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JUNKERS Ju-86 K-7
Quantidade: 10
Utilizador: Aeronáutica Militar
Entrada ao serviço: 25 de Agosto de 1938
Data de abate: 1945
Dados técnicos: (versão Ju-86 K-7)
a. Tipo de Aeronave
Avião bimotor terrestre, de trem de aterragem convencional retráctil, mono-plano de asa baixa, com revestimento metálico, estabilizador vertical duplo, cabina integrada na fuselagem, destinado a missões militares de bombardeamento e a missões civis de transporte. Tripulação: 5 (2 pilotos, navegador-bombardeiro-metralhador, rádio-operador-metralhador e mecânico-metralhador).
b. Construtor
Junkers Flugzeug und Motorenwerke AG / Alemanha;
Sob licença: SAAB - Svenska Aeroplan Aktiebolaget / Suécia.
c. Motopropulsor
Motores: 2 motores BMW 123D, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 810 hp cada.
Hélices: Metálicos, de três pás, de passo variável.
d. Dimensões
Envergadura …………....22,50 m
Comprimento…..….…….17,86 m
Altura………….……...……4,78 m
Área alar ……….…….….81,14 m²
e. Pesos
Peso vazio……………...…5.800 kg
Peso máximo……………..8.200 kg
f. Performances
Velocidade máxima …………..350 Km/h
Velocidade de cruzeiro ……….275 Km/h
Tecto de serviço …………..…7.500 m
Raio de acção …………….….1.400 Km
g. Armamento
Defensivo: 3 metralhadoras MG 17 (ou Lewis) de calibre 7,9 mm, instaladas no nariz, no dorso e na barriga do avião;
Ofensivo: 800 Kg de bombas, transportadas no interior da fuselagem.
h. Capacidade de transporte
800 Kg de carga.
A Junkers designou o projecto de Junkers Ju-86. Pela primeira vez, abandonou os tradicionais revestimentos corrugados, assim como os robustos trens de aterragem fixos, instalando um trem de aterragem principal retráctil, com patim de cauda fixo. Contudo, manteve o tradicional desenho das enormes asas baixas, com lemes e flaps destacados. Tinha estabilizador vertical duplo.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
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Resumo histórico:
Em 1933, o Governo Alemão encomendou à Junkers o estudo de um moderno e rápido avião bimotor de transporte comercial para ser utilizado pela Deutsche Lufthansa, com características para facilmente ser transformado em bombardeiro médio.
A Junkers designou o projecto de Junkers Ju-86. Pela primeira vez, abandonou os tradicionais revestimentos corrugados, assim como os robustos trens de aterragem fixos, instalando um trem de aterragem principal retráctil, com patim de cauda fixo. Contudo, manteve o tradicional desenho das enormes asas baixas, com lemes e flaps destacados. Tinha estabilizador vertical duplo.
O primeiro protótipo foi construído em cinco meses. Designado Ju-86ab1, realizou o primeiro voo em 4 de Novembro de 1934, com motores Siemens SAM22, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar e, incrivelmente, com hélices de madeira, de duas pás e passo fixo.
O segundo protótipo, designado Ju-86cb, foi o primeiro da versão de bombardeiro, com um posto de metralhadora dorsal e outro ventral, retráctil. Iniciou os voos de teste em Janeiro de 1935, com motores radiais SAM22 e hélices metálicos de três pás. A partir de Março começou a utilizar os motores Jumo 205C Diesel. O Ju-86ba1 foi o primeiro protótipo da versão de transporte comercial. Tinha acomodação para dez passageiros, bem como janelas ao longo da fuselagem.
Entretanto, foi adoptada a nova designação de Ju-86 V1 (ex-Ju-86ab1), Ju-86 V2 (ex-Ju-86ba1) e Ju-86 V3 (ex-Ju-86cb).
Entre 1935 e 1942 fabricaram-se várias versões do Ju-86, a saber:
- Maio de 1935: Ju-86 V4, versão de transporte. (As versões de transporte passaram depois a designar-se por JU-86B);
- Agosto de 1935: JU-86 V5, versão de bombardeamento (As versões de bombardeamento passaram depois a designar-se por JU-86A);
- Fins de 1935: Ju-86A-0, bombardeiro;
- Início de 1936: Ju-86A-1, bombardeiro, com motores Junkers Jumo 205C-4 Diesel, de 600 hp;
- 1935: Ju-86B-0, transporte comercial, motores Jumo 205C Diesel;
- 1936: Ju-86C-1, transporte comercial, motores Jumo 205C Diesel;
- 1936: Ju-86K-1, versão bombardeiro fabricada na Alemanha com a colaboração da Suécia, motores Pratt & Witney Hornet S1E-G, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar , de 875 hp cada;
- Outubro de 1936: Ju-86D-1, bombardeiro, versão melhorada da anterior, com novo conjunto estabilizador de cauda e aumento da capacidade dos depósitos de combustível;
- 1937: Ju-86K-4, bombardeiro, com motores Bristol Pegasus III, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 820 hp cada;
- 1937: Ju-86K-5, idem, para os aviões remanescentes da versão Ju-86K-1 equipados com motores Bristol Pegasus;
- 1937: Ju-86E-1, bombardeiro, igual à anterior, mas com motores radiais BMW 132F, de 9 cilindros arrefecidos por ar, de 810 hp;
- Início de 1938: JU-86 V10, (era um Ju-86E-1 com a parte da frente da fuselagem modificada). A versão de produção recebeu a designação de Ju-86G-1. Utilizava motores BMW 132N, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 865 hp cada;
- 1938: Ju-86K-13, bombardeiro fabricado pela SAAB (Suécia), motores Bristol Pegasus XXIV, de 980 hp;
- Fevereiro de 1940: Ju-86P V1, protótipo, bombardeiro, versão para alta altitude, motores Jumo 207 Diesel, de 950 hp cada;
- Março de 1940: Ju-86P V2, idem, protótipo;
- 1940: Ju-86P-1, desenvolvimento dos protótipos anteriores. Bombardeiro de alta altitude, com 800 Kg de bombas;
- 1940: Ju-86P-2, reconhecimento de alta altitude, equipados com câmaras fotográficas;
- Primavera de 1942: Ju-86R-1 e Ju-86R-2, com motores Jumo 207B-3, de 1000 hp;
(Ju-86K - versão militar para exportação.)
(Ju-86Z - versão civil para exportação.)
A história do Ju-86 é a de um avião que nunca se completou. Acabou por ser um avião de transporte civil sem grande imagem e um bombardeiro ineficaz, apesar de, inicialmente, apresentar perspectivas de ser um avião moderno, rápido e eficiente.
Percurso em Portugal:
Os Junkers Ju-86 operaram na Aeronáutica Militar (A.M.) entre 1938 e 1945. Os dez aparelhos recebidos eram da versão Ju-86 K-7, uma versão militar de exportação. Estavam equipados com motores radiais BMW 132D. Em 25 de Agosto de 1938 foram oficialmente entregues à Base Aérea da Ota, onde constituíram o Grupo de Bombardeamento Diurno. Foram os primeiros aviões de trem retráctil a operar em Portugal.
A pintura, ao contrário da tradicional camuflagem germânica - verde, cinzento e castanho, separados por linhas quebradas - se apresentavam numa estranha camuflagem em castanho, verde escuro e amarelo torrado, com linhas de separação onduladas. As superfícies inferiores das asas e da fuselagem estavam pintadas em azul claro. Foram registados na A.M. com a numeração 251 a 260.
Apresentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, em ambos os lados das asas; a bandeira nacional, com escudo, nas faces exteriores dos dois estabilizadores verticais e, nos lados da fuselagem, o número de matrícula pintado em algarismos pretos.
É notável a escassez de elementos sobre a vida destes aviões em Portugal.
Pode concluir-se que se conservaram “fiéis” às características verificadas desde os primeiros voos dos protótipos, o que contribuiu para a sua fraca e quase desconhecida actividade em Portugal e também para a sua curta vida operacional.
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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