6 de Maio na História do Vaticano:
A Guarda Suíça Pontifícia
Estandarte da Guarda Suíça no pontificado do Papa Francisco |
Origem:
A Guarda Suíça Pontifícia foi criada em 22 de Janeiro 1506, quando 150 guardas suíços entraram no Vaticano
pela “Porta do Povo” e foram abençoados pelo Papa Júlio II.
Actualmente, a
Guarda Suíça é composta por 5 oficiais, 26 sargentos e cabos e 78 soldados.
É a única guarda do mundo em que o estandarte é alterado a cada novo chefe de
Estado, pois contém o emblema pessoal do Papa.
Membro da Guarda Suíça com a característica alabarda |
Missão:
Uma das principais missões da Guarda Suíça é prestar serviço nas entradas do Estado da Cidade do Vaticano e durante os eventos papais, na Praça de São Pedro.
Entre as suas missões encontram-se a prestação de serviços diversos para o Papa, tais como a
guarda em visitas de autoridades estrangeiras e o acompanhamento, assistência e segurança ao Papa durante viagens internacionais. Fazem igualmente segurança à paisana, ocasião em que os guardas se misturam com as multidões na
Praça de São Pedro, encontrando-se equipados com armamento variado e modernos equipamentos de comunicação.
A farda:
A farda do
“menor exército do mundo” foi desenhada por Jules Repond, comandante da Guarda Suíça entre 1910 e 1921, e foi introduzida em 22 de Novembro de 1914, quando Jules Repond anunciou ter recebido do então Papa Bento XV a
autorização para que, a partir daquele momento, os uniformes fossem
confeccionados de acordo com o “modelo do Século XV”.
Membros da Guarda Suíça com o seu uniforme tradicional |
Em 6 de Maio de 1915, os
primeiros guardas suíços vestindo a "nova farda" apareciam em público.
A farda foi desenhada a partir de um modelo que se atribui a Miguel Ângelo, por volta de 1505, pelo que é
considerado um dos uniformes militares mais antigos do mundo, sendo mais
vistoso, alegre e colorido que o modelo do Século XIX: O capacete é decorado com uma
pluma vermelha, as luvas são brancas e a couraça tem reminiscências medievais.
A cor vermelha foi introduzida pelo Papa Leão X, em homenagem ao escudo dos Médici,
e simboliza também o sangue derramado em defesa do Papa.
A Guarda Suíça
não utiliza botas, sendo calçadas meias aderentes às pernas e presas à altura
dos joelhos por uma liga dourada, sendo eventualmente cobertas por polainas. Em
geral, o uniforme recorda o esplendor das cortes do Antigo Regime (modo de vida
característico das populações europeias dos Séculos XVI, XVII e XVIII, desde as
descobertas marítimas até às revoluções liberais), e o orgulho de ser soldado,
combater e servir pelo Papa.
O 6 de Maio na História do Vaticano:
A maior glória da Guarda Suíça foi a defesa da vida do Papa Clemente VII (1478-1534), que ocorreu no dia 6 de Maio de 1527, durante o saque de Roma, quando as tropas invasoras imperiais de Carlos V (Imperador do Sacro Império Romano-Germânico), em guerra com Francisco
I, entraram em Roma. O exército imperial era composto por cerca de 18.000
mercenários alemães e espanhóis.
Em frente à Basílica de São Pedro e nas imediações do Altar-Mor, a Guarda Suíça, composta por 189 guardas, lutou contra cerca de 1.000 soldados alemães e espanhóis. Combateram ferozmente, formando um círculo à volta do Papa Clemente VII, de modo a protegê-lo. Faleceram 147 guardas mas, em contrapartida, 800 dos 1.000 mercenários caíram mortos pelas alabardas dos guardas suíços. Os 42 guardas sobreviventes escoltaram o Papa até ao refúgio do Castelo de Santo Ângelo.
Papa Clemente VII, 219º Papa entre 1523 e 1534. |
Em frente à Basílica de São Pedro e nas imediações do Altar-Mor, a Guarda Suíça, composta por 189 guardas, lutou contra cerca de 1.000 soldados alemães e espanhóis. Combateram ferozmente, formando um círculo à volta do Papa Clemente VII, de modo a protegê-lo. Faleceram 147 guardas mas, em contrapartida, 800 dos 1.000 mercenários caíram mortos pelas alabardas dos guardas suíços. Os 42 guardas sobreviventes escoltaram o Papa até ao refúgio do Castelo de Santo Ângelo.
Juramento de bandeira de um novo membro da Guarda Suíça |
Hoje, no dia 6 de Maio de cada ano, é lembrada esta data histórica para a Guarda Suíça, sendo celebrada missa em memória dos "caídos". Durante a parte da tarde os novos "alabardeiros" prestam juramento diante do Papa e são empossados. No juramento, os novos guardas suíços “juram servir com fidelidade, lealdade e honra o Pontífice e seus legítimos sucessores” ao ponto de “ se dedicarem com todas as suas forças e, se necessário, sacrificar a própria vida em defesa do Papa”.
Com a mão direita levantada, os três dedos abertos recordam a Santíssima Trindade e os três primeiros cantões suíços que se reuniram em confederação: Zurique, Uri Unterwalden e Lucema.
Fontes:
Cortesia de Rádio Vaticano
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