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BEECHCRAFT AT-11 KANSAN
BEECHCRAFT D-18S
BEECHCRAFT C-45 EXPEDITOR
BEECHCRAFT D-18S
BEECHCRAFT C-45 EXPEDITOR
Quantidades: AT-11 Kansan..........6 (AN)
D-18S.........................6
(AN)
C-45
Expeditor.........13 (FAP)
Utilizadores:
Aviação Naval e Força Aérea
Entrada
ao serviço: 1948
Data
de abate: 1976
Dados técnicos:
a.
Tipo de Aeronave
Avião
bimotor terrestre, de trem de aterragem
convencional retráctil, mono-plano de asa
baixa, duplo estabilizador vertical, revestimento metálico, cabina integrada na
fuselagem, destinado a transporte médio e
instrução. Tripulação mínima: 1 (piloto).
b.
Construtor
Beech
Aircraft Corporation / USA.
Sob licença: Desconhecido /
Canadá.
c.
Motopropulsor
Motores:
2 motores Pratt & Whitney R-985-B5, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 450 hp cada.
Hélices:
metálicos, de duas pás, de passo variável e posição de bandeira.
d.
Dimensões
Envergadura
………......…14,50 m
Comprimento…..…......…10,40
m
Altura………….…........……2,80
m
Área
alar ……….…...........32,10 m²
e.
Pesos
Peso
vazio………..……..2.617 kg
Peso
máximo…………..3.793 kg
f.
Performances
Velocidade
máxima ...........370 Km/h
Veloc. de cruzeiro ...............330 Km/h
Tecto
de serviço ...........…6.000 m
Raio
de acção……...........1.600 Km
g.
Armamento
Sem
armamento.
h.
Capacidade de transporte
6
a 8 passageiros.
Resumo histórico:
A empresa americana Beech Aircraft, conhecida por
fabricar aviões médios de grande qualidade, empreendeu o projecto de um pequeno
bimotor de transporte para 8 passageiros, que veio a obter sucesso e do qual se
construíram algumas variantes, ainda que com designações diferentes do
original.
Designado por Model 18 Twin Beech, o protótipo realizou
o primeiro voo em Janeiro de 1937. Depois dos ensaios, alterou a designação
para Beechcraft D-18S.
Imagem 3: C-45 |
A Marinha dos Estados Unidos (US Navy) também se
interessou pelo Twin Beech, encomendando aviões equivalentes aos Beechcraft
C-45 e AT-11 da USAAF, atribuindo-lhes as designações de Beechcraft SNB e
Beechcraft JRB, respectivamente.
A US Navy utilizou os Beechcraft até Julho de
1972 e a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), criada em Setembro de 1947,
utilizou os Beechcraft C-45 Expeditor e os Beechcraft AT-11 Kansan até 1976.
Estima-se que 90% dos navegadores americanos em
operações durante a II Guerra Mundial foram treinados nas versões militares do
Model 18 Twin Beech.
Percurso em Portugal:
a. Aviação
Naval
Em 1948 a Aviação Naval (AN)
adquiriu 6 Beechcraft AT-11 Kansan, que receberam a numeração de BC-1 a BC-6
(“BC” de Beechcraft). Ainda em 1948, a frota foi aumentada com mais 6
Beechcraft D18-S, a versão civil equivalente à variante naval Beechcraft SNB-5,
que foram numerados de BC-7 a BC-12, no seguimento dos anteriores.
Os Beechcraft AT-11 Kansan
destinaram-se ao treino de tiro e bombardeamento. Tinham o nariz envidraçado
para instalação do visor de bombardeamento e era possível instalar uma torre
dorsal de metralhadora.
Os Beechcraft D-18S foram
utilizados em transporte e no treino de pilotagem e navegação. Efectuaram
transportes de rotina e de altas individualidades aos Açores, Cabo Verde e
Guiné. O D18-S com a matrícula BC-12 procedeu a levantamentos fotográficos no
Arquipélago dos Açores em 1949.
Os aviões foram distribuídos
pelas Bases Navais do Montijo e de S. Jacinto.
Estavam totalmente pintados em
alumínio, ostentando a Cruz de Cristo, sem círculo branco, em ambos os lados
das asas. As cores nacionais, sem escudo, cobriam os lemes de direcção a toda a
altura, assim como uma pequena âncora preta, símbolo da AN, nos estabilizadores
verticais. As matrículas estavam pintadas a preto nos lados da fuselagem, perto
da cauda.
Os aviões baseados em S.
Jacinto apresentavam também uma andorinha preta, símbolo da Unidade militar, a meio da fuselagem.
Imagem 5 |
b. Força
Aérea
Com a criação da Força Aérea
Portuguesa (FAP) em 1952, os Beechcraft da AN foram transferidos para o seu
património, recebendo a numeração de 2501 a 2512. Embora tenham sido atribuídos
números de matrícula à totalidade dos Beechcraft recebidos da AN, é de admitir
que alguns tenham sido abatidos antes de 1952 não tendo, portanto, sido
incluídos no inventário da FAP.
Ainda em 1952, a FAP recebe
sete Beechcraft C-45 Expeditor, de construção canadiana, aos quais atribuiu a
numeração 2513 a 2519.
A partir de 1959 foram recebidos mais seis C-45 Expeditor, construídos no Canadá e cedidos pela Real Força Aérea Canadiana (RCAF), com a designação de Beechcraft Expeditor Mk IIIN. Receberam as matrículas 2520 a 2525.
A partir de 1959 foram recebidos mais seis C-45 Expeditor, construídos no Canadá e cedidos pela Real Força Aérea Canadiana (RCAF), com a designação de Beechcraft Expeditor Mk IIIN. Receberam as matrículas 2520 a 2525.
Os Beechcraft da FAP foram
colocados na Base Aérea N° 1 (BA1, Sintra), Base Aérea N° 2 (BA2, Ota), Base
Aérea N° 6 (BA6, Montijo), Base Aérea N° 7 (BA7, S. Jacinto) e Aeródromo-Base
N° 1 (AB1, Portela de Sacavém, Lisboa).
Depois de 1961, a BA9 (Luanda),
AB4 (Henrique de Carvalho) e o Aeródromo de Manobra do Luso operaram um
reduzido número de Expeditor.
A FAP utilizou os Beechcraft
na instrução de navegadores, treino de pilotos e em missões de transporte
ligeiro. O AB1 manteve, até cerca de 1974, um ou dois Beechcraft C-45 Expeditor
destacados na Ilha do Sal, Cabo Verde.
Imagem 6: Cortesia de http://digitalhangar.blogspot.pt |
Os Beechcraft transferidos da
AN mantiveram a pintura inteiramente em alumínio. Passaram a ostentar a Cruz de
Cristo, sobre círculo branco, na face superior da asa esquerda, na face inferior
da asa direita e nos lados da fuselagem, alternando com os números de
matrícula, pintados a preto. As cores nacionais, sem escudo, foram transpostas
para um rectângulo nos lados exteriores dos estabilizadores verticais,
encimados pelos algarismos pretos da matrícula.
Quanto aos 13 Beechcraft C-45
Expeditor recebidos directamente pela FAP, apresentavam-se em chapa de alumínio
polida com o dorso pintado a branco. Foram depois pintados em alumínio,
mantendo o dorso branco, segundo o esquema de pinturas da FAP, quando foram
submetidos a grandes inspecções nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico
(OGMA). O mesmo sucedeu aos oriundos da AN.
O Museu do Ar é detentor de
quatro Beechcraft: AT-11 Kansan número 2504 e C-45 Expeditor números 2513, 2515
e 2517.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo
Histórico da Força Aérea;
Imagens 2 e 3: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Imagens 4 e 5: © Carlos Pedro - Blog Altimagem;
Imagem 6: Cortesia de Paulo Alegria - Blog Digital Hangar;
Imagens 2 e 3: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Imagens 4 e 5: © Carlos Pedro - Blog Altimagem;
Imagem 6: Cortesia de Paulo Alegria - Blog Digital Hangar;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no
Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
2 comentários:
Foi num destes aviões que fiz o meu baptismo de voo em dois voos, ida e volta de fim de semana com o sub-comandante da Ota, em voos de Ota-Lisboa Portela e vice versa.
A versao era o Beechecraft C-45 EXPEDITOR.
Após esse baptismo e passados dois meses fui mobilizado para Angola, Henrique de Carvalho ex-AB4, onde também fui MMA de C45 e C47 entre outras aeronaves como o PV2, DO27 e T6...
Mais tarde e regressado de África, fui colocado na BA1, Sintra esquadra de fotografia aérea e reconhecimento de recursos, onde também havia um do tipo AT-11 Kansan, adaptado para fotografia.
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