Ver EADS C-295M (primeira parte)
Imagem 5 |
Percurso em Portugal:
A 17 de Fevereiro de 2006 o Governo português assina um contrato em regime de Operational
Leasing para aquisição de 12 aeronaves EADS C-295, em três versões distintas (ver imagem 6). As aeronaves, fabricadas pelo braço espanhol
da empresa CASA, entretanto absorvida pela EADS, destinaram-se a substituir o velhinho CASA C-212 Aviocar.
A aquisição
deste tipo de aeronave tornou-se prioritária face à urgência em dispor de um
meio aéreo que conjugasse uma série de valências que permitissem responder com
eficácia e apuro técnico-táctico às missões de vigilância marítima (VIMAR).
Este tipo de missão inclui tipologias tão diversas como fiscalização de
actividades ilícitas (imigração ilegal, tráfico de droga), controlo de pescas e
monitorização de poluição.
Imagem 6 |
Partindo de uma
base comum, versão PG01, qualquer das aeronaves adquiridas permite cumprir um
alargado leque de missões, bastando para isso modificar o seu interior através
de “kits” aplicáveis num curto espaço de tempo, que adaptam a aeronave aos fins
pretendidos: Busca e Salvamento (SAR), Transporte VIP, Evacuações Médicas
(MEDEVAC) e Carga Aérea Geral, entre outros.
Temos depois a versão PG02 com
capacidade acrescida para realizar missões de Vigilância Marítima e a versão
PG03 que acumula com todas as anteriores a Fotografia Aérea (RFOT).
Das 12 aeronaves adquiridas, sete são na versão PG01, três na versão PG02 e duas na versão PG03, de modo a permitir, em permanência, aeronaves disponíveis para todas as missões. Por outras palavras, do total das 12 aeronaves, 7 são da versão de Transporte Táctico (Versão PG01 - C-295M) e as restantes 5 estarão vocacionados para missões de Vigilância Marítima (Versão PG02 - VIMAR, C-295MPA Persuader), sendo que deste grupo, 2 estarão equipadas com o Sistema de Reconhecimento Fotográfico (Versão PG03 - RFOT). As 12 aeronaves terão, todas, capacidade SAR (Search And Rescue) e TA (Transporte Aéreo), como já foi referido.
A par da Defesa Aérea e das Missões de Apoio, a Força Aérea apresenta hoje uma capacidade única de ISR (Intelligence, Surveillance and Reconnaissance - Reconhecimento, Vigilância e Informações) no âmbito das Operações Aéreas Anti-Superfície em ambiente marítimo e terrestre, contribuindo simultaneamente para melhorar a Capacidade Militar Nacional de Comando, Controlo e Vigilância, através das aeronaves C-295M e P-3C/CUP+.
Exclusivo das duas aeronaves VIMAR / RFOT é o sistema de infra-vermelhos STAR SAFIRE IV HD-FLIR que permite a disponibilização de uma imagem de alta resolução obtida através do sensor electro-óptico, muito útil nas missões SAR, VIMAR e RFOT.(ver imagem 7).
A par da Defesa Aérea e das Missões de Apoio, a Força Aérea apresenta hoje uma capacidade única de ISR (Intelligence, Surveillance and Reconnaissance - Reconhecimento, Vigilância e Informações) no âmbito das Operações Aéreas Anti-Superfície em ambiente marítimo e terrestre, contribuindo simultaneamente para melhorar a Capacidade Militar Nacional de Comando, Controlo e Vigilância, através das aeronaves C-295M e P-3C/CUP+.
Exclusivo das duas aeronaves VIMAR / RFOT é o sistema de infra-vermelhos STAR SAFIRE IV HD-FLIR que permite a disponibilização de uma imagem de alta resolução obtida através do sensor electro-óptico, muito útil nas missões SAR, VIMAR e RFOT.(ver imagem 7).
Imagem 7: C-295M com o Sistema Electro-óptico STAR SAFIRE IV HD-FLIR, exclusivo dos C-295 MPA Persuader (VIMAR/RFOT) |
De salientar, ainda, a função de Formação de Navegadores (SIFNAV), cujo kit de equipamentos foi criado pela Força Aérea Portuguesa (FAP), já
numa fase avançada de aquisição do C-295.
O primeiro voo
em território nacional e a apresentação em solo português realizou-se por
ocasião das comemorações do 56º aniversário da Força Aérea, na Base Aérea nº 4 (BA4), Lajes, Açores, em Julho de 2008.
No dia 18 de Novembro de 2008, em Madrid, na Base Aérea de Getafe, teve lugar a entrega oficial, pela firma EADS à DEFAERLOC, do primeiro C-295M que Portugal encomendou em Fevereiro de 2006. A DEFAERLOC, Locação de Aeronaves Militares, SA, empresa do grupo EMPORDEF (Empresa Portuguesa de Defesa SGPS), comprou os aparelhos com o financiamento de instituições bancárias para os colocar à disposição da Força Aérea pelo sistema de “leasing operacional”, ou seja, mediante o pagamento de uma determinada importância anual. Segundo a Lei de Programação Militar a verba autorizada para este programa é da ordem dos 400 milhões de euros, a pagar até 2021.
A entrega das
primeiras duas aeronaves à Esquadra 502 ocorreria, contudo, apenas
a 26 de Fevereiro de 2009, na Base Aérea nº 6 (BA6), Montijo, para onde, na mesma data, foi transferida a Esquadra 502 «Elefantes». A partir de
então, os Elefantes empenhar-se-iam em adquirir a capacidade operacional na
nova aeronave, para as diferentes missões atribuídas, tendo assumido as
importantes missões de MedEvac e SAR a 02 de Outubro de 2009.
Imagem 8: Brasão da Base Aérea nº 6 (BA6) |
Imagem 9: Emblema da
Esquadra 502, original
|
Imagem 10: Emblema da Esquadra 502, definitivo |
A origem da Esquadra 502 remonta ao ano de 1937, altura em que foi capacitada com os aviões JUNKER JU52, que realizavam um vasto leque de missões desde transporte aéreo-geral a bombardeamento nocturno. Com a criação da Força Aérea Portuguesa como ramo independente das Forças Armadas surgiu a Esquadra 32. No ano de 1971 recebe os primeiros Nord "Noratlas", continuando os Junkers a voar até 1972. Com o desenvolvimento do conflito nos territórios ultramarinos, a Esquadra 32 desempenhou um importante papel no apoio à missão da Força Aérea.
Actualmente, a Esquadra 502 realiza missões de Transporte Aéreo, Transporte Aéreo-táctico, Apoio Logístico, Vigilância Marítima, Busca e Salvamento, Evacuações Aero-médicas, Lançamento de Tropas Aerotransportadas, lançamento de carga aérea e Transporte de Altas Entidades.
Imagem 11: Interior do C-295M |
No dia 5 de Novembro de 2010, mais uma indelével página da história da aviação militar em Portugal se escreveu.
Depois de 34
anos de leais serviços em prol da vida humana, o CASA C-212 Aviocar despede-se
dos céus da Região Autónoma da Madeira (RAM) e do respectivo DAM (Destacamento
Aéreo da Madeira) cedendo o seu lugar ao EADS C-295M Persuader.
Imagem 12: Interior do C-295M |
No DAM, sedeado
no Aeródromo de Manobra nº3 (AM3), Porto Santo, Madeira será a FOB 2, onde
ficará estacionado 1 avião com capacidade VIMAR/Táctico.
Tanto na BA4
como no AM3, será igualmente mantido um alerta H24 para as missões SAR/MedEvac.
A Esquadra 502 manterá, como já é tradição, capacidade para uma FOB 3, algures no mundo, sempre que for chamada a isso.
Missão da Esquadra 502:
- Executar operações de Transporte Aéreo, Busca e Salvamento, Vigilância Marítima, Reconhecimento e Fotografia Aérea e Instrução de Navegadores.
Elementos de Missão:
- Operações de transporte aéreo logístico intra teatro e inter teatro;
- Operações aerotransportadas;
- Operações aéreas especiais;
- Operações de evacuação sanitária;
- Operações de busca e salvamento;
- Operações de reconhecimento e fotografia aérea;
- Operações de vigilância marítima.
Fontes (segunda parte):
Imagens 5, 11 e 12: © Carlos Pedro - Altimagem;
Imagens 6, 7 e 13: Cortesia de EMFA - Estado Maior da Força Aérea, Esquadra 502;
Imagens 8, 9 e 10: Colecção Altimagem.
Texto:
- Cortesia de EMFA - Estado maior da Força Aérea, Esquadra 502;
- Cortesia de OPERAÇÕES - Arquivo de Imprensa do PÁSSARO DE FERRO;
- Cortesia de MAIS ALTO - Revista da Força Aérea Portuguesa, número 400, de Novembro/Dezembro de 2012.