
Corsair II da USAF ganharam todos os prémios disponíveis na “Competição de
Bombardeamento Táctico” que decorreu na Escócia, promovida pela Real Força
Aérea Britânica (RAF), ultrapassando os resultados dos modernos Jaguares
britânicos.
Também em 1977 a USAF equipou os
A-7D com flaps automáticos, para melhorar o seu desempenho em atitudes com
ângulos de ataque pronunciados, acrescentando o sistema laser detector de alvos
(TISL – Target Indicator System Laser) o que, ligado ao visor frontal (HUD – Head-Up
Display), aperfeiçoou ainda mais a precisão de bombardeamento. A US Navy
equipou os A7-E com o sistema de visão frontal com infravermelhos, aumentando
significativamente a capacidade de operar à noite e em más condições
meteorológicas.
Em 1983 os A7-E Corsair II do porta-aviões “USS Eisenhower” actuaram no Líbano, deslocando-se daí para as Caraíbas, onde participaram em Outubro desse ano na invasão a Granada. Ainda que não se confrontassem com armas sofisticadas, a sua actuação foi determinante na destruição do sistema defensivo da ilha.
No dia 14 de Abril de 1986 seis
A-7E Corsair II da US Navy aniquilaram os radares e destruíram as rampas dos
mísseis de defesa aérea da Base de Bengazi, na Líbia, permitindo que os Grumman
A-6E Intruder atingissem os alvos em retaliação séria.
A versão final foi a A-7K Corsair
II, a única versão utilizada apenas pela Guarda Aérea Nacional dos Estados
Unidos (Air National Guard).
Imagem 3: A-7P na BA4, Ilha Terceira, Açores. |
Todas as versões tiveram a
variante bi-lugar, designada por TA-7 Corsair II, essencialmente para treino de
pilotos, embora mantendo a capacidade de combate.
A produção dos A-7 Corsair II foi
encerrada com a entrega do 1.545° avião, em Setembro de 1984. Tal facto não
significou o fim dos Corsair II, pois os A-7D da USAF continuaram a ser
operados até ao fim de 1993.
Os A-7K da Air National Guard
mantiveram-se activos até meados da década de noventa. A US Navy converteu
alguns TA-7E Corsair II para a guerra electrónica, designando-os, designando-os
por EA-7L, que se mantiveram operacionais até 1992, ano em que a última
esquadra de A-7 da US Navy realizou a transição para o F/A-18 Hornet.
(continua)
Fontes (primeira parte):
- Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
- Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
- Imagem 3: © Carlos Pedro - Blog Altimagem;
- Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
Sem comentários:
Enviar um comentário