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LOCKHEED HUDSON Mk III
LOCKHEED HUDSON Mk IIIa
LOCKHEED HUDSON Mk VI
LOCKHEED HUDSON Mk IIIa
LOCKHEED HUDSON Mk VI
Quantidade: 3
Utilizador:
Aeronáutica Militar
Entrada
ao serviço: 1944
Data
de abate: 1945
Dados técnicos:
a) Tipo de
Aeronave
Avião bimotor terrestre, de
trem de aterragem convencional retráctil, monoplano de asa média, de
estabilizador vertical duplo, revestido
a metal, cabina integrada na fuselagem, concebido para missões de
reconhecimento marítimo de longa distância. Tripulação: 5 (2 pilotos,
navegador, mecânico e radiotelegrafista-radarista).
b) Construtor
Lockheed Aircraft Corp. /
USA.
c) Motopropulsor
Motores: 2 motores Wright
R-1820-87, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 1.200 hp.
Hélices: metálicos, de três
pás, de passo variável e posição de bandeira.
d)
Dimensões
Envergadura
…………...........19,96 m
Comprimento…..…………....13,51 m
Altura………….…………….......3,62 m
Área alar
……….…….............51,18 m²
e) Pesos
Peso vazio……………..…….5.900 kg
Peso máximo………………..9.500 kg
f)
Performances
Velocidade máxima
……..……..410 Km/h
Velocidade de cruzeiro
…….......330 Km/h
Tecto de serviço
……………...8.000 m
Raio de acção………………...4.000
Km
g) Armamento (típico
da RAF)
Sete metralhadoras Browning,
calibre 0,303 polegadas, assim distribuídas:
- 2 fixas no nariz do avião;
- 2 móveis na torre dorsal;
- 2 (1+1) móveis em janelas
laterais;
- 1 móvel numa janela ventral.
340 Kg de bombas ou cargas de
profundidade.
h) Capacidade
de transporte
Desconhecido.
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Resumo histórico:
A
história dos Lockheed Hudson tem início em 1938, quando os britânicos
procuravam obter rapidamente um avião bimotor de reconhecimento marítimo de
longo alcance e com capacidade de luta naval, para ser utilizado pelo Comando
Costeiro da Royal Air Force (RAF).
A
Lockheed imediatamente transformou o Lockheed L-4, um bimotor de transporte
comercial que já tinha dado boas provas, de forma a corresponder às
especificações britânicas. O protótipo, designado por Lockheed Hudson Mk I,
começou a voar em 10 de Dezembro de 1938.
O
pedido de fornecimento de 200 aviões foi atendido com tal rapidez e eficiência,
que em 1939 os Lockheed Hudson já equipavam algumas esquadras da RAF.
Constatando o seu bom comportamento operacional e versatilidade, os britânicos
encomendaram mais, em diversas versões que, durante a II Guerra Mundial, foram
utilizados em quase todas as frentes.
A
Lockheed construiu mais de 2.000 Hudson para a RAF.
A Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF) interessou-se pelo avião. A partir de 1941 começou a operar com Hudson Mk II e Hudson Mk IV, sob a designação de Lockheed A-28 e A-29, respectivamente. A versão de transporte foi designada por Lockheed C-63 e a de treino por Lockheed AT-18 Hudson.
A Marinha dos Estados Unidos (US Navy) também os utilizou, sob a designação de PBO Hudson. A produção para a USAAF e US Navy foi de 2.584 unidades.
A Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF) interessou-se pelo avião. A partir de 1941 começou a operar com Hudson Mk II e Hudson Mk IV, sob a designação de Lockheed A-28 e A-29, respectivamente. A versão de transporte foi designada por Lockheed C-63 e a de treino por Lockheed AT-18 Hudson.
A Marinha dos Estados Unidos (US Navy) também os utilizou, sob a designação de PBO Hudson. A produção para a USAAF e US Navy foi de 2.584 unidades.
Os
Lockheed Hudson mantiveram-se na primeira linha de combate desde 1939 até 1943,
executando as mais diversas tarefas com grande sucesso.
Em
8 de Outubro de 1939, um Hudson abateu um avião alemão sobre a Jutlândia o que,
para alguns historiadores, foi o primeiro registo de abate de um avião inimigo
pela RAF na II Guerra Mundial.
A Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda e Nova Zelândia foram os grandes utilizadores dos Lockheed Hudson.
A Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda e Nova Zelândia foram os grandes utilizadores dos Lockheed Hudson.
Depois
da guerra, alguns foram transformados e utilizados em transporte civil.
As modificações introduzidas nos Hudson
destinados à luta naval estenderam-se a um ponto tal que deram origem a um novo
avião, o Lockheed PV-1 Ventura, do qual derivou o Lockheed PV-2 Harpoon.
Imagem 3: Cokpit do Lockheed Hudson |
Percurso em Portugal:
Em
1943 aterraram em Portugal seis Lockheed Hudson, do Comando Costeiro da RAF,
com problemas técnicos. Um Lockheed Hudson Mk VI, com o serial number da RAF
EW-906 e dois Mk IIIa, serial number FK-761 e FK-791, ficaram destruídos nas
aterragens forçadas. Os outros três foram apreendidos e atribuídos à
Aeronáutica Militar (AM). Um era da versão Mk III com o serial number AE-758,
outro da versão Mk IIIa com o serial number FH-260, e o terceiro da versão Mk
VI com o serial number FK-714.
A
AM colocou os Hudson na então recém formada Secção de Aviões de Transporte,
situada no Aeroporto de Lisboa, em conjunto com três Consolidated B-24
Liberator e um Douglas C-47 Dakota, também apreendidos.
Em relação às matrículas, a AM utilizou um processo que só foi aplicado aos Liberator e ao Dakota. Em vez da clássica matrícula de três algarismos, atribuiu-lhes a letra “H”, de Hudson, seguida do número de ordem. Assim, receberam as matrículas H-1 a H-3. Simultaneamente, receberam as matrículas civis “especiais” CS-EHA, CS-EHB e CS-EHC, em que o “E” tinha o significado de Exército e o “H” de Hudson.
Em relação às matrículas, a AM utilizou um processo que só foi aplicado aos Liberator e ao Dakota. Em vez da clássica matrícula de três algarismos, atribuiu-lhes a letra “H”, de Hudson, seguida do número de ordem. Assim, receberam as matrículas H-1 a H-3. Simultaneamente, receberam as matrículas civis “especiais” CS-EHA, CS-EHB e CS-EHC, em que o “E” tinha o significado de Exército e o “H” de Hudson.
O
armamento foi desmontado, o posto ventral de tiro foi desarmado e a torre
dorsal de tiro retirada. A pintura original, em branco, com o dorso em verde
acinzentado, foi mantida. Passaram a ostentar a Cruz de Cristo, sobre círculo
branco, em ambos os lados das asas e nos lados da fuselagem. Um pequeno
rectângulo com as cores nacionais, sem escudo, estava pintado nos lados
exteriores dos estabilizadores verticais. As matrículas da AM foram pintadas a
preto nos lados da fuselagem, sob o estabilizador horizontal.
Sob
a égide do Secretariado da Aeronáutica Civil (SAC), criado em 22 de Setembro de
1944, foi activada uma Comissão de Estudo das Carreiras Aéreas, que culminou
com a criação dos Transportes Aéreos Portugueses (TAP), em 1945. Foram então
matriculados como aviões totalmente civis, cabendo ao Hudson Mk VI a matrícula
CS-TLA, o que poderá levar a considerá-lo como o primeiro avião dos TAP. Os
outros receberam as matrículas CS-TLB e CS-TLC.
A
utilização dos Hudson pelos TAP - Transportes Aéreos Portugueses, não é assunto muito claro. No historial dos TAP
não se encontram referências à utilização dos Lockheed Hudson. Por outro lado,
é referido o Dakota com a matrícula CS-TDA, como o seu primeiro avião, recebido
em 1945. Isto poderá ser explicado, caso se venha a concluir que os Hudson não
foram cedidos aos TAP, mas sim ao Secretariado da Aeronáutica Civil (SAC).
Acresce
que as matrículas civis CS-TLA, CS-TLB e CS-TLC foram atribuídas aos três
Lockheed Super-Constellation que a TAP recebeu em 1955, pelo que a afirmação de
terem sido atribuídas em 1945 aos Lockheed Hudson é, por vezes, contestada.
Felizmente, existem fotos dos Hudson ostentando as matrículas em questão, o que
encerra qualquer polémica.
De
qualquer forma, a ausência de referências é reveladora de que a sua actuação,
quer ao serviço do SAC, quer dos TAP, foi insignificante.
Um
destes aviões, provavelmente o da versão Hudson Mk IIIa, caiu em Cabo Ruivo,
Lisboa, ficando destruído. Dos restantes, nada se sabe de concreto, para além
de não terem voltado a ser integrados na AM. Por certo que foram abatidos com
as matrículas civis.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo
Histórico da Força Aérea;
Imagem 3: Cortesia de Wikipedia, a enciclopédia livre (imagem do Australian War Memorial);
Imagem 3: Cortesia de Wikipedia, a enciclopédia livre (imagem do Australian War Memorial);
Imagem 2 e Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no
Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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