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DE HAVILLAND DH-89 DRAGON RAPIDE
Quantidade:
1
Utilizadores:
Aeronáutica Militar e Força Aérea
Entrada
ao serviço: 1950
Data de abate: 1968
Dados técnicos:
a.
Tipo de Aeronave
Avião
bimotor terrestre, de trem de aterragem
convencional fixo, com roda de cauda, biplano, revestimento misto (asas em tela
e fuselagem em contraplacado), cabina integrada na fuselagem, destinado a
missões de transporte aéreo comercial. Tripulação: 1 (piloto).
b.
Construtor
De Havilland Aircraft Co. Ltd.
/ Grã-Bretanha.
c.
Motopropulsor
Motores:
2 motores De Havilland Gipsy Queen II, de 6 cilindros em linha, invertidos, arrefecidos por líquido, de 200 hp.
Hélices:
metálicos, de duas pás, de passo fixo .
d.
Dimensões
Envergadura
…………...........14,60 m
Comprimento…..…………....10,50
m
Altura………….……..………....3,12
m
Área
alar ……….…….............30,24 m²
e.
Pesos
Peso
vazio……………..…….1.453 kg
Peso
máximo………………..2.491 kg
f.
Performances
Velocidade
máxima …….......251 Km/h
Velocidade
de cruzeiro ….....227 Km/h
Tecto
de serviço …….....…5.100 m
Raio
de acção………....…….950 Km
g.
Armamento
Sem
armamento.
h.
Capacidade de transporte
6
a 10 passageiros.
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O De Havilland DH-89 Dragon Rapide é o resultado de uma
série de biplanos construídos pela firma britânica De Havilland Aircraft Co.
Ltd.. Os modelos DH-83 Fox Moth, DH-84 Dragon e DH-86 Dragon Express são
antecessores, dos quais o Dragon Rapide conservou o estilo da fuselagem.
Inicialmente designado por Dragon Six, o DH-89 Dragon
Rapide efectuou o primeiro voo em 17 de Abril de 1934, correspondendo às
especificações exigidas para o transporte aéreo comercial, com acomodação para
seis passageiros.
Em 1937 existiam 90 Dragon Rapide ao serviço de 30
companhias de transporte aéreo comercial espalhadas pelo mundo. A sua
fiabilidade e facilidade de manobra despertaram a atenção da Royal Air Force
(RAF), na altura interessada em adquirir um avião de reconhecimento costeiro,
ordenando a construção de um protótipo para fins militares, cujo primeiro voo
ocorreu em 1935. O De Havilland acabou preterido no confronto com o
concorrente, o Avro Anson.
Ainda em 1935, a RAF encomendou três aviões da versão
militar, tomando a designação de De Havilland DH-89 Dominie. Mais tarde, em
1939, adquiriu uma quantidade significativa destes aviões, em duas variantes: o
Dominie Mk I para fins de instrução e o Dominie Mk II para transporte geral.
A De Havilland manteve a produção dos Dragon Rapide
pelo menos até 1945.
Terminada a II Guerra Mundial, muitos dos Dominie foram
adquiridos por companhias de transporte aéreo comercial e reconvertidos para a
versão civil, retomando a designação de DH-89 Dragon Rapide.
A De Havilland vendeu os Dragon Rapide para vários países,
em diversas versões: os Dominie para os militares do Irão e da Lituânia, os
DH-89A e os DH-89B com skis e flutuadores para o Canadá, etc.
Durante a Guerra Civil de Espanha foram usados em
reconhecimento, transporte de tropas, ambulância, e até como bombardeiros, com
a adaptação de lança-bombas para quatro a doze bombas de 12 Kg.
A De Havilland construiu 521 DH-89 Dragon Rapide,
desconhecendo-se quantos foram construídos na versão DH-89 Dominie.
Percurso em Portugal:
a.
Aeronáutica Militar
O único De Havilland DH-89 Dragon Rapide existente
em Portugal foi comprado em 1950 à extinta Companhia de Transportes Aéreos
(CTA), onde voava com a matrícula civil CS-ADI.
Tratava-se de um DH-89 Dominie Mk I transformado
para transporte civil, construído em 1945 para a RAF, com o número de
construtor 6.899 e o número de série da RAF, NR 825.
Esta aquisição teve como
finalidade a substituição de um DH-84 Dragon Mk II da Aeronáutica Militar (AM),
destruído por acidente. Foi colocado na Base Aérea N° 1 (BA1), Sintra, onde se
encontravam os dois DH-84 Dragon Mk II restantes.
Mantendo o seu interior de avião comercial civil,
fui utilizado para transporte de entidades. Mais tarde foi adaptado para
missões de fotografia aérea vertical, passando o pessoal da BA1 a distingui-lo
dos outros Dragon pelos nomes de “Rapide” ou “Dragon da fotografia”. A AM
atribuiu-lhe o número 507.
Todo pintado em alumínio com as nacelles dos motores
em azul escuro, apresentava a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, nos
extra-dorsos das asas superiores e nos intradorsos das asas inferiores. A
bandeira nacional, com escudo, nos lados do leme de direcção, em forma
rectangular. O número de matrícula encontrava-se em ambos os lados da
fuselagem, a preto.
b.
Força Aérea
Com a criação da Força Aérea Portuguesa (FAP), em
1952, o De Havilland DH-89 Dragon Rapide é transferido para o novo Ramo, que
lhe atribuiu a matrícula 2307, mantendo a pintura que trouxe da AM.
Passou a ostentar a Cruz de Cristo, sobre círculo
branco, no extra-dorso da asa superior esquerda, no intradorso da asa inferior
direita e nos lados da fuselagem. As cores nacionais, sem escudo, foram
colocadas dentro de um rectângulo nos lados do estabilizador vertical. Os
números de matrícula, a preto, encontravam-se em ambos os lados das asas, alternando
com a insígnia e também sobre os rectângulos com as cores nacionais no
estabilizador vertical.
A FAP utilizou-os, quase exclusivamente, em missões
de fotografia aérea, sobretudo oblíqua, sendo retirado do serviço em 1968.
Faz parte do acervo do Museu do Ar.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo
Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século
XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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