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30 dezembro 2013

Sikorsky UH-19A

Imagem 1

SIKORSKY UH-19A

Quantidade: 1
Utilizador: Força Aérea
Entrada ao serviço: Março de 1954
Data de abate: 1962


Dados técnicos:
a.       Tipo de Aeronave
Helicóptero mono-motor terrestre, de trem quadriciclo fixo, rotor principal de três pás, revestimento metálico, concebido para transporte militar. Tripulação: 2 (pilotos).
b.       Construtor
Sikorsky Aircraft Ltd. / USA.
Sob licença:          Westland Aircraft Ltd. / Grã-Bretanha;
                               SNCA du Sud-Est / França;
                               Mitsubishi Jukogyo KK / Japão.
c.       Motopropulsor
Motor: 1 motor Wright R-1300-3 Cyclone, de 7 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 800 hp.
Rotor principal: de três pás;
Rotor de cauda: de duas pás.
d.       Dimensões
Diâmetro do rotor principal ….…16,15 m
Diâmetro do rotor de cauda…..….2,64 m
Comprimento.................................12,88 m
Altura total………….………........….4,06 m
Área do círculo rotórico ……….198,24 m²
e.       Pesos
Peso vazio……………..…..…2.345 Kg
Peso máximo..........................3.538 Kg
f.        Performances
Velocidade máxima ……..…......................187 Km/h
Veloc. de cruzeiro a 65% da potência .....150 Km/h
Tecto de serviço …………..................….3.660 m
Raio de acção………………......................578 Km
g.       Armamento
Sem armamento.
h.       Capacidade de transporte
12 militares armados ou peso equivalente.


Imagem 2

Resumo histórico:
     O Sikorsky S-55 foi, sem dúvida, a primeira máquina voadora de asas rotativas que apresentou, dentro das limitações razoáveis, capacidade de utilização prática.
     Este helicóptero, que apareceu no final dos anos quarenta, era diferente de todos que até então tinham sido construídos. Para além dos dois tripulantes, podia transportar na sua larga fuselagem 12 passageiros ou 8 macas ou 2.267 Kg de carga. Normalmente equipado com um trem de aterragem quadriciclo fixo, podia operar na modalidade de anfíbio, com a adaptação de flutuadores. Utilizava um motor Pratt & Whitney Wasp de cilindros radiais com 600 hp de potência (o mesmo dos aviões T-6 Texan), instalado na secção dianteira da fuselagem.
     Embora o desenho deste helicóptero não fosse inovador, a sua performance residia na utilização de materiais muito leves e resistentes, à base de alumínio e magnésio. O depósito, com capacidade para 720 litros de combustível, conferia-lhe uma autonomia superior a qualquer outro helicóptero da época.
     O protótipo para utilização militar, designado YH-19, realizou o primeiro voo em 10 de Novembro de 1949.

     A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) considerou-o apto para missões militares dentro de um raio de 240 Km e fez uma encomenda de cinco exemplares.
     Depois de alguma expectativa, os Sikorsky S-55 começaram a ser produzidos em larga escala, recebendo diversas designações, conforme os utilizadores: Sikorsky H-19 e Sikorsky UH-19 para a USAF e US Army; Sikorsky HO4S para a US Navy; e Sikorsky HRS para o US Marine Corps. Estas versões usavam motores Wright de 800 hp, mais potentes que os iniciais. O raio de acção foi significativamente melhorado.

     Foram utilizados em grande número na Guerra da Coreia (1950-1953), celebrizando-se no resgate de muitos pilotos americanos abatidos em território inimigo, sendo conhecidos pelos “anjos da guarda”. A 3ª Esquadra de Salvamento Aéreo da USAF, equipada com Sikorsky H-19, recebeu mais de mil louvores, número nunca igualado por qualquer outra unidade da USAF.
     Um Sikorsky H-19 na versão anfíbia actuou em 1952 durante a Guerra da Coreia ao serviço da Central Intelligence Agency (CIA), efectuando missões clandestinas em território da Coreia do Norte, totalmente pintado a preto.

     Depois da Guerra da Coreia, coube a um Sikorsky HRS-2 a honra de ser o primeiro helicóptero a usar o heliporto do Pentágono, em 2 de Novembro de 1955; em 4 de Agosto de 1960 foi também um Sikorsky HRS que recolheu a cápsula espacial “Discover III” com os primeiros instrumentos que regressaram à Terra. Colaboraram igualmente com o programa espacial “Mercury”.

     Em 15 de Novembro de 1955 a fábrica britânica Westland Aircraft Ltd. adquiriu a licença de construção dos Sikorsky S-55. A produção iniciou-se de imediato sob a denominação local de Westland Whirlwind, acrescido das designações das variantes, como HAS, HAR, HCC, entre outras.      Os primeiros a ser produzidos foram entregues à Marinha Britânica em Novembro de 1952. Foram igualmente construídos, sob licença, em França e no Japão.

     Mais de quarenta países utilizaram as diversas versões militares dos Sikorsky S-55.
A fábrica Sikorsky produziu também a versão para uso civil. Em 8 de Julho de 1952 a New York Airways inaugurou um serviço de transporte de passageiros em Sikorsky S-55 entre os aeroportos nova-iorquinos de Idlewild, La Guardia e Newark. O exemplo foi seguido noutras cidades norte-americanas e em breve expandiu-se para a Europa, onde os Westland Whirlwind, na versão de transporte civil, fizeram a ligação aérea entre Bruxelas, Roterdão, Londres, Lille, Maastricht, etc.

     Dois Sikorsky S-55 foram os primeiros helicópteros a atravessar o Atlântico Norte. Descolaram de Westaver, Massachusetts, no dia 13 de Julho de 1952, com escalas no Maine, Labrador, Gronelândia e Islândia, aterrando em Prestwick, na Grã-Bretanha, no dia 31 desse mês, totalizando 42 horas e 25 minutos de voo. Os 1.700 Km entre Prestwick foram voados em 11 horas, sem escala.

     Em 1969 surgiu a versão Sikorsky S-55T, equipada com um motor de turbina Garret, que melhorou as performances e diminuiu o custo de operação. Os americanos seguiram o exemplo e equiparam o Westland Whirlwind com turbinas Rolls-Royce Gnome H-1000, de 1.050 hp.
    Ainda que pareça incrível, muitos Sikorsky S-55 ainda se mantinham operativos em 1990, executando missões duras, como o abastecimento a plataformas marítimas de extracção de petróleo, ambulância, táxi aéreo e muitas outras.


Percurso em Portugal:
     O primeiro helicóptero ao serviço da Força Aérea Portuguesa (FAP) foi um Sikorsky UH-19A, fornecido pelos Estados Unidos em Março de 1954. Recebeu o número 9101 da FAP e tinha o número de série da USAF 51-7139.
     Destinado a missões de busca e salvamento marítimo, foi colocado na Base Aérea N° 4 (BA4), Lajes, Açores, integrado na Esquadra de Busca e Salvamento, mais tarde designada por Esquadra 41.
Este novo meio aéreo veio completar as possibilidades de salvamento, tendo executado inúmeras missões. Neste âmbito, foi muito importante na protecção às pequenas embarcações de pesca do Arquipélago dos Açores.
     Em 4 de Outubro de 1959 sofreu um acidente que lhe provocou sérios danos. Nunca foi recuperado, sendo abatido ao efectivo em 1962. O conjunto da transmissão do rotor principal encontra-se no Museu do Ar.

     Encontrava-se totalmente pintado em alumínio, com uma faixa amarela marginada a preto em volta da fuselagem, característica das aeronaves de busca e salvamento. Os números de matrícula estavam pintados a preto nos lados do fuso da cauda. A Cruz de Cristo, sobre círculo branco, encontrava-se nos lados do corpo da fuselagem e no nariz. Ostentava o distintivo da BA4 nos lados da fuselagem, por baixo do pára-brisas.

     O Museu do Ar adquiriu ao Museu Belga, em Bruxelas, um helicóptero Sikorsky UH-19A, construído em 1958, com o número de construção 55-1297 e o número de série da USAF 57-5979.
     Esta aeronave foi também utilizada pela Força Aérea Italiana, onde recebeu a matrícula CS-10. Alguns investigadores atribuem-lhe a matrícula italiana MM57-5979, o que levanta suspeitas, dada a grande semelhança com a da USAF. Este helicóptero encontra-se em exposição no Museu do Ar, com a pintura e as insígnias aplicadas au UH-19 da FAP.


Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de  Richard Ferriere - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.

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