Magyarország
Hungria
Brasão de Armas |
Localização:
Europa, Europa Central, Europa de
Leste.
Origem / Pequeno resumo histórico:
Segundo a
historiografia húngara, a história da Hungria estende-se desde a travessia dos Cárpatos
pelas tribos magiares até à actualidade. No Século IX os magiares (conhecidos como húngaros na
maioria das línguas ocidentais) eram um povo nómada com origem nas planícies
euro-asiáticas. Formavam uma confederação de sete tribos magiares e três tribos
cabares aliadas; o nome "Hungria" / "húngaros" provavelmente
procede do termo turco Onogur, que significa "dez flechas", indicando
força militar unificada no simbolismo nómada.
Chegada dos húngaros às Planícies da Panónia em 895. Pintura do final do Século XIX, Árpád Feszty. |
Em 896 fixaram-se
temporariamente na bacia do alto rio Tisza, e por volta de 911 em torno do lago
Balaton. Mais tarde, viriam a ocupar parcialmente o que é hoje o leste da Áustria
e o sul da Eslováquia. Após a sua derrota na batalha de Lechfeld em 955,
fixaram-se definitivamente na bacia dos Cárpatos.
Segundo relatos
posteriores redigidos por ordem dos Árpáds, era o chefe tribal magiar de nome Árpád
que liderava as tribos húngaras na conquista da bacia dos Cárpatos, no Século
IX. Governante tribal do que é hoje o oeste da Hungria, mas também o soberano
nominal das sete tribos magiares, o príncipe Géza, da casa de Árpád, empreendeu
um plano de integração da Hungria à Europa cristã (ocidental), adoptando um
modelo ocidental de Estado. Indicou como seu sucessor o seu filho Vajk (mais
tarde conhecido como Estêvão).
A Hungria foi
estabelecida como um reino cristão sob o reinado de Estêvão I, coroado rei em Dezembro
de 1000 d.C. (ou Janeiro de 1001). Em 1006 Estevão já havia firmado o seu controle
do reino, eliminando os rivais que haviam tentado apoiar as tradições pagãs ou
buscar uma aliança com o Império Bizantino. Deu início a extensas
reformas para converter a Hungria num estado feudal europeu, inclusive com
conversões forçadas ao Cristianismo.
A invasão mongol
de 1241 e 1242 foi um golpe severo para a Hungria. Depois da destruição do
exército húngaro na batalha de Muhi e a fuga do Rei Bela IV, o país foi
devastado, com a morte de um terço da população. Somente cidades e mosteiros fortificados
lograram repelir o assalto. Após o refluxo dos mongóis, o rei Bela ordenou a
construção de castelos de fronteira (végvár), os quais se revelaram
particularmente importantes durante o avanço do Império Otomano, a partir do Século
XIV.
O último rei forte
foi Matias Corvino. Filho do senhor feudal João Hunyadi, que chefiou as tropas
húngaras no cerco de Nándorfehérvár (Belgrado), Matias herdou a visão de seu
pai no sentido de constituir um império suficientemente poderoso na Europa
Central, de maneira a fazer frente aos otomanos. Expandiu as
fronteiras da Hungria para o sul e noroeste, promovendo importantes reformas
internas.
Após a morte de
Matias, o fraco rei Vladislau II, da linhagem polaco-lituana dos Jagelões, não conseguiu evitar que o poder efectivo passasse para as mãos da nobreza, apesar de
governar, em tese, todas as áreas conquistadas por Matias, com excepção da Áustria.
Em 1514, teve início a rebelião camponesa de György Dózsa, na Grande Planície
(Alföld) e na Transilvânia, esmagada impiedosamente pela nobreza. Com o
progressivo enfraquecimento do poder central, a Hungria viu-se incapaz de
resistir às investidas do Império Otomano – em 1521, Nándorfehérvár caiu e, em 1526,
o exército húngaro foi aniquilado na batalha de Mohács.
Após um período
conturbado politicamente na década de 1920, e após o suicídio de Teleki Pál,
primeiro-ministro húngaro que não concordava com uma Hungria nazi e não via
saída frente ao domínio alemão, assumiu István Bethlen, a Hungria aliou-se aos
nazis alemães a partir de 1930, durante a Grande Depressão, na
expectativa, conforme explicações de seus líderes da época, de obter de volta
os territórios perdidos. E foi o que aconteceu: entre 1938 e 1941 a Hungria
retomou territórios como a Eslováquia, a Rutênia, a Transilvânia e parte da Jugoslávia. Em 1941 declarou guerra à União Soviética, mesmo enfraquecida, pois até então
seguia as intenções alemãs. Houve sucessivas derrotas, milhares de soldados
húngaros foram enviados a campos de guerra em situações precárias onde foram
aniquilados cerca de 40 000 homens, após a mudança de lado de vários países e
principalmente da Romênia, a Hungria tentou um acordo com os Aliados, mas não
foi aceite. Em Março de 1944 Hitler ordenou a invasão da
Hungria. Depois de diversas batalhas por toda a Hungria, os
alemães foram derrotados em 4 de Abril de 1944.
Como
consequência, no fim da Segunda Guerra Mundial tornou-se um Estado comunista
sob a influência de Moscovo. A Revolução de 1956 foi a oportunidade para que os
húngaros se manifestassem contra o regime soviético instalado no país. Após o
primeiro-ministro Imre Nagy implantar reformas democráticas, apoiado pela
população, a União Soviética invadiu a Hungria e, pela força das armas, acabou
com a revolução, prendeu Nagy e executou-o pouco tempo depois.
No final da
década de 1980, a Hungria foi um dos primeiros países da órbita soviética a
procurar dissolver o Pacto de Varsóvia e a evoluir para uma democracia
pluri-partidária e para uma economia de mercado.
As primeiras eleições livres
nessa nova fase da história da Hungria foram realizadas em 1990, onde, com
poucos votos, os socialistas foram rechaçados. Mas, em 1994, voltaram ao poder,
apoiados pela queda do padrão de vida e da economia húngara. Desde então,
socialistas e centro-direitistas disputam o poder político na Hungria.
Seguiu-se uma aproximação com o Ocidente que levou o país a aderir à OTAN em 1999
e à União Europeia em 2004.
Cultura:
Muitos matemáticos
importantes, tais como János Bolyai, Paul Erdös e John von Neumann eram
húngaros.
Literatura -Os poetas mais
importantes da Hungria são Sándor Petőfi, János Arany, Endre Ady e Attila
József. Autores importantes na prosa são Mór Jókai e Imre Kertész, que recebeu
o Prémio Nobel da Literatura em 2002. No drama húngaro, o autor mais importante
é József Katona.
Nos
tempos antigos, a língua húngara era escrita com um alfabeto rúnico. O país mudou para o alfabeto latino após ser cristianizado sob
o reino de Estevão I (1000-1038). Não existem documentos anteriores ao Século
XI, sendo o mais antigo relato em húngaro um fragmento do documento de fundação
da Abadia de Tihany (1055), na qual contém muitos termos húngaros, entre elas
as palavras “feheruuaru rea meneh hodu utu rea”, "até a estrada militar de
Fehérvár". O resto do documento está em latim. O mais antigo texto
completo é o "Sermão e Oração para Funeral" (Halotti beszéd és
könyörgés) (1192–1195), a tradução de um sermão em Latim.
O mais antigo poema é
o "Lamentos de Maria", tradução do Latim do Século XIII. É também o
mais antigo poema Fino-Úgrico.
Entre as primeiras crónicas sobre a história
húngara está o Gesta Hungarorum ("Feitos dos Húngaros") e o Gesta
Hunnorum et Hungarorum ("Feitos dos Hunos e dos Húngaros") por Simon
Kézai, ambos em latim. Outra crónica conhecida é a Képes
krónika ("Crónica Ilustrada"), que foi escrita por Luis, o Grande.
Ciência e
tecnologia - A Hungria é famosa pelo seu excelente ensino na matemática, que
produziu diversos cientistas de sucesso, tais como Paul Erdös, famoso por ter seus trabalhos produzidos em 40 línguas na
qual os números de Erdõs ainda são procurados; János Bolyai, que desenvolveu a geometria
não euclidiana em 183, e John Von Neumann, um pioneiro da computação digital,
que leva o seu nome numa das arquitecturas de processadores para computadores.
Muitos dos cientistas judeus, como Erdõs e Von Neumann, sofreram perseguições
durante a época do anti-semitismo na Europa e fizeram as suas contribuições nos
Estados Unidos.
Muitas invenções
são atribuídas a inventores húngaros. Algumas delas são os fósforos sem barulho
de János Irinyi, o Cubo de Rubik de Ernő Rubik, e a lâmpada de criptónio de Imre
Bródy. Ainda mais invenções são de húngaros, como a holografia (Dennis Gabor),
a caneta esferográfica (László Bíró), a teoria da Bomba de hidrogénio (Edward
Teller) e a linguagem de programação BASIC (John Kemeny, com Thomas E. Kurtz). Estes
últimos inventores registraram seus produtos nos Estados Unidos devido à Segunda
Guerra Mundial.
Goulash, um dos pratos típicos |
Os pratos são
geralmente temperados com páprica, cebola e pimenta preta. Os guisados são geralmente encontrados com elementos tradicionais, como carne de porco e de gado,
como usado no pörkölt. Existe ainda, diversas sobremesas tais como o somlói
galuska, que é um doce coberto de creme de laranja ou rum.
Desporto - No desporto colectivo destaca-se o pólo aquático, bem como o lançamento de martelo.
Também possui muita tradição a natação, pela qual a Hungria conseguiu muitos sucessos
internacionais, com nadadores como Tamás Darnyi, László Cseh, Krisztina
Egerszegi e Katinka Hosszú.
A figura máxima no desporto de todos os tempos
foi o futebolista Ferenc Puskás, que realizou uma majestosa carreira no clube de
futebol espanhol Real Madrid e na Selecção húngara de futebol, Até meados do Século XX a Hungria também
foi considerada como uma potência no futebol. Possui
dois vice-campeonatos do mundo, em 1938 e em 1954. A selecção húngara de futebol também é a maior vencedora de olimpíadas com três
títulos olímpicos conquistados nos jogos olímpicos de verão de 1952, 1964 e 1968,
e até hoje possui o recorde das duas maiores goleadas aplicadas em campeonatos do
mundo, com um 10 x 1 sobre a selecção salvadorenha no campeonato de 1982 e 9 x 0
sobre a selecção sul-coreana no campeonato de 1954, e foi a primeira selecção não
britânica a derrotar em solo inglês a selecção
inglesa, e em pleno estádio de Wembley, em 1953.
A Hungria tem, ainda, a grande jogadora de ténis
Zsofia Jakab que está jogando pela Longwood University actualmente, além da
maior jogadora de xadrez de todos os tempos, Judit Polgar.
Também se destaca, desde 1986, a realização do Grande Prémio de F-1,
no autódromo da capital. Uma pista onde, segundo os críticos especializados no automobilismo, foi realizado o GP de F1 mais emocionante da era moderna do desporto,
em 1990, com a vitória de Therry Boutsen na Williams-Renault.
A melhor
participação da Hungria nos Jogos Olímpicos foi em 1952, quando obteve um
terceiro lugar no quadro geral de medalhas.
Principais recursos naturais:
Fontes de bauxite, carvão e gás
natural (limitados).
Datas comemorativas:
Festa Nacional - 15 de Março - Data
comemorativa da Revolução de 1848 e da luta que se seguiu pela independência,
nascimento da Hungria parlamentar moderna;
Dia da Libertação da Hungria - 4 de
Abril - Celebra a data em que as forças alemãs foram expulsas do país pelo Exército
Vermelho, na II Guerra Mundial;
Dia Nacional - 20 de
Agosto - Celebra-se o maior feriado na Hungria, data nacional oficial e festa litúrgica em memória de Santo Estêvão ou Estêvão I da Hungria, fundador do Reino da Hungria e primeiro Rei da Hungria. Santo Estêvão foi canonizado em 1083 e, desde então, os húngaros prestam homenagem ao grande monarca;
Dia da República - 23 de Outubro -
Comemoração do início da Revolução e luta pela independência, em 1956. Comemora
igualmente o Dia da Proclamação da Independência da República da Hungria, da União Soviética, em 1989.
Símbolos nacionais:
Bandeira Nacional;
Brasão de Armas;
Hino Nacional - "Himnusz"
("Isten, áldd meg a magyart") - Hino ("Deus, abençoe os
húngaros")
Insígnia da Força Aérea da Hungria.
Insígnia da Força Aérea da Hungria (FAH) |
Insígnia de baixa visibilidade da FAH |
Capital: Língua
oficial:
Budapeste Húngaro
Imagens de Budapeste, capital da Hungria |
Moeda oficial: Tipo
de Governo:
Florim húngaro (HUF) República
Parlamentarista
Parlamento de Budapeste, nas margens do Rio Danúbio |
Data de admissão como membro da ONU
(Organização das Nações Unidas):
14 de Dezembro de 1955.
Data de entrada na União Europeia:
1 de Maio de 2004.
Organizações / Relações
internacionais:
- ONU - Organização das Nações Unidas;
- EU - União Europeia;
- AG - Grupo Austrália;
- AIE - Agência Internacional de Energia;
- APCE - Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa;
- BERD - Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento;
- CD - Comunidade das Democracias;
- CERN - Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear;
- CLIMS - Comité de Ligação Internacional dos Organismos Militares Sociais;
- COI - Comité Olímpico Internacional;
- G-20 - (países em desenvolvimento);
- GFN - Grupo de Fornecedores Nucleares;
- INTERPOL - Organização Internacional de Polícia Criminal;
- IPU - União Inter-Parlamentar;
- ICO - Organização Internacional do Café;
- IRU - União Internacional de Transportes Rodoviários;
- IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais;
- MIGA - Agência Multilateral de Garantia de Investimentos;
- NATO / OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte;
- OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico;
- OIM - Organização Internacional para as Migrações;
- OIV - Organização Internacional da Vinha e do Vinho;
- OMC - Organização Mundial do Comércio;
- OPCW - Organização para a Proibição de Armas Químicas;
- OSCE - Organização para a Segurança e Cooperação na Europa;
- PCA - Tribunal Permanente de Arbitragem;
- PSIWMD - Iniciativa de Segurança contra a Proliferação de Armas de Destruição Maciça;
- CONVENÇÃO DE RAMSAR - Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional;
- TEDH - Tribunal Europeu dos Direitos Humanos;
- TPI - Tribunal Penal Internacional;
- UIC - União Internacional dos Caminhos-de-Ferro;
- UIHJ - União Internacional dos Oficiais de Justiça;
- UPM - União para o Mediterrâneo;
- WCO - Organização Mundial das Alfândegas;
- V4 - Grupo de Visegrád.
Património Mundial (UNESCO):
- Budapeste, com as Margens do Danúbio, o Bairro do Castelo de Buda e a Avenida Andrássy (1987, 2002);
- Antiga Vila de Hollókő e o seu Ambiente (1987);
- Grutas Cársicas de Aggtelek e da Eslováquia (1995, 2000) (sítio transfronteiriço com a Eslováquia);
- Abadia Beneditina Milenar de Pannonhalma e o seu Ambiente Natural (1996);
- Parque Nacional de Hortobágy - a Puszta (1999);
- Necrópole Paleocristã de Pécs (2000);
- Paisagem Cultural de Fertö / Neusiedlersee (2001) (sítio transfronteiriço com a Áustria);
- Paisagem Cultural Histórica da Região Vinícola de Tokaj (2002).
Vista geral do castelo de Buda (UNESCO) |
Fonte:
Wikipedia, a enciclopédia livre