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DE HAVILLAND DHC-1 CHIPMUNK
CHIPMUNK MK-20
CHIPMUNK MK-20
Quantidade:
76
Utilizadores:
Aeronáutica Militar e Força Aérea
Entrada
ao serviço: 1951
Data
de abate: Em serviço
Dados técnicos:
a.
Tipo de Aeronave
Avião
mono-motor terrestre, de trem de
aterragem convencional fixo, mono-plano
de asa baixa, revestimento metálico, bilugar, cabina fechada com cobertura
transparente, destinado a missões de instrução de pilotagem. Tripulação: 2
(piloto-instrutor e aluno-piloto).
b.
Construtor
De Havilland of Canada /
Canadá;
De Havilland Aircraft Co. Ltd.
/ Grã-Bretanha.
Sob
licença: OGMA - Oficinas Gerais de Material Aeronáutico / Portugal.
c.
Motopropulsor
Motor:
Versão original: 1 motor De Havilland Gipsy Major 8, de 4 cilindros em linha,
invertida (cabeça dos cilindros para baixo), arrefecidos por ar, de 145 hp;
Versão
MK20: 1 motor Continental, de 4 cilindros horizontais arrefecidos por ar, de
180 hp.
Hélice:
metálico, de duas pás, de passo fixo .
d.
Dimensões
Envergadura
………10,46 m
Altura………….…...2,13
m
Área
alar ……….…15,87 m²
e.
Pesos
Peso
vazio……………..647 kg
Peso
máximo…………..990 kg
f.
Performances
Velocidade
máxima ..287 Km/h
Veloc. de cruzeiro ....204 Km/h
Tecto
máximo... ……..4.820 m
Raio
de acção………...445 Km
Autonomia
máxima .......02h 30
g.
Armamento
Sem
armamento.
h.
Capacidade de transporte
Nenhuma.
Resumo histórico:
Em 1945, o avião biplano de instrução elementar
De Havilland DH-82 Tiger Moth, que equipava as escolas de pilotagem de quase
todo o mundo desde 1932, tornou-se obsoleto e tinha de ser substituído.
A firma inglesa De Havilland, assoberbada com o
estudo de aviões de alta velocidade, encarregou, em Agosto de 1945, a sua
subsidiária canadiana De Havilland of Canada (DHC), de projectar um novo avião
para substituir os Tiger Moth.
Este projecto, orientado pelo engenheiro polaco
Wseiwolod Jakimiuk, ficou pronto em Outubro de 1945, resultando o DHC-1
Chipmunk, que realizou o primeiro voo experimental em Maio de 1946. O sucesso
do novo avião levou à imediata autorização para a produção de 158 unidades.
Tratava-se de um avião mono-plano mono-motor, de
revestimento metálico, com os dois postos de pilotagem em tandem e cabina com
cobertura transparente.
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Em 1948, a Royal Air Force (RAF) decidiu dotar as
suas escolas de pilotagem com este novo avião, introduzindo pequenas
alterações. Desta forma, a De Havilland inglesa passou também a construí-lo,
sob a designação de DH Chipmunk T-10. Os primeiros dos 740 aviões construídos
começaram a ser entregues em 1950 e em breve eram usados em todas as escolas de
voo da RAF, onde se mantiveram activos até 1970, ano em que foram substituídos
por aviões mais modernos, sendo relegados para tarefas secundárias ou abatidos
ao efectivo.
Muitos países utilizaram o DHC-1 Chipmunk nas
suas escolas de pilotagem militares, bem como nos aero-clubes. A transportadora
aérea alemã Lufthansa utilizou os Chipmunk na sua escola de pilotagem até 1967,
altura em que transferiu a instrução para os Estados Unidos.
A De Havilland concedeu algumas autorizações de
fabrico, inclusive às Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), de
Portugal.
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Percurso em Portugal:
a. Aeronáutica
Militar
Tendo em vista a substituição
dos velhos DH-82 Tiger Moth, a Aeronáutica Militar (AM) adquiriu em 1951, 10
aviões DHC-1 Chipmunk construídos na Grã-Bretanha. Tinham os números de
construção C1-0250, C1-0261, C1-0280, C1-0286, C1-0292, C1-0298, C1-0299,
C1-0346, C1-0351 e C1-0365.
Por certo que foram das
primeiras aeronaves a receber a numeração segundo a remodelação de 1951, de
1301 a 1310. Se não foi rigorosamente assim, pelo menos nos primeiros meses de
1952 era esta a numeração atribuída, segundo fonte absolutamente segura.
Foram colocados na Base Aérea
N° 1 (BA1), Sintra.
Inteiramente pintados de
alumínio, com a parte superior da fuselagem à frente da cabina em preto
anti-reflexo, ostentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, em ambos os
lados das asas. As cores nacionais, sem escudo, num rectângulo no estabilizador
vertical.
Ainda que destinados à
instrução, eram usados em voos de ligação e treino de pilotos.
b. Força
Aérea
Em 1952, pouco tempo após a
sua chegada a Portugal, os DHC-1 Chipmunk foram absorvidos pela Força Aérea
Portuguesa (FAP).
É também em 1952 que as OGMA,
em Alverca, obtêm a licença de construção dos Chipmunk, dando início à produção
ainda nesse ano, que terminou em 1960, depois da construção de 66 unidades.
Mantiveram a pintura anterior,
passando a usar as insígnias de acordo com o padrão da FAP: a Cruz de Cristo,
sobre círculo branco, nos lados da fuselagem, no intradorso da asa direita e no
extra-dorso da asa esquerda. A bandeira nacional, sem escudo, no estabilizador
vertical. Os números de matrícula, pintados a preto nas asas, em posições
opostas à Cruz de Cristo e sobre a bandeira do estabilizador.
Em 1956 são reunidos em grande
número na então Base Aérea N° 5, em S. Jacinto, Aveiro, depois Base Aérea N° 7, na
Esquadra de Instrução Elementar de Pilotagem (EIEP), substituindo gradualmente
os Tiger Moth na instrução de pilotagem, tarefa que mantiveram sem interrupção
até 1989. Alguns ficaram na BA1 e uns poucos foram colocados no Aeródromo
Militar da Portela, Lisboa, para missões de ligação.
Os Chipmunk envolvidos na
instrução passaram a ostentar grandes faixas amarelas nas asas e na fuselagem,
junto à cauda.
Em 1964 alguns Chipmunk são
colocados na Base Aérea N° 2 (BA2), Ota, tendo em vista a instrução elementar
dos alunos da Academia Militar.
Em Setembro de 1970, os Chipmunk da BA2 e da BA7 são colocados na BA1.
Em Setembro de 1970, os Chipmunk da BA2 e da BA7 são colocados na BA1.
Imagem 5: Emblema da Esquadra 21 |
Imagem 6: Emblema da Esquadra 101 |
Em Outubro de 1974 todos os Chipmunk são definitivamente colocados na BA2, onde formaram a Esquadra 21. Em Outubro de 1976 passou a ser designada por Esquadra 101.
Entretanto, o seu visual foi
alterado. Abandonaram a pintura em alumínio e as faixas amarelas e passaram a
apresentar-se em cinzento (FS 16.473), mantendo a pintura a preto anti-reflexo
(FS 37.038) em frente da cabina de pilotagem, com o nariz, as pontas das asas e
o conjunto estabilizador da cauda – excepto o leme de direcção – em dayglo.
Em 1986 a FAP ainda utilizava 37 Chipmunk na instrução elementar de pilotagem. Por esta altura, foram vendidos cerca de cinco Chipmunk para o estrangeiro e cedidos dois aos aero-clubes dos Açores e de Angola.
A Esquadra 101 foi transferida
para a BA1 no início de 1989, passando a operar os recém chegados Aerospatiale
Epsilon, ao mesmo que a frota dos Chipmunk foi desactivada.
Dos cerca de 30 Chipmunk que a FAP dispunha em Março de 1989, são recuperados e entregues à Academia da Força Aérea (AFA), Sintra, sete unidades, para reboque de planadores, em 1997.
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A partir de 1997 passaram a ser designados por
Chipmumk MK20, ao serem submetidos a várias modificações: deixaram de usar os
motores originais, de cilindros em linha, sendo adaptados para usarem motores
Continental de 4 cilindros horizontais arrefecidos por ar, de 180 hp..
Receberam igualmente um novo bloco de travões, novo rádio, transponder e
derivas anti-vrille, além da pintura característica da AFA, com o seu respectivo brasão.
Ainda em 1989, um Chipmunk foi
oferecido ao Aeroclube da NATO, em Bruxelas, onde foi operado, mantendo o
esquema de pintura português.
Entre Janeiro e Março de 1993 foram entregues 20 Chipmunk a diversos aero-clubes: Aero Clube de Portugal (1345, 1360, 1366 e 1367), Aero Clube de Torres Vedras (1309, 1323, 1365 e 1373), Aero Clube da Costa Verde (1353 e 1369), Aero Clube de Viseu (1358 e 1375), Aero Clube de Coimbra (1340 e 1342), Aero Clube de Portimão (1317 e 1324), Aero Clube da Madeira (1304) e Aero Clube da Ilha Verde (1343).
Entre Janeiro e Março de 1993 foram entregues 20 Chipmunk a diversos aero-clubes: Aero Clube de Portugal (1345, 1360, 1366 e 1367), Aero Clube de Torres Vedras (1309, 1323, 1365 e 1373), Aero Clube da Costa Verde (1353 e 1369), Aero Clube de Viseu (1358 e 1375), Aero Clube de Coimbra (1340 e 1342), Aero Clube de Portimão (1317 e 1324), Aero Clube da Madeira (1304) e Aero Clube da Ilha Verde (1343).
Imagem 8: Distintivo da AFA |
Em 2013 a Academia da Força
Aérea ainda utiliza os Chipmunk nos voos de selecção dos candidatos e na
instrução elementar dos alunos dos cursos de pilotagem, no reboque de
planadores e, em boas condições meteorológicas, voo nocturno e por instrumentos.
Os Chipmunk da AFA retomaram o
visual antigo, inteiramente em alumínio e preto anti-reflexo em frente à
cabina, com as faixas amarelas nas asas e na fuselagem. Ao longo da fuselagem
têm a inscrição a preto “Academia da Força Aérea”. O leme de direcção apresenta
o brasão da AFA. A insígnia da fuselagem está sobreposta à faixa amarela.
O Museu do Ar é proprietário
dos Chipmunk números 1305 e 1376, que um dia serão os únicos representantes de
uma frota que durante mais de 60 anos formou mais de dois milhares de pilotos
da FAP.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagens 3, 4 e 7: © Carlos Pedro – Blog Altimagem;
Imagens 5, 6 e 8: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
Imagens 3, 4 e 7: © Carlos Pedro – Blog Altimagem;
Imagens 5, 6 e 8: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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