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LOCKHEED P2V-5 NEPTUNE
Quantidade:
12
Utilizador:
Força Aérea
Entrada
ao serviço: Abril de 1960
Data
de abate: Junho de 1978
Dados Técnicos:
a.
Tipo de Aeronave
Avião
bimotor terrestre, de trem de aterragem triciclo retráctil, asa média,
revestimento metálico, cabina integrada na fuselagem, destinado a missões de
reconhecimento e luta anti-submarino.
Tripulação:
8 a 10 elementos.
b.
Construtor
Lockheed
Aircraft Corp. / USA.
Sob
licença: Kawasaki / Japão.
c.
Motopropulsor
Motores:
2 motores Wright 3350-32W Cyclone turbo-compound, de 18 cilindros radiais em
dupla estrela, arrefecidos por ar, de 3.500 hp. Hélices: metálicos, de quatro
pás, de passo variável, posição de bandeira e reversível.
d.
Dimensões
Envergadura..........................31,64
m
Comprimento….....................27,93
m
Altura………….…....................8,94
m
Área
alar........................ …...92,00 m²
e.
Pesos
Peso
vazio……………..…....22.650 Kg
Peso
máximo.....................36.238 Kg
f.
Performances
Velocidade
máxima ……..…...572 Km/h
Velocidade
de cruzeiro...........332 Km/h
Tecto
de serviço …………..desconhecido
Raio
de acção……………....5.993 Km
g.
Armamento
Defensivo:
Uma torre dorsal com duas metralhadoras calibre 12,7 mm.
Ofensivo:
Bombas, minas, torpedos e cargas de profundidade,
transportadas
internamente; foguetes suspensos nas asas.
h.
Capacidade de transporte
Nenhuma.
Resumo histórico:
O Lockheed P2V Neptune foi um dos mais versáteis
e duráveis aviões da sua época. Inicialmente, a Lockheed não depositava muitas
esperanças no projecto da equipa dirigida por Jack Wassal, cujo objectivo era a
substituição do Lockheed PV-2 Harpoon por um aparelho moderno e de grande
autonomia.
Em 1944 foi substituído o contrato com o Governo
dos Estados Unidos para a construção de dois protótipos e 13 aviões
bombardeiros de patrulha, designados por P2V-1, para avaliação operacional.
Quando no dia 17 de Maio de 1945 os pilotos de testes da Lockheed, Joe Towle e Harold Johnson, realizaram o primeiro voo do protótipo Lockheed XP2V-1, estavam longe de admitir que seria utilizado por uma dezena de forças aéreas, fabricados por dois países e produzido em oito versões, num total de 1.181 exemplares.
O XP2V-1 era propulsionado por dois motores
Wright Cyclone de 2.150 hp. Com uma tripulação de sete elementos, dispunha como
armamento defensivo, de três torres de tiro: uma instalada no nariz, outra
dorsal e uma terceira na cauda, cada uma com duas metralhadoras de calibre 12,7
mm. Como armamento de ataque, podia transportar sob as asas 16 foguetes de
cinco polegadas ou ou quatro foguetes de 11,75 polegadas. No interior da
fuselagem podia transportar 8.200 Kg de bombas, minas ou cargas de
profundidade, ou, em alternativa, dois torpedos de 1.000 Kg. O protótipo operou
com um peso máximo de 24.800 Kg.
Exaustivamente testado em 1945 e 1946, foi
aprovado pela US Navy como avião de patrulha armado, com designação de Lockheed
P2V-1 Neptune Tornou-se o “rei dos mares” na luta anti-submarino (ASW) dos anos
cinquenta, equipando 23 Esquadras de primeira linha da US Navy, substituindo os
Lockheed PV-2 Harpoon e os Consolidated PB4Y-1 Privateer.
O P2V-1 com o número de série 89082, baptizado de “The Truculent Turtle” (Tartaruga Truculenta), foi o avião naval de base terrestre seleccionado pela US Navy para um espectacular voo a longa distância. Foi modificado para transportar uma enorme quantidade de combustível e preparado para transportar um peso máximo de 38.745 Kg, cerca de 11.000 Kg mais elevado que o normal. No dia 29 de Setembro de 1946 descolou de Perth, na Austrália. Passadas 55 horas e 17 minutos aterrou a 18.250 Km de distância, em Columbus, Ohio, Estados Unidos, sem qualquer aterragem ou reabastecimento. Este voo constituiu, por muitos anos, um recorde para aviões bimotores da sua classe de peso / sustentação.
O modelo seguinte, designado P2V-2 Neptune, fez o
primeiro voo em 7 de Janeiro de 1945, utilizando motores Wright Cyclone de 2.650
hp e hélices Hamilton Standard de três pás (em vez dos de quatro pás dos
P2V-1). Apresentava o nariz inteiramente fechado. Aviões de uma variante
designada por P2V-2N, conhecidos pelos “Ursos Polares”, foram equipados com
skis retracteis e utilizados na exploração da Antárctida.
Os modelos seguintes foram designados por P2V-3 e
P2V-4, ambos com nariz fechado. Facto interessante – que nunca se tinha
verificado com outros aviões – foi a introdução do termo “transporte de combate
armado e blindado”, aplicado à variante P2V-3Z, especialmente construída com
esse propósito. Aviões desta variante foram utilizados em missões de transporte
pessoal do Secretário de Estado da Marinha e do Chefe do Estado-Maior da US Navy, durante o período da Guerra da Coreia (1950-1953). Alguns Neptune
estiveram activos na Coreia, utilizando foguetes e canhões no ataque a
transportes terrestres.
Em 1949 foi atribuída aos Neptune uma tarefa fora
do âmbito da guerra naval. A Us Navy necessitava de um avião com capacidade
para descolar de porta-aviões e com uma autonomia de 2.700 Km, capaz de atingir
alvos na União Soviética, transportando uma bomba de plutónio Mk6, com 128
polegadas de diâmetro e 4.500 Kg de peso, concebida à medida do compartimento
das bombas do Boeing B-29 Superfortress. Doze P2V-3C, especialmente
modificados, foram foram integrados nos planos americanos de guerra nuclear. O
conceito da sua utilização operacional assentava na descolagem a partir de
porta-aviões, atacar os objectivos e regressar a bases terrestres ou fazer
amaragens “de emergência” em locais previamente estabelecidos, onde as
tripulações seriam recuperadas.
Durante 1949 e 1950 os P2V-3C foram embarcados em
porta-aviões. Com o peso de 34.000 Kg, nos quais se incluía a bomba nuclear,
descolavam com a ajuda de jactos auxiliares (JATO – Jet Assisted Take-Off),
operação descrita como “arrepiante”. Os porta-aviões “USS Coral Sea”, “USS
Midway” e “USS Franklin D. Roosevelt” foram utilizados nestas missões. Em 1951,
os Neptune cederam lugar aos bombardeiros nucleares North-American AJ-1 Savage.
A “Guerra Fria”, a Guerra da Coreia e a expansão da frota de submarinos soviéticos justificaram um novo modelo, designado por P2V-5, que incorporava dois canhões de 20 mm na torre de tiro do nariz e depósitos de combustível nos extremos das asas (wingtip tank). Este modelo teve modificações constantes ao longo da produção: o nariz passou a ser inteiramente transparente, sem armas, e a torre de tiro da cauda foi retirada, dando lugar à cauda alongada, tão característica deste modelo, para receber um equipamento para detecção de submarinos com a designação de Magnetic Anomaly Detector (MAD).
O primeiro voo de um P2V-5 ocorreu em 29 de
Dezembro de 1950.
A designação P2V-5F foi atribuída a uma variante
que se apresentou com dois reactores Westinghouse J-34 sob as asas,
providenciando mais potência para a descolagem e manobras de combate.
Em Outubro de 1952 entraram ao serviço os P2V-6
Neptune, com o nariz ligeiramente mais largo e a cobertura da antena do radar
(radome) de menores dimensões.
O produto final foi o modelo P2V-7 Neptune, que a
partir de 1962 tomou a designação de SP-2H Neptune. O seu primeiro voo
realizou-se em 26 de Abril de 1954. Apresentava os reactores sob as asas, a
cabina de pilotagem com visibilidade melhorada e a cobertura do radar
ligeiramente deslocada para a frente.
(continua)
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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