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MILES MARTINET T.T. Mk I
Quantidade:
10
Utilizador:
Aeronáutica Militar e Aviação Naval
Entrada
ao serviço: 5 de Setembro de 1943
Data de abate: 1952
Dados técnicos:
a) Tipo de Aeronave
Avião mono-motor terrestre, de trem de aterragem convencional retráctil, mono-plano de asa baixa, revestido a madeira, mono-plano, bilugar, cabina de cobertura transparente, concebido para reboque de alvos de tiro. Tripulação: 2 (piloto e operador do alvo).
b) Construtor
Miles Aircraft Ltd. / Grã-Bretanha.
c) Motopropulsor
Motor: 1 motor Bristol Mercury XX, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 820 hp.
Hélice: metálico, de três pás, de passo variável.
d) Dimensões
Envergadura …………..........11,89 m
Altura………….……………...3,57 m
Área alar ……….……...........21,10 m²
e) Pesos
Peso vazio……………..…….2.090 kg
Peso máximo………………..2.994 kg
f) Performances
Velocidade máxima ……..…….370 Km/h
Velocidade de cruzeiro ……......360 Km/h
Tecto de serviço ……………..7.315 m
Raio de acção………………......725 Km
g) Armamento
Sem armamento.
h) Capacidade de transporte
Nenhuma.
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Resumo histórico:
O alvo – conhecido por manga de tiro – era transportado no lugar de trás, sendo lançado para o exterior através de um alçapão existente no chão da cabina, preso a um cabo de aço com cerca de duas centenas de metros de comprimento, que se encontrava enrolado num tambor colocado no interior da cabina. A recolha do cabo era feita através da acção de um pequeno hélice (moulinet) instalado no exterior, no lado esquerdo da fuselagem, que accionava o tambor por meio de uma engrenagem. Apesar da sua especificidade operacional, foram construídos cerca de 1.700 Miles Martinet.
Percurso em Portugal:
a. Aeronáutica
Militar
No dia 5 de
Setembro de 1943 chegou a Portugal o primeiro Miles Martinet T.T. Mk I, serial
number da RAF HP 217, ao qual a Aeronáutica Militar (AM) atribuiu a matrícula
431. Entre 18 de Setembro de 1943 e Julho de 1947 chegaram mais nove Miles
Martinet. Tem-se levantadao alguma polémica em torno das matrículas destes
aviões. Há quem afirme que a AM recebeu sete aviões, que matriculou de 431 a
437, enquanto que os três aviões recebidos em 22 de Agosto de 1942, foram
directamente entregues à Aviação Naval (AN) sem nunca terem sido matriculados
na AM.
Outros
afirmam que a AM matriculou a totalidade dos Martinet, de 431 a 440, tendo,
mais tarde, entregue quatro à Aviação Naval. Esta última versão é a correcta,
uma vez que documento fidedigno permite afirmar que, em maio de 1952, o
Martinet número 440 encontrava-se a voar na Base Aérea N° 1 (BA1), Sintra.
A AM
entregou à Aviação Naval quatro destes aviões, nas condições que serão
referidas mais à frente.. Os Martinet foram entregues à BA1. Alguns operaram na Base Aérea Nº 3 (BA3), Tancos, não se sabendo se em diligência ou colocados. A AM utilizou-os no
treino de tiro real da artilharia anti-aérea, em colaboração com o Exército.
Inicialmente
mantiveram as cores da RAF, com as superfícies superiores camufladas de castanho
e verde, e as inferiores em amarelo, com duas faixas pretas em cada asa, até
que, em 1947, lhes foi aplicado o esquema de pintura dos aviões de instrução da
AM, com a fuselagem em azul escuro e as asas e os planos de cauda em amarelo.
Em ambas as pinturas apresentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, em
ambos os lados das asas. A numeração estava pintada na fuselagem, lateralmente,
a branco. A bandeira nacional, sem escudo, encontrava-se nos lados do
estabilizador vertical, tanto na pintura inicial como na definitiva.
Os Miles
Martinet foram retirados de serviço em 1952, ao que parece sem serem integrados
na Força Aérea Portuguesa.
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b. Aviação
Naval
A Aviação Naval recebeu da AM quatro aviões Miles Martinet T.T. Mk I, não se sabendo quais e quando. Segundo a versão que se apresenta com maior credibilidade, a AN recebeu em 1944 os três Martinet que chegaram a Portugal em 22 de Agosto de 1942, matriculando-os de M-1 a M-3 (“M” de Martinet).
A Aviação Naval recebeu da AM quatro aviões Miles Martinet T.T. Mk I, não se sabendo quais e quando. Segundo a versão que se apresenta com maior credibilidade, a AN recebeu em 1944 os três Martinet que chegaram a Portugal em 22 de Agosto de 1942, matriculando-os de M-1 a M-3 (“M” de Martinet).
Segundo o testemunho de um oficial-general piloto aviador
da FAP oriundo da AN, o quarto avião, que se encontrava estacionado na BA3, foi
entregue à AN entre 1949 e 1950. Não são conhecidos quaisquer elementos sobre
este avião, para além da AN lhe atribuído a matrícula M-4.
Os Miles Martinet da AN foram colocados na Esquadrilha B
instalada no Aeroporto de Lisboa, para reboque de alvos de treino de tiro.
Foram usados no treino de tiro anti-aéreo dos navios de guerra. Com a abertura
da Base Naval do Montijo, foram transferidos para esta nova Unidade.
A AN não lhes alterou o esquema de pintura da RAF. Usavam
a Cruz de Cristo, tal como os Martinet da AM, com as cores nacionais, sem
escudo, nos lados do estabilizador vertical, por cima do qual se encontrava uma
âncora, a preto. As matrículas estavam pintadas na fuselagem, sob os
estabilizadores horizontais, em pequenos algarismos pretos. Ostentavam também,
nos lados da cobertura do motor, o algarismo da matrícula, a preto, em grande
dimensão.
Foram retirados de serviço em 1952, sem que tivessem sido
transferidos para a Força Aérea Portuguesa.
Imagens 1 e 3: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Wikipedia, a enciclopédia livre;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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