O Dia Internacional da Mulher é celebrado anualmente no dia 8 de Março.
O Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de Março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do Século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito ao voto.
De facto, em 1857 operárias da indústria têxtil e de confecções fazem greve em Nova York, exigindo igualdade de salários e redução do horário de trabalho para dez horas, dando início à luta das mulheres pela igualdade de direitos.
Em 1975, este dia foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em Dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adoptado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.
Origem:
A ideia da
existência do Dia Internacional da Mulher surge na viragem do Século XX, no
contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando
ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As
condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de
frequentes protestos por parte dos trabalhadores. Muitas manifestações
ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se Nova
Iorque, Berlim, Viena (1911) e São Petersburgo (1913).
O primeiro Dia
Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de Fevereiro de 1909 nos Estados
Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória do protesto
contra as más condições de trabalho das operárias da indústria do vestuário de Nova
Iorque.
Clara Zettkin com Rosa Luxemburgo, em Janeiro de 1910 |
Em 1910 ocorreu
a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional
Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin (1857-1933), deputada da República de Weimar entre 1920 e 1933, para a instituição de um Dia Internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido
especificada.
Além de Clara Zetkin, deve-se assinalar a presença de outras pioneiras na reivindicação dos direitos das mulheres: Rosa Luxemburgo (1871-1919), activista nascida no Império Russo, Aleksandra Kolontái (1872-1952), destacada comunista e revolucionária russa, Nadezhda Krúpskaya (1869-1939), esposa de Lenin, figura reconhecida do Partido Comunista da União Soviética e Inessa Armand (1874-1920), escritora e revolucionária francesa que viveu a maior parte da sua vida na Rússia.
No ano seguinte o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de Março, por mais de um
milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.
Poucos dias
depois, a 25 de Março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist,
em Nova Iorque, mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número
elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este
foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque até ao 11 de Setembro
de 2001. Para Eva Blay, socióloga e professora universitária brasileira, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se
tenha incorporado ao imaginário colectivo, de modo que esse episódio é, com
frequência, erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da
Mulher.
Incêndio na fábrica de camisas Triangle Shirtwaist, em Nova Iorque, em 25 de Março de 1911. |
Em 1915, Alexandra
Kollontái organizou uma reunião em Christiania (actual Oslo), contra a guerra.
Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma conferência sobre a mulher.
Na Rússia, as
comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o catalisador da Revolução Russa
de 1917. Em 8 de Março de 1917 (23 de Fevereiro pelo calendário juliano), a greve
das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o Czar Nicolau II e
contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os
acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim
registou o evento: “Em 23 de Fevereiro (8 de Março no calendário gregoriano)
estavam planeadas acções revolucionárias. Pela manhã, a despeito das directivas,
as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram
delegadas para solicitarem a sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve
foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a
inaugurar a revolução”.
Após a Revolução
de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontái persuadiu Lenin para
tornar o 8 de Março um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como
celebração da "heróica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente
perderia a vertente política e tornar-se-ia uma ocasião em que os homens
manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres - uma mistura das festas ocidentais
do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos
homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na
Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia.
No Ocidente, o
Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920.
Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento
feminista, já na década de 1960, sendo adoptado pelas Nações Unidas em 1977. A
data mantém hoje relevância internacional, e a própria ONU continuava a
dinamizá-la como o "Dia das Nações Unidas para os Direitos da Mulher".
Fontes:
Cortesia de Wikipedia, a enciclopédia livre;
Cortesia de International Womens Day.com