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VICKERS-ARMSTRONG WELLINGTON Mk Ic
Quantidade:
3
Utilizador:
Aeronáutica Militar
Entrada
ao serviço: 7 de Setembro de 1943
Data
de abate: Desconhecida
Dados técnicos:
a)
Tipo de Aeronave
Avião
bimotor terrestre, de trem de aterragem convencional retráctil, com roda de
cauda, mono-plano de asa média, revestimento misto (metal e tela), mono-plano,
cabina integrada na fuselagem, concebido como bombardeiro de longo alcance.
Tripulação: 5 (2 pilotos, mecânico, navegador e rádio-operador).
b)
Construtor
Vickers-Armstrong Ltd. /
Grã-Bretanha.
c)
Motopropulsor
Motores:
2 motores Bristol Pegasus XVIII, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de
1.050 hp.
Hélices:
metálicos, de três pás, de passo variável e posição de bandeira.
d)
Dimensões
Envergadura
…………...........26,26 m
Comprimento…..….………....19,68
m
Altura………….………...….…...5,31
m
Área
alar ……….….,,,..….desconhecido
e)
Pesos
Peso
vazio……………..…….8.430 kg
Peso
máximo………………12.928 kg
f)
Performances
Velocidade
máxima ….....…..380 Km/h
Velocidade
de cruzeiro …desconhecido
Tecto
de serviço ……......…5.500 m
Raio
de acção…….....…….3.540 Km
g)
Armamento
Defensivo:
6 metralhadoras de calibre 0,303
polegadas
(2 no nariz, 2 na cauda e 1 em cada lado da
fuselagem);
Ofensivo:
2.040 Kg de bombas.
h)
Capacidade de transporte
Equivalente
ao peso das bombas.
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Resumo histórico:
A Vickers-Armstrong iniciou em 1932 o projecto de
um bimotor de bombardeamento, aplicando um moderno tipo de construção de
formato geodésico que já tinha utilizado com sucesso no mono-motor
Vickers-Wellesley.
O protótipo, designado pelo fabricante de B-9/32 Crecy, realizou o primeiro voo em 15 de Junho de 1936. Tratava-se de um robusto bimotor de asa média, com grandes compartimentos no interior da fuselagem para transporte de bombas e duas torres de tiro com uma metralhadora simples, uma instalada no nariz e outra na cauda. Dado o êxito que obteve nos voos experimentais, a Royal Air Force (RAF) ordenou a produção em série sob a designação definitiva de Vickers-Armstrong Wellington.
O protótipo, designado pelo fabricante de B-9/32 Crecy, realizou o primeiro voo em 15 de Junho de 1936. Tratava-se de um robusto bimotor de asa média, com grandes compartimentos no interior da fuselagem para transporte de bombas e duas torres de tiro com uma metralhadora simples, uma instalada no nariz e outra na cauda. Dado o êxito que obteve nos voos experimentais, a Royal Air Force (RAF) ordenou a produção em série sob a designação definitiva de Vickers-Armstrong Wellington.
A
versão inicial foi designada por Wellington Mk I, equipada com dois motores
Bristol Pegasus XVIII de 9 cilindros radiais e 1.050 hp de potência.
Apresentava uma torre de tiro no nariz e outra na cauda, ambas com
metralhadoras simples. Tinha capacidade para transportar 2.040 Kg de bombas.
Começaram a ser fornecidos em Dezembro de 1937, tendo sido construídos 180
exemplares. Seguiram-se 187 exemplares da variante Wellington Mk Ia, com torres
de tiro comandadas electricamente. Foram igualmente construídos 2.685
exemplares da variante Wellington Mk Ic, com a defesa melhorada com duas metralhadoras,
uma de cada lado da fuselagem.
Em
Março de 1939 começou a voar a versão Wellington Mk II, utilizando motores
Rolls-Royce Merlin X, de 12 cilindros em linha arrefecidos por líquido, de
1.145 hp. Foram produzidos 401 aviões desta versão.
No
dia 3 de Setembro de 1939, nove Wellington Mk I da Esquadra 99 descolaram de
Mildenhall para executarem a primeira missão de bombardeamento da RAF na
Segunda Guerra Mundial, tendo como objectivo os navios de guerra alemães na
costa da Dinamarca. Foi um início operacional desanimador, uma vez que
regressaram à base sem encontrarem os alvos. Foram mais felizes no dia
seguinte, pois tiveram êxito no ataque a navios germânicos perto de
Wilhelmeshaven.
Os
Wellington Mk III, operacionais desde Maio de 1939, voltaram a utilizar motores
radiais, os Bristol Hercules III ou XI, com 14 cilindros em dupla estrela
arrefecidos por ar, debitando 1.375 hp. Tinham as torres de tiro armadas com
quatro metralhadoras. Foram construídos 1.519 aviões desta versão.
Os
Wellington Mk IV usavam motores Pratt & Witney Twin Wasp de 14 cilindros
radiais em dupla estrela, de 1.200 hp. A maior parte dos 220 construídos foi
operada por tripulações polacas refugiadas na Grã-Bretanha.
A
versão Wellington Mk V, da qual foi construída apenas 5 exemplares, era uma
versão experimental para voos a grande altitude. Eram pressurizados e usavam
motores Bristol Hercules com compressor. Terminadas as experiências, foram
convertidos em Mk VI.
A
versão seguinte foram os Wellington Mk VI. Tinham uma envergadura bastante
maior que os das versões anteriores, eram pressurizados e usavam motores
Rolls-Royce Merlin R6SM, com 12 cilindros em V arrefecidos por líquido,
debitando 1.600 hp cada. Sem armamento ou equipamentos especiais, serviram para
treino de tripulações. Construíram-se 64 exemplares.
Da
versão Wellington Mk VII apenas foi construído um avião, para experiências com
torres de tiro Vickers S, equipadas com canhões de 40 mm e, mais tarde, com
duas metralhadoras.
Os
Wellington Mk VIII não eram mais que Wellington Mk Ic transformados para
missões de reconhecimento costeiro, equipados com radar e sistemas de armas
para luta anti-submarino. Transportavam dois torpedos. Alguns foram equipados
para destruição de minas magnéticas.
A
versão Mk IX era também uma conversão da versão Mk Ic para transporte militar.
Seguiu-se
a versão Wellington Mk X, bombardeiros iguais aos Mk III, com motores Bristol
Hercules VI ou XVI, de 1.675 hp. Foram produzidos 3.804 aviões desta versão.
Os
Wellington Mk XI, Mk XII, Mk XIII e Mk XIV eram basicamente iguais aos Mk X,
equipados para a luta naval, diferenciando-se entre si pelo equipamento e
armamento que utilizavam.
As
últimas versões foram as Mk XV e Mk XVI. Na generalidade, eram bombardeiros da
versão Wellington Mk Ic transformados para transporte. O espaço do
compartimento das bombas foi ocupado por depósitos de combustível, ficando
aptos para voos a longa distância.
A
produção dos Wellington foi acompanhando as exigências da guerra. Em 1940 eram
produzidas 134 unidades por mês, número que duplicou no ano seguinte. Nos
finais de 1941, 21 esquadras do Comando de Bombardeiros da RAF estavam
equipadas com Wellington, incluídos nos 1.043 aviões que realizaram o histórico
bombardeamento a Colónia, nos dias 30 e 31 de Março de 1941.
Os
Vickers-Armstrong Wellington foram construídos entre 1937 e 1945, num total de
11.461 exemplares. A original concepção da estrutura de formato geodésico
dotou-os de uma extraordinária resistência, que lhes permitia absorver
consideráveis danos sem grande redução das capacidades operacionais. Foram os
mais satisfatórios bombardeiros da RAF durante a II Guerra Mundial. Suportaram
a pesada tarefa dos bombardeamentos nocturnos sobre a Alemanha, até que foram
substituídos pelos pesados quadrimotores britânicos Lencaster, Halifax e
Stirling e os americanos B-17 Flying Fortress e B- 24 Liberator.
Mesmo assim,
os Wellington continuaram a guerra no médio oriente, da mesma forma que o
Comando Costeiro da RAF os utilizou em larga escala na Europa, até ao último dia
de guerra, sendo afectuosamente conhecido pelo “Wimpey”.
Depois
da guerra, centenas destes bimotores foram transformados para missões de
treino. A principal variante foi designada por Wellington T-10, mantendo-se ao
serviço da RAF até 1953. A variante Wellington T-19 foi especialmente equipada
para treino de navegação.
Percurso em Portugal:
O que aconteceu aos Vickers-Armstrong Wellington
que aterraram de emergência em Portugal durante a II Guerra Mundial é assunto
pouco claro.
Tanto
quanto se sabe, aterraram de emergência em Portugal 10 Wellington dos modelos e
com os serial number seguintes:
Ø Mk Ic: T-2572, X-3211, Z-8780, Z-9026,
Z-9098, DV-503, HD-967 e HZ-255 ;
Ø Mk X : HZ-542 ;
Ø Mk XIII : MF-148.
Quase todos estes aviões ficaram destruídos ou em
péssimo estado, uns devido às aterragens de emergência, outros incendiados
pelos próprios tripulantes.
Dois Wellington Mk Ic (serial number HD-967 e
HZ-255) foram recuperados para o voo, e um terceiro (serial number Z-9026), foi
aproveitado para fornecer peças sobressalentes.
Uma
mensagem do Governo Britânico para a sua Embaixada em Lisboa datada de 30 de
Julho de 1943, pede informações sobre diversos aviões da RAF que tinham feito
aterragens forçadas em Portugal, entre eles os Wellington com as matrículas HD
967, HZ 255 e Z 9026. Esta mensagem sugeria "canibalizar o Z9026 para manter
outros dois Wellington em condições de voo".
Os três Wellington Mk Ic foram colocados na Base Aérea N° 2 (BA2), Ota.
Os três Wellington Mk Ic foram colocados na Base Aérea N° 2 (BA2), Ota.
Documentos
confirmam que um Wellington com a matrícula da Aeronáutica Militar (AM) número
180, e com as insígnias nacionais então em uso, voou em Outubro e Novembro de
1945, com descolagens e aterragens na BA2. Ainda que não existam dúvidas quanto
à matrícula 180, não deixa de se estranhar a sua atribuição, uma vez que esta
matrícula foi dada ao penúltimo Avro 626 construído nas Oficinas Gerais de
Material Aeronáutico (OGMA).
Estes
aviões permaneceram pouco tempo na BA2, não se sabendo, ao certo, qual o seu
destino, presumindo-se que foram desmantelados e transformados em sucata, como
era costume na época. Existe também a hipótese de, pelo menos um, ter sido
devolvido à RAF.
Enquanto
permaneceram em Portugal mantiveram a pintura da RAF, com as superfícies
inferiores e os lados da fuselagem em preto. Pelo menos o avião que se
encontrava em condições de voo, ostentava a Cruz de Cristo, sobre círculo
branco, em ambos os lados das asas, bem como as cores nacionais, com escudo,
num rectângulo colocado no leme de direcção.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo
Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere.free - 3 vues;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere.free - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no
Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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