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LOCKHEED PV-2C HARPOON
LOCKHEED PV-2D HARPOON
LOCKHEED PV-2D HARPOON
Quantidade:
34
Utilizador:
Força Aérea
Entrada
ao serviço: 1 de Maio de 1954
Data
de abate: 1975
Dados técnicos:
a.
Tipo de Aeronave
Avião
bimotor terrestre, de trem de aterragem convencional retráctil, mono-plano de
asa média, de revestimento metálico, com
estabilizador vertical duplo, cabina integrada na fuselagem, destinado a
missões de luta naval. Tripulação: 5 (2 pilotos, navegador, mecânico e
radiotelegrafista-radarista).
b.
Construtor
Lockheed
Aircraft Corp. / USA.
c.
Motopropulsor
Motores:
2 motores Pratt & Whitney R-2800-31 Double Wasp, de 18 cilindros radiais em
dupla estrela, arrefecidos por ar, de 2.100 hp. Hélices: metálicos, de três
pás, de passo variável e posição de bandeira.
d.
Dimensões
Envergadura..
……23,03 m
Comprimento….....15,88
m
Altura………….….....5,02
m
Área
alar ……….....28,83 m²
e.
Pesos
Peso
vazio……………..…..9.154 Kg
Peso
máximo.....................14.840 Kg
f.
Performances
Velocidade
máxima ……..…....490 Km/h
Velocidade
de cruzeiro.............304 Km/h
Tecto
de serviço …………….8.000 m
Raio
de acção………………..3.500 Km
Raio
de acção com depósitos
suplementares
........................4.700 Km
g.
Armamento
5
metralhadoras de 12,7 mm fixas, no nariz do avião;
2
metralhadoras de 12,7 mm na torre dorsal móvel;
2
metralhadoras de 12,7 mm móveis numa posição ventral, junto à cauda;
8
foguetes de alta velocidade, de 5 polegadas, suspensos nas asas;
1.815
Kg de bombas no interior da fuselagem (bomb bay).
h.
Capacidade de transporte
Nenhuma
Resumo histórico:
Derivado do Lockheed PV-1 Ventura, o Lockheed
PV-2 Harpoon apresentou-se com maior poder de fogo, melhores performances e
maior raio de acção. Era um bimotor concebido pela Lockheed para a luta naval,
equipado com radar, transportando bombas ou cargas de profundidade no
compartimento situado no interior da fuselagem, oito foguetes sob as asas, e um
total de nove metralhadoras de 12,7 mm. (ver dados técnicos).
Começou a ser construído em 1943. Na Primavera de
1944 já se encontravam em acção no Pacífico, onde criaram grande impacto,
operando a partir de bases nas Ilhas Aleutas, Marianas, Midway, Johnston e
Guam. Celebrizaram-se nos ataques às posições japonesas nas Kurilas, missão a
que chamavam o “Expresso Imperial”.
A produção dos PV-2 Harpoon terminou em 1945, com
o final da II Guerra Mundial. Foram construídos 535 exemplares, dos quais 35 na
versão PV-2D Harpoon, equipados com cinco metralhadoras no nariz. Terminado o
conflito, estes aviões mantiveram-se activos durante vários anos em onze
unidades da Reserva Naval dos Estados Unidos.
No âmbito da ajuda militar do pós-guerra, levada
a cabo pelos americanos nos anos cinquenta, os Lockheed PV-2 Harpoon foram
distribuídos por França, Itália, Holanda, Peru, Portugal e pelo antigo inimigo
e sua principal vítima, o Japão.
Ainda que não tenha sido oficialmente mencionado,
a Marinha Francesa utilizou os PV-2 no Norte de África, quando da campanha do
Canal do Suez, em 1956.
O primeiro país que recebeu dos Estados Unidos os
Lockheed PV-2 Harpoon foi o Brasil, em Julho de 1944, ainda durante a Guerra,
dado que se encontrava de hostilidades declaradas com os países do Eixo,
competindo-lhe a segurança da zona Sul do Atlântico.
Curiosamente, o último país a utilizar o PV-2 Harpoon foi
Portugal.
Percurso em Portugal:
Os Estados Unidos forneceram a Portugal 31 aviões
Lockheed PV-2C Harpoon e 3 aviões Lockheed PV-2D Harpoon, excedentes da Marinha
dos Estados Unidos (US Navy), ao abrigo do Pacto de Assistência Mútua
estabelecido nos primeiros anos da década de cinquenta.
Depois das tripulações – quase na totalidade
constituídas por pessoal oriundo da extinta Aviação Naval – terem recebido a
adaptação ao avião nos Estados Unidos, os PV-2 começaram a chegar a Portugal em
1953. Os primeiros cinco chegaram a Portugal em 14 de Dezembro de 1953, sendo
oficialmente entregues à Força Aérea Portuguesa (FAP) em 1 de Maio de 1954. Os
restantes 29 foram recebidos entre 9 de Setembro de 1954 e 8 de Maio de 1957,
transportados em voo ferry dos Estados Unidos para Portugal, tripulados por
portugueses, ou através de transporte marítimo, conforme descrito mais à
frente.
Foram matriculados na FAP com os números 4601 a
4634. A correspondência entre os números da FAP e os números de construção,
indicados entre parêntesis, era a seguinte: 4601 (15-1158), 4602 (15-1237),
4603 (15-1407), 4604 (desconhecido), 4605 (15-1509), 4606 (15-1424), 4607 (15-1513),
4608 (desconhecido), 4609 (15-1383), 4610 (desconhecido), 4611 (15-1160), 4612
e 4613 (desconhecidos), 4614 (15-1278), 4615 (15-1466), 4616 (desconhecido), 4617
(15-1199), 4618 (15-1509), 4619 (15-1425), 4620 (15-1439), 4621 (15-1441), 4622
(15-1180), 4623 (15-1481), 4624 (15-1162), 4625 (15-12552), 4626 (15-1372),
4627 (15-1172), 4628 (15-1463), 4629 (15-1422), 4630 (15-1419), 4631 (15-1493),
4632 (15-1241), 4633 (15-1167) e
4634 (15-1215).
Os números 4604, 4607 e 4618 eram da versão
PV-2D, equipados com oito metralhadoras no nariz, em vez das cinco metralhadoras da versão
PV-2C.
Foram colocados na Base Aérea N° 6 (BA6),
Montijo. Os primeiros 18 formaram a Esquadra 61, cuja missão principal era a
luta anti-submarino. Em breve iniciaram a participação em exercícios aero-navais
da NATO.
Ainda decorria o ano de 1954 quando um destes
PV-2 se deslocou à Escócia, onde foi preparado para a instalação de equipamento
para operar com sono-bóias, indispensável para a detecção de submarinos. Os
restantes PV-2 receberam o mesmo equipamento, com a instalação do mesmo executada pelas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), em
Alverca.
O primeiro acidente de um PV-2 Harpoon aconteceu
em 25 de Abril de 1956, envolvendo o número 4613.
(continua)
Fontes (primeira parte):
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 3: Colecção Altimagem;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século
XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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