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30 abril 2016

Câmara de Fole – Câmara ultra-zoom

Enciclopédia Altimagem de Fotografia


(continuação)

Nota: quando os símbolos se encontram ao centro, dois ou mais dos termos seguintes possuem a mesma simbologia.





 

CÂMARA DE FOLE – (bellows camera– Era o tipo de câmara utilizada nos primórdios da fotografia. A distância entre a objectiva e a película era preenchida por um fole extensível. Este fole era recolhido, o que permitia que a câmara ocupasse muito menos espaço (imagem 1). Ver CÂMARA KODAK FOLDING POCKET; Ver FOLE.


Imagem 1: Câmara de Fole horizontal. Xilogravura de 1907.



CÂMARA DE DAGUERREÓTIPOS  (daguerreotype camera– Foi a primeira câmara produzida comercialmente, em Setembro de 1839, em Paris. Foi fabricada por Alphonse Giroux, cunhado de Louis Daguerre, criador do primeiro processo fotográfico comercial, o daguerrótipo, seguindo as instruções do mesmo. Esta câmara foi apresentada pela primeira vez em 1839, pelo matemático, físico e astrónomo francês François Arago na Academia Francesa de Ciências.
Dois meses antes, em 22 de Junho, Daguerre tinha feito um contrato com os fabricantes, a fim de produzirem a câmara e os acessórios necessários para produzir daguerreótipos: o seu cunhado Alphonse Giroux e a Casa Irmãos Susse (Maison Susse Frères). As câmaras dos dois fabricantes utilizaram originalmente lentes fabricadas por Charles Chevalier, que não eram específicas para fotografia. Actualmente existem cerca de 15 câmaras fabricadas por Giroux e apenas uma fabricada pelos Irmãos Susse, sendo que todas elas estão em colecções de museus públicos.
A captação de imagem era feita através de exposição manual (cerca de 25 minutos), para então grafar uma placa de prata sensibilizada com vapor de iodo. O contacto com a luz transforma os cristais de iodeto de prata em prata metálica, formando uma imagem latente, revelada posteriormente com o uso do vapor de mercúrio. A fixação era feita com hipossulfito de sódio. O resultado é uma imagem detalhada, em positivo e em baixo relevo. Estas câmaras foram utilizadas na Europa durante a década de 1840 e meados da década de 1850. Foi nos Estados Unidos que a daguerreotipia teve maior popularidade, sendo praticada até a década de 1890.
Em 2010 uma câmara Giroux foi vendida por 732.000 Euros, num leilão realizado pela galeria Westlicht, em Viena, Áustria. (imagens 2 a 5). Ver ARAGO, FRANÇOIS; Ver DAGUERRE, LOUIS; Ver DAGUERREÓTIPO; Ver GIROUX, ALPHONSE.



Imagem 2: Logotipo de Alphonse Giroux



Imagem 3: Câmara de Daguerreótipo de Alphonse Giroux


Imagem 4: Selo de autenticidade e marca da câmara de Daguerreótipo Giroux



Imagem 5: Câmara de Daguerreótipo dos Irmãos Susse,
Westlicht Photography Museum, Viena, Áustria.



CÂMARA DE TELEMÓVEL  (mobile phone– Diz-se de telemóveis que possuem câmaras fotográficas incorporadas, mais pequenas, com tecnologia muitas vezes comparada à de câmaras ultra-compactas. A grande maioria já permite a captação de imagens com uma resolução entre 4 a 8 megapixels. Pela introdução de novas tecnologias ao longo do tempo, alguns telemóveis podem chegar a uma resolução que pode ultrapassar os 20 megapixels. Foram sendo designados também por outros nomes, dependendo do fabricante, designadamente Smartphones e iPhones (imagem 6).


Imagem 6: Smartphone LG  G4



CÂMARA DESCARTÁVEL – (disposable camera– É o tipo de câmara a que vulgarmente se chama de "usar e deitar fora". Surgiu na década de 1980, e era uma câmara que vinha selada de fábrica, com película no seu interior. Após terem sido tiradas todas as fotos, a câmara era entregue numa loja ou laboratório fotográfico, que revelava a película e reciclava a câmara, pois esta não podia ser recarregada com nova película (imagem 7).


Imagem 7: Câmara descartável Kodak Ultra



CÂMARA DIGITAL – (digital camera– É um tipo de câmara fotográfica usada em fotografia digital. Pode ser compacta ou DSLR. Usa um sensor digital que recolhe a informação luminosa do motivo, armazenando a mesma num cartão de memória. Ao longo do tempo estas câmaras foram tornando-se cada vez mais sofisticadas (imagens 8 e 9). Ver DSLR; Ver CÂMARA REFLEX


Imagem 8: Câmara compacta digital Canon IXUS 850IS



Imagem 9: Corte de uma câmara DSRL Olympus E-30



CÂMARA ESCURA – (camera obscuradark-room– (1) É a origem das máquinas fotográficas actuais. Na sua forma mais simples consistia numa sala escura com um pequeno orifício numa das paredes. Os raios luminosos que passam através desse orifício projectam num “ecrã” uma imagem invertida do motivo existente no exterior. Foi pela 1ª vez referida por Aristóteles no Século IV a.C. e desenvolvida através dos tempos como auxiliar do desenho. A primeira publicação conhecida sobre a "Câmara Escura" é da autoria do arquitecto e pintor italiano Cesare Cesariano (1475-1543), aluno de Leonardo da Vinci. Durante o Séc. XVI adaptaram-se lentes bi-convexas ao aparelho primitivo. O inglês Thomas Wedgewood (1771-1805) tentou, pela 1ª vez, associar materiais sensíveis à luz à câmara escura, em 1800. Em 1806, o químico inglês William Hyde Wollaston (1766-1828) inventou a Câmara Lucida, uma câmara escura utilizada para projectar motivos e fazer desenhos (imagens 10 a 13).

(2) Nome genérico dado ao laboratório fotográfico. Nome dado a uma sala ou um espaço, mesmo que seja pequeno, onde são executadas as revelações de película. Chama-se câmara escura porque parte do processo de revelação é executado na completa escuridão, sendo que outra parte é executada apenas com uma luz ténue, normalmente de cor vermelha, a fim de não afectar a emulsão da película, até estar completamente revelada (imagem 14). Ver CÂMARA PINHOLEVer CÂMARA FOTOGRÁFICA; Ver CESARIANO, CESARE; Ver LABORATÓRIO FOTOGRÁFICO; Ver WEDGWOOD, THOMAS; Ver WOLLASTON, WILLIAM HYDE. 


Imagem 10: Grande Câmara escura portátil,
1646, gravura de A. Kircher
Imagem 11: Câmara escura com vista
de Florença, desenho a tinta de
Stefano della Bella











Imagem 12: Um artista do Século XIX, cerca de 1850, 
usa uma câmara escura (também conhecida como
"Camera Lucida") para desenhar um motivo. Era 
usado papel vegetal fino para capturar os contornos, 
transferindo depois os mesmos para uma lona, placa 
ou papel, a fim de terminar o desenho.


Imagem 13: Câmara escura moderna
(foto de The Bearded Man)


















Imagem 14: Exemplo de um laboratório fotográfico


CÂMARA ESCURA PORTÁTIL – Ver SACO DE CÂMARA ESCURA.


CÂMARA ESTEREOSCÓPICA – (stereo camera) – Também designada como "câmara 3D", é uma câmara capaz de capturar imagens em três dimensões. A visão binocular humana produz duas imagens (uma para cada olho) que se misturam no cérebro, produzindo imagens em 3D. Este tipo de câmaras imitam este comportamento, utilizando duas objectivas (ou duas câmaras separadas estrategicamente), captando a fotografia no mesmo instante e obtendo, como resultado, uma imagem em 3D. Um dos grandes criadores e construtores deste tipo de câmaras foi o industrial francês Jules Richard (imagem 15). Ver RICHARD, JULES.


Imagem 15: Câmara estereoscópica «Vérascope 40», de Jules Richard, produzida entre 1939 e 1967



CÂMARA FOTOGRÁFICA – (photographic camera Nome genérico dado a um dispositivo usado para capturar imagens, (geralmente fotografias), de um modo único ou em sequência. O nome deriva do latim "camera obscura" (câmara escura). O seu formato peculiar deriva das antigas observações de Aristóteles, tido até hoje como o primeiro a descrever os princípios da câmara escura. Qualquer câmara fotográfica deriva de um único princípio: Uma caixa preta com um orifício, por onde é captada a imagem. Genericamente, as câmaras fotográficas dividem-se em três grandes grupos: Câmaras simples, câmaras automáticas e câmaras ajustáveis ou manuais (imagem 16).Ver CÂMARA ESCURA; Ver CÂMARA PINHOLE.


Imagem 16: Principio da câmara fotográfica



CÂMARA KODAK FOLDING POCKET – Foi a primeira câmara de fole dobrável da história da fotografia. Possuía uma abertura fixa, f:/11, e utilizava película de 105 mm. Foi produzida pela Kodak em 1897 e 1898. Posteriormente o modelo foi rebaptizado de Folding Pocket Kodak Nº 1, dando origem a outros modelos, como a Folding Pocket Kodak Nº 2, a Folding Pocket Kodak Nº 2-Modelo A e a Folding Pocket Kodak Nº 3 e 3A, assim como outras variantes (B, B2, B3, B4, B5, C e G), que foram produzidos até cerca de 1915. A produção de câmaras deste formato continuou até 1943. A última câmara deste formato a ser produzida foi o Modelo 3A da Kodak, Série III. (imagem 17). Ver CÂMARA DE FOLE; Ver FOLE; Ver PRODUTOS KODAK.

Imagem 17: Anúncio alusivo à câmara Kodak Folding Pocket, 1900


CÂMARA OBSCURA  Ver CÂMARA ESCURA.


CÂMARA PINHOLE – (pin-hole camera Uma câmara pinhole é uma máquina fotográfica sem lente. A designação tem por base o inglês, "pin-hole", ("buraco de alfinete"), e é usada para referir a fotografia estenopeica (do grego stenós - estreito). Este tipo de fotografia é uma prática económica e simples pois utiliza uma caixa qualquer em que a luz não penetre.
A pinhole consiste numa maneira de ver uma imagem real através de uma câmara escura. De um pequeno orifício onde a luz é captada para dentro da câmara, e sofrendo um movimento de inversão, a imagem é projectada para a parede oposta ao orifício. Para produzir uma imagem razoavelmente nítida, a abertura tem que ser um furo muito pequeno, na ordem de 0,5 mm ou menos. O obturador da câmara pinhole geralmente consiste de uma mão espalmada ou de algum material à prova de luz para cobrir e descobrir o furo. As câmaras pinhole requerem um tempo maior de exposição do que as câmaras convencionais, devido à pequena abertura; os tempos de exposição poderão ir dos 5 segundos até mais de uma hora (imagem 18). Ver CÂMARA ESCURA; Ver CÂMARA FOTOGRÁFICA.


Imagem 18: Princípio de uma câmara pinhole



CÂMARA REFLEX – (reflex camera– Também conhecida como câmara SLR (Single-Lens Reflex Camera), câmara reflex mono-objectiva ou ou câmara DSLR (Digital Single-Lens Reflex Camera). Tipo de câmara fotográfica que reflecte a luz que entra pela objectiva para o visor óptico eliminando, desta forma, o chamado “erro de paralaxe”. Desta forma, a imagem que o fotógrafo observa no visor é a mesma que irá surgir na película ou no sensor. Possui um espelho, no trajecto da luz, que dirige a luz  para o visor óptico, até ao momento em que o obturador abre, ao mesmo tempo que o espelho se levanta, deixando a luz passar directamente até ao plano da focagem (plano onde se situa a película ou o sensor). Este tipo de câmara permite, ainda, a mudança de objectivas, tornando-se assim muito versátil. A sua maior velocidade, sensibilidade e qualidade da imagem, principalmente nas reflex digitais (DSRL), fazem deste tipo de câmara a escolha da grande maioria dos fotógrafos profissionais, amadores avançados ou entusiastas da fotografia (imagem 19). Ver ANGENIEUX; Ver ANGENIEUX, PIERREVer DSLRVer OBJECTIVAS GRANDE ANGULARVer RETROFOCUSVer SLR.


Imagem 19: Câmara reflex (SLR) fabricada pela marca russa Zenit


CÂMARA REFLEX DE OBJECTIVAS GÉMEAS  Também conhecida como câmara TLR (Twin-lens Reflex). Tipo de câmara com duas lentes objectivas com a mesma distância focal. Uma das lentes é uma objectiva fotográfica que captura a imagem. A outra lente objectiva é usada para o sistema de visor que, geralmente, fica ao nível da cintura. O visor é constituído por um espelho a 45º, um ecrã de focagem não luminoso (situado no topo da câmara) e uma lupa de focagem. A imagem no visor forma-se sobre um cristal horizontal situado na parte superior da câmara. Por razões práticas, todas as TLR's são câmaras de película, principalmente no formato 120, embora outras usem outros formatos. Não existem câmaras TLR polivalentes, visto que se deixaram de fabricar com o advento das câmaras digitais. A única excepção é a câmara TLR digital Rollei Mini-Digi, introduzida em 2004 e destinada a coleccionadores (imagem 20). Ver TLR.

Imagem 20:  Câmara reflex de objectivas gémeas (TLR)



CÂMARA SEMI-AUTOMÁTICA – (semi-automatic camera– Câmara que incorpora um fotómetro, com a finalidade de medir a luz. Essa medição é conjugada com a abertura do diafragma (em valores "f"), sendo usada para o ajuste manual da mesma.


CÂMARA SUB-MINIATURA  (subminiature camera Nome dado às câmaras de série mais pequenas que existem. São concebidas para uso científico, militar ou de espionagem e utilizam película com o formato de 16 mm ou menos. A primeira câmara sub-miniatura foi criada pelo inventor germano-báltico, nascido na actual Letónia, Walter Zapp (1905-2003) (imagem 21). Ver MINOX; Ver ZAPP, WALTER.


Imagem 21: Câmara sub-miniatura Minox EC



CÂMARA TELEMÉTRICA  (rangefinder– A câmara telemétrica surgiu a par da câmara reflex, na década de 1930, tendo ambas sido utilizadas durante cerca de 40 anos, quando as reflex tomaram características profissionais e as telemétricas foram sendo substituídas pela câmaras compactas, mais baratas e destinadas ao público amador. Em fotografia, o telémetro, também designado por telémetro óptico, é constituído por dois visores separados por uma distância fixa conhecida (distância base). Enquadra-se um motivo até que as imagens dos dois visores se sobreponham, criando apenas uma imagem.
"Rangefinder" significa "medidor de distância", traduzindo-se por telémetro, que é um dispositivo óptico que serve para verificar a distância entre um aparelho e um determinado ponto, sendo utilizado para muitas aplicações, como a topografia. Este dispositivo foi acoplado às câmaras fotográficas para que fosse possível, de forma fácil, verificar a distância entre a câmara e o objecto fotografado. Essa distância era lida no telémetro e transferida para o anel de foco da objectiva utilizada. Em câmaras mais modernas, o telémetro foi integrado no sistema de focagem, sendo que, ao utilizá-lo, a câmara é automaticamente ajustada para focar naquela distância (imagens 22 e 23).


Imagem 22: Câmara telemétrica Leica M2



Imagem 23: Esquema de um visor de uma câmara telemétrica. A luz entra através de dois visores
separados por uma certa distância.  A imagem do visor de focagem (2), orientada por um prisma (3),
sobrepõe-se à imagem do visor principal (1), através de um espelho semi-transparente (4).


CÂMARA ULTRA-COMPACTA – (ultra-compact camera– Este tipo de câmara é, geralmente, muito pequena e possui acabamentos muito bons, com design atraente e boa qualidade de construção. Possui a desvantagem da falta de características e performance, possuindo geralmente um preço elevado para as suas capacidades, embora possam ter uma  qualidade de imagem muito boa e comparável às câmaras compactas de gama alta. São câmaras mais utilizadas por fotógrafos ocasionais, chegando a ser vistas como um acessório de moda (imagem 24).

Imagem 24: Diversos tipos de câmaras ultra-compactas



CÂMARA ULTRA-ZOOM – (ultra-zoom camera– Também conhecida como câmara super-zoom, é uma câmara compacta a que se juntou uma objectiva com um alcance de zoom óptico bastante elevado, quando comparado com as câmaras compactas normais. Possui, normalmente, um visor electrónico (imagem 25).


Imagem 25: Exemplo de uma câmara ultra-zoom Sony Cyber-shot DSC-HX400V (2014) com zoom óptico 50x e GPS



(continua)

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