Assinalada pela Igreja Católica no primeiro dia de Ano Novo.
Foi celebrado pela primeira vez em 1968, por iniciativa do Papa Paulo VI num
convite alargado a "todos os homens de boa vontade".
O uso do Ramo de Oliveira como símbolo da paz na civilização ocidental data, pelo menos, ao Século V a.C. A oliveira representa a abundância, mas os gregos antigos acreditavam que ela também afastava os maus espíritos.
O ramo de oliveira foi um dos atributos de Eirene, deusa da paz (a quem os romanos chamavam Pax), nas moedas imperiais romanas.
| Gravura de uma revista londrina de Janeiro de 1775 mostrando a deusa da paz Eirene a entregar um ramo de oliveira à América e à Bretanha. |
Por exemplo, o reverso de uma moeda tetradracma de Vespasiano de Alexandria, 70-71 AD, mostra Eirene em pé segurando um ramo ascendente na sua mão direita.
O poeta romano Virgílio (70-10 a. C.) associou "a azeitona gorda" com Pax e usou o ramo de oliveira como símbolo da paz no seu poema "Eneida".
Os romanos acreditavam que havia uma íntima relação entre guerra e paz. Marte, o deus da guerra, tinha um outro aspecto - "Mars pacifer" - Marte, o portador da Paz, que é mostrado com um ramo de oliveira em moedas no fim do Império Romano.
Apiano (95-165), historiador da Roma Antiga, descreve o uso do ramo de oliveira como um gesto de paz pelos inimigos do general romano Cipião Emiliano na Guerra Numantina (último conflito entre o Império Romano e as tribos Celtiberas junto ao Rio Ebro, perto de Zaragoza, Espanha).
| Proposta para o Grande Selo, de Charles Thomson |
No Grande Selo
dos Estados Unidos (1782), o ramo de oliveira denota paz, como explica Charles
Thomson (1729-1824), Secretário para o Congresso: "O ramo de oliveira e as setas indicam o
poder da paz e da guerra, que são exclusivamente investidos no Congresso."
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| Papa Paulo VI (1897-1978) |
O Dia Mundial da Paz, inicialmente chamado simplesmente de Dia da Paz foi criado pelo Papa Paulo VI, com uma mensagem datada do dia 8 de Dezembro de 1967, para que fosse celebrado sempre no primeiro dia do ano civil (1 de Janeiro), a partir de 1968, o que acontece até à actualidade.
Dizia o Papa
Paulo VI na sua primeira mensagem para este dia: "Dirigimo-nos a todos os
homens de boa vontade, para os exortar a celebrar o Dia da Paz, em todo o mundo,
no primeiro dia do ano civil, 1 de Janeiro de 1968. Desejaríamos que depois, em cada ano, esta celebração se viesse a repetir, como augúrio e promessa, no
início do calendário que mede e traça o caminho da vida humana no tempo, que
seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processamento da
história no futuro".
O Papa Paulo VI foi beatificado em 19 de Outubro de 2014 pelo Papa Francisco. A sua Festa Litúrgica comemora-se a 26 de Setembro.
O Dia Mundial da Paz em 2015:
O Papa Francisco
vai apresentar uma reflexão sobre a escravidão e o tráfico de pessoas na sua
mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz 2015, que a Igreja Católica
assinala a 1 de Janeiro.
“Julga-se
habitualmente que a escravatura é um facto do passado. No entanto, esta praga
social continua muito presente no mundo actual”, assinala o comunicado do
Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), organismo da Santa Sé.
| Papa Francisco |
Segundo a Santa
Sé, a escravatura representa “um golpe de morte para tal fraternidade universal
e, por conseguinte, para a paz”.
“Na verdade, a
paz existe quando o ser humano reconhece no outro um irmão ou irmã com a mesma
dignidade”, acrescenta a nota oficial.
O Vaticano aponta várias “formas abomináveis de escravatura” como o tráfico de seres humanos, o comércio dos migrantes, a prostituição, o trabalho escravo, a exploração de seres humanos e a “mentalidade esclavagista” para com as mulheres e as crianças.
“Há indivíduos e
grupos que se aproveitam vergonhosamente desta escravatura, tirando partido dos
muitos conflitos desencadeados no mundo, do contexto de crise económica e da
corrupção”, lamenta o CPJP.
O comunicado
cita o Papa Francisco para afirmar que “a escravatura é uma terrível ferida
aberta no corpo da sociedade contemporânea, é uma chaga gravíssima na carne de
Cristo”
Nesse sentido,
apela-se ao reconhecimento da “inviolável dignidade de cada pessoa” e à
promoção da fraternidade, “que exige a superação de todas as desigualdades” e
de “qualquer discriminação”.
“É necessário o
compromisso da informação, da educação, da cultura em favor de uma sociedade
renovada e que se assinale pela liberdade, pela justiça e, portanto, pela paz”.
A mensagem para
esta jornada é enviada às dioceses e às embaixadas de todo o mundo, indicando
“a linha diplomática da Santa Sé para o ano que se inicia”.
Fontes:
Cortesia de Wikipedia, a enciclopédia livre;
Cortesia de Agência Ecclesia.
