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GRUMMAN G-21B
Quantidade: 12
Utilizador: Aviação Naval e Força Aérea
Entrada ao serviço: Abril de 1940
Data de abate: 1955
Dados técnicos:
a. Tipo de Aeronave
Avião bimotor anfíbio ou hidroavião, de trem de aterragem retráctil e casco (ou hidroavião de casco), com flutuadores-estabilizadores nas asas, monoplano de asa alta, revestido a metal, cabina integrada na fuselagem, destinado a transporte geral. Tripulação: 2 (pilotos).
b. Construtor
Grumman Aircraft Engineering Co. / USA.
c. Motopropulsor
Motores: 2 motores Pratt & Whitney R-958 Wasp Júnior, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 450 hp cada.
Hélices: Metálicos, de duas pás, de passo variável.
d. Dimensões
Comprimento…..………..11,68 m
Altura………….……..…….4,57 m
Área alar ……….……......34,50 m²
e. Pesos
Peso vazio………….…..…2.875 kg
Peso máximo……………..3.650 kg
f. Performances
Velocidade máxima ……..…..323 Km/h
Velocidade de cruzeiro ……...307 Km/h
Tecto de serviço ……….…...7.100 m
Raio de acção ………………1.930 Km
g. Armamento
Sem armamento.
h. Capacidade de transporte
8 passageiros ou o equivalente em carga.
Resumo histórico:
O Grumman G-21A Goose, nome dado pelos ingleses à versão anfíbia do Grumman G-21, era um avião anfíbio de transporte comercial com capacidade para oito passageiros, cujo protótipo realizou o primeiro voo em Junho de 1937. O seu bom desempenho chamou a atenção da Marinha dos Estados Unidos (US Navy), que encomendou 20 exemplares de uma versão designada por JRF, que entraram ao serviço em Outubro de 1939.
Entre 1939 e 1940 foram construídos cerca de 300 exemplares para fins militares, nas versões JRF-1, para a US Navy, e JRF-2 pra a Guarda Costeira dos Estados Unidos (US Coast Guard).
Foram também construídas pequenas quantidades das versões JRF-1A, para reboque de alvos e fotografia aérea; JRF-3, com equipamento de degelo para operarem nas regiões do Norte dos Estados Unidos; JRF-4, versão melhorada do JRF-1; JRF-5, destinada à Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF), que foi utilizada para fotografia aérea e, finalmente, a versão JRF-6, para instrução e treino de navegadores.
A Real Força Aérea do Canadá (RCAF) utilizou alguns JRF-5, e a Real Marinha Britânica (Royal Navy) a versão civil anfíbia G-21A Goose.
A produção das versões JRF cessou em Setembro de 1945, mas os aviões continuaram a ser usados durante mais alguns anos pela US Navy e US Coast Guard em missões de transporte utilitário.
Em 1946, a Marinha Francesa (Aéronavale) utilizou os Grumman G-21A Goose no reconhecimento costeiro, tendo prestado bons serviços na detecção de navios naufragados durante a II Guerra Mundial, junto da costa francesa, serviço muito importante para o traçado das rotas marítimas.
Foi ainda fabricada a versão Grumman G-21B, os únicos hidroaviões (“não anfíbios”) produzidos especificamente para Portugal e, por vezes, erroneamente, chamados de “Goose” que, como foi dito atrás, era o nome dado pelos ingleses à versão anfíbia, o G-21A.
Em 1966 ainda voavam alguns Goose civis, com motores turbo-hélice, adaptados para transporte de executivos, com acomodações requintadas.
Percurso em Portugal:
- Aviação Naval
Em 1939, a Aviação Naval (A.N.), numa tentativa de acompanhar o desenvolvimento da Aeronáutica Militar (A.M.), encomendou aos Estados Unidos doze Grumman G-21B. Estes aviões, na concepção original, eram anfíbios. A A.N. adquiriu-os modificados para hidroaviões puros, isto é, sem o trem de aterragem. Foram produzidos especificamente para Portugal. Esta modificação era justificada com a necessidade de converter o peso do trem de aterragem em peso de combustível, a fim de poderem alcançar os Açores.
Os Grumman G-21B chegaram a Portugal em 1940: dois em Abril, quatro em Maio, mais quatro em Junho e os dois últimos em Julho. Vieram a voar desde os Estados Unidos, com escala nos Açores, tripulados por portugueses.
A A.N. numerou-os de 97 a 108, segundo o esquema de matrículas sequencial então em vigor, a que correspondiam os números de construção de 1088 a 1099, respectivamente.
Foram colocados nos Centros de Aviação Naval (CAN) de Lisboa (Bom Sucesso) e de Aveiro (S. Jacinto), onde executaram missões de reconhecimento e patrulhamento marítimo, transporte geral e fotografia aérea.
Em 1941 foram deslocados para o CAN de Ponta Delgada os Grumman G-21B números 100, 103 e 105. Em 3 de Novembro de 1941 um forte temporal provocou a destruição do número 100, baixa que foi reposta com o envio do número 102. O CAN de Ponta Delgada foi extinto em 31 de Julho de 1946 e o material devolvido ao Continente.
Durante a II Guerra Mundial fizeram várias travessias Lisboa-Açores e vice-versa, bem como inúmeras missões de busca e salvamento, partindo dos CAN do Continente e dos Açores.
Imagem 3: Símbolo do CAN de Aveiro |
Os hidroaviões do CAN de Aveiro apresentavam, a meio da fuselagem, o tradicional emblema, a andorinha preta. (Imagem 1).
A partir de 1943, ano em que a A.N. adoptou o sistema de matrículas alfanumérico, mantiveram a numeração anterior, agora antecedida da letra “G”, de Grumman (G-97, G-98, etc.).
- Força Aérea
Por força da integração da Aviação Naval na Força Aérea, em 1952, dos 11 Grumman G-21B existentes na Aviação Naval (1 foi destruído), 2 foram transferidos para a Base Aérea Nº 7, S. Jacinto, e 9 para a Esquadrilha Naval da Portela, situada no Aeródromo da Portela em Lisboa.
Ainda nesse ano, a Base Aero-Naval do Montijo recebeu estes 9 Grumman. Este modelo, G-21B, foram os únicos hidroaviões produzidos pelo construtor especificamente para Portugal, e por vezes, erroneamente chamados “Goose”, nome dado pelos ingleses à versão anfíbia deste construtor, o G-21A.
A FAP não lhes aplicou quaisquer modificações na pintura ou nas insígnias e nunca os integrou em qualquer plano operacional, tendo provavelmente sido utilizados enquanto aguardavam o respectivo processo de abate, que foi completado em 1955.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Texto: - "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000; - "História da Força Aérea Portuguesa", Volume III, Página 184 - Coronel Piloto-Aviador Edgar Pereira da Costa Cardoso, Edição Cromocolor, Lda., Lisboa, 1984; - "Mais Alto" - Revista da Força Aérea Portuguesa, Nº 341, Janeiro / Fevereiro de 2003, Página 40.
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