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BOEING B-17F FLYING FORTRESS
BOEING B-17G FLYING FORTRESS
BOEING SB-17G FLYING FORTRESS
BOEING B-17G FLYING FORTRESS
BOEING SB-17G FLYING FORTRESS
Quantidade:
5
Utilizadores:
Aeronáutica Militar e Força Aérea
Entrada ao serviço: Março de 1947
Data de abate: 1960
Dados técnicos: (Versão B-17G)
a.
Tipo de Aeronave
Avião
quadrimotor terrestre, de trem de
aterragem convencional retráctil,
mono-plano de asa baixa, revestimento metálico, cabina integrada na fuselagem, concebido como bombardeiro pesado de grande
altitude. Tripulação: 6 a 10 elementos.
b.
Construtor
Boeing Aircraft Corp. / USA.
Outros
construtores: Vega Aircraft Corp. / USA;
Douglas Aircraft Co. / USA.
c.
Motopropulsor
Motores:
4 motores Wright Cyclone GR-1820-97, com
turbo-compressor, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 1.200 hp de potência.
Hélices:
metálicos, de três pás, de passo variável e posição de bandeira.
d.
Dimensões
Envergadura
………….............................31,64 m
Comprimento…..……....….................…...22,26
m
Altura………….……………..........................5,81
m
Área
alar ……….…….............................141,92 m²
e.
Pesos
Peso
vazio……………..….......................….23.000 kg
Peso
máximo………….......................……..29.710 kg
f.
Performances
Velocidade
máxima ……..….............................….462 Km/h
Velocidade
de cruzeiro ……..................................293 Km/h
Tecto
de serviço …………...........................….10.850 m
Raio
de acção com 2.720 Kg de
bombas……....…3.220 Km
g.
Armamento
B-17G: Defensivo: 13 metralhadoras calibre 12,7 mm, móveis com comando à
distância, assim distribuídas:
- 2 na torre sob o nariz (operadas por controlo
remoto);
- 2 na torre dorsal;
- 2 no posto da cauda;
- 2 (1+1) na secção lateral dianteira da fuselagem;
- 2 (1+1) na secção lateral traseira da fuselagem.
Nas últimas séries desta versão foi retirada a
metralhadora montada lateralmente na fuselagem, junto ao posto de
rádio.
Ofensivo: Até 7.985 Kg de bombas em
missões a curta distância e 1.800 Kg em missões
a longa distância.
SB-17G:
Sem armamento.
h.
Capacidade de transporte
Equivalente
ao peso das bombas.
Resumo histórico:
Em Maio de 1934 o Corpo Aéreo do Exército dos
Estados Unidos (USAAC) emitiu especificações para a construção de um
bombardeiro com vários motores para atacar navios, tendo em vista a defesa dos
Estados Unidos. A Boeing Aircraft Corp. apresentou a proposta de um quadrimotor
grande, rápido e com razoável capacidade para transporte de bombas.
A construção de um gigante entre os outros aviões
de combate da época, com quatro motores de 750 hp, uma tripulação de oito
elementos e capacidade para transportar internamente 2.200 Kg de bombas, foi um
enorme risco financeiro que acabou por ser bem sucedido.
O protótipo foi denominado Boeing Model 299, que
efectuou o primeiro voo em 28 de Julho de 1935. Este avião acabou destruído num
acidente à descolagem, ocorrido em 1 de Março de 1937. Foi construído um
segundo protótipo, designado por XB-17.
O avião tornou-se interessante para a USAAC, que
encomendou 13 exemplares de uma pré-série designada por Y1F17. Foram
construídos e aperfeiçoados de 2 de Dezembro de 1936 a 5 de Agosto de 1937.
A produção em série, com a designação definitiva
de Boeing B-17 Flying Fortress iniciou-se em 1938, com a encomenda de 39 aviões
B-17B, equipados com motores mais potentes e nariz com novo desenho. Entraram
ao serviço da USAAF em Março de 1940.
Em 1939 foram encomendados mais 38 aviões de uma
nova versão, a B-17C, com maior capacidade defensiva, placas de blindagem,
depósitos de combustível auto-obturantes e motores Wright Cyclone mais
potentes.
Com a II Guerra Mundial a alastrar na Europa
desde meados de 1939, os americanos – ainda neutros – forneceram 20 aviões
B-17C aos britânicos a troco de informações sobre o comportamento deste avião
em combate. As informações referiram que a mira de bombardeamento falhava com
alguma frequência, as metralhadoras Browning congelavam a grandes altitudes e
ainda que os caças inimigos atacavam pela cauda, beneficiando da falta de
defesa dessa zona do avião. Concluiu-se que o avião era vulnerável,
necessitando de maior poder de fogo defensivo.
A versão B-17D pouco se diferenciava da anterior.
Foram construídos 42 exemplares, que entraram em operações em 1941 no Pacífico,
onde suportaram a dureza dos combates iniciais com os japoneses, enquanto que
os aviões das versões anteriores operavam na Guarda Costeira e no Médio
Oriente.
Foi ainda em 1941 que se deu o grande salto
qualitativo dos bombardeiros B-17, com a entrada ao serviço da versão B-17E,
que apresentou a secção da cauda remodelada, de forma a possibilitar maior
estabilidade a grandes altitudes e, consequentemente, maior precisão de
bombardeamento. Apresentava as metralhadoras das torres de tiro accionadas
electricamente, instalação de novas torres de tiro no ventre e na cauda,
reduzindo drasticamente os ângulos mortos de defesa, bem como a instalação de
mais e melhor blindagem.
Os primeiros Boeing B-17E, dos 512 construídos,
foram enviados para a frente de batalha do Pacífico no início de 1942. Ainda
durante este ano entraram ao serviço os aviões do modelo B-17F, melhor armados
e destinados a operar na Europa, tendo sido construídos 3.400 exemplares.
Apresentavam equipamentos mais aperfeiçoados, maior potência de fogo defensivo
e a secção do nariz alongada.
Nos finais de 1942 apareceu mais uma versão, a
B-17G. Desta versão foram produzidos 8.680 aviões ( 4.035 pela Boeing, 2.395
pela Douglas e 2.250 pela Vega) que, para além de outros aperfeiçoamentos,
apresentavam novas torres de tiro accionadas por controlo à distância e radar
de antena telescópica.
Nos primeiros tempos da sua intervenção na
Europa, graças aos motores com compressores de grande eficiência, voavam a
altitudes superiores às que os caças germânicos podiam alcançar, para grande
desespero dos pilotos, que nada mais podiam fazer que observar as enormes
quantidades de rastos de condensação dos motores dos B-17 passando por cima das
suas cabeças, em direcção à Alemanha.
O nome das Fortalezas Voadoras (Flying Fortress)
ficou historicamente ligado aos enormes bombardeamentos diurnos sobre a
Alemanha. Oitenta e sete B-17 Flying Fortress e sete B-24 Liberator efectuaram
no dia 7 de Janeiro de 1943 o primeiro bombardeamento diurno no interior da
Alemanha.
A robustez da Fortaleza Voadora é lendária, sendo
conhecidos relatos, fotografias e filmes de B-17 que, com motores a arder,
grandes pedaços das asas e da cauda arrancados pelo fogo inimigo, conseguiram
regressar aos seus aeródromos ou, pelo menos, alcançar aeródromos em território
amigo.
Para além das versões básicas de bombardeamento,
foram convertidos para missões específicas e participaram em muitas
experiências, como veremos a seguir.
Alguns B-17 foram modificados em XB-40, com armas
defensivas adicionais, autênticos “ouriços de metralhadoras”, que eram
integrados nas formações dos bombardeiros com a finalidade de os defender dos
caças inimigos. Pelo menos 25 foram convertidos em BQ-7 Afrodite que, sem
tripulação e conduzidos por controlo à distância, transportavam 5.400 Kg de carga
explosiva, para serem usados contra os abrigos dos submarinos alemães, e os
QB-17, também controlados à distância, serviram de aviões-alvo.
Outros foram convertidos em F-9C, para
reconhecimento fotográfico, YC-108 para transporte de chefias, XC-108 para
transporte de combustíveis, CB-17 para transporte de carga e PB-1W, equipados
com radar de detecção a longa distância.
Os SB-17G, inicialmente designados por PB-1G,
foram equipados para missões de busca e salvamento no mar, transportando sob a
fuselagem um barco salva-vidas que era largado em caso de necessidade.
Uma unidade da Luftwaffe (I/KG 200) utilizou
B-17G capturados, pintados com insígnias alemãs, para transportar, largar e
abastecer agentes secretos alemães. Como medida de decepção, estes aviões
receberam a designação de Dornier Do-200.
Os Boeing B-17 Flying Fortress foram dos mais
úteis, seguros, robustos e populares aviões bombardeiros de grande altitude que
combateram na II Guerra Mundial.
O total de B-17 construídos é difícil de
estabelecer com exactidão, mas deve aproximar-se dos 18.000. À sua conta, a
Boeing construiu na fábrica de Seattle 12.731 aviões, chegando a produzir 16
por dia. Para além destes, saíram vários milhares das linhas de fabrico da Vega
Aircraft Corp. e da Douglas Aircraft Co.
(Continua)
Fontes (primeira parte):
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo
Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no
Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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