الجمهورية الجزائرية الديمقراطية الشعبية
Tigduda tamegdayt taɣerfant tažžayrit
République algérienne démocratique et populaire
República Democrática e Popular da Argélia
Localização:
África, Norte de África.
Magrebe árabe (parte mais ocidental do mundo árabe).
Magrebe árabe (parte mais ocidental do mundo árabe).
Origem / Pequeno resumo histórico:
A Argélia foi habitada pelos berberes a partir de
cerca de 10.000 a.C.. A partir de 1.000 a.C. os cartagineses passaram
a exercer influência sobre os berberes ao instalarem assentamentos ao longo da
costa.
Os primeiros reinos berberes começaram a surgir,
destacando-se o reino da Numídia. Aproveitaram a oportunidade oferecida
pelas guerras púnicas para se tornarem independentes de Cartago. A sua independência,
no entanto, não durou muito. Em 200 a.C. eles foram anexados por Roma,
então uma república. Com a queda do Império Romano do Ocidente, os
berberes tornaram-se independentes outra vez, retomando o controle da maior
parte do seu antigo território, com excepção de algumas zonas que foram
ocupadas pelos vândalos que, por sua vez, foram expulsos pelos bizantinos.
Com a sua vitória o Império Bizantino manteve, ainda que com
dificuldades, o domínio sobre a parte leste do país até à chegada dos Árabes, no Século
VIII.
A Argélia foi anexada ao Império Otomano por
Khair-ad-Don e seu irmão Aruj que estabeleceram as actuais fronteiras argelinas
ao norte e fizeram da costa uma importante base de corsários. As actividades
dos corsários atingiram seu pico por volta do Século XVII. Ataques
constantes a navios norte americanos no mediterrâneo resultaram na primeira e
segunda guerra berbere. Sob o pretexto de falta de respeito para com seu
cônsul, a França invade a Argélia em 1830. A forte resistência de
personalidades locais e da população dificultou a tarefa da França, que só
no Século XX obtém o completo controlo do país.
Mesmo antes da obtenção efectiva desse controlo, a França já
havia tornado a Argélia parte integrante de seu território, uma situação
que só acabaria com o colapso da Quarta República. Milhares de
colonizadores da França, Itália, Espanha e Malta mudaram-se para a Argélia
a fim de cultivarem as planícies costeiras e morar nas melhores partes das cidades
argelinas, beneficiando do confisco de terras populares realizado pelo governo
francês.
Pessoas de descendência europeia (conhecidos como pieds-noirs, ou pés
pretos), assim como judeus argelinos, eram considerados cidadãos
franceses, enquanto que a maioria da população muçulmana argelina não era coberta
pelas leis francesas, não tinha cidadania francesa e não tinha direito a voto.
A crise social chegou ao seu limite neste período, com índices de analfabetismo
subindo cada vez mais enquanto que a tomada de terras desapropriou boa parte da
população.
A Argélia é obrigada a enfrentar uma guerra prolongada de
libertação em virtude da resistência dos colonos franceses, que dominam as
melhores terras. Em 1947, a França estende a cidadania francesa aos
argelinos e permite o acesso dos muçulmanos aos postos governamentais, mas
os franceses da Argélia resistem a qualquer concessão aos nativos. Nesse mesmo
ano é fundada a Frente de Libertação Nacional (FLN), para organizar a luta
pela independência. Uma campanha de atentados anti-árabes (1950-1953)
desencadeada por colonos direitistas, tem como reacção da FLN uma onda de
atentados nas cidades e guerra de guerrilha no campo.
Em 1958,
rebeldes exilados fundam no Cairo um governo provisório republicano.
A intervenção de tropas de elite da metrópole (Legião Estrangeira e pára-quedistas)
amplia a guerra. Acções terroristas, tortura e deportações
caracterizam a acção militar da França. Os nacionalistas e oficiais ultra-direitistas
dão um golpe militar na Argélia em 1958.
No ano seguinte, o Presidente francês, Charles de Gaulle,
concede autodeterminação aos argelinos. Mas a guerra intensifica-se em 1961,
pela entrada em acção da organização terrorista de direita OAS
(Organização do Exército Secreto), comandada pelo general Salan, um dos
protagonistas do golpe de 1958. Ao terrorismo da OAS a FLN
responde com mais terrorismo. Nesse mesmo ano fracassam as negociações
franco-argelinas, por discordâncias em torno do aproveitamento do petróleo descoberto
em 1945.
Em 1962 é acertado o Armistício de Evian, com o
reconhecimento da independência argelina pela França em troca de garantias aos
franceses na Argélia. A República Popular Democrática da Argélia é proclamada
após eleições em que a FLN se apresenta como partido único. Ben Bella torna-se
presidente.
Com a saída dos franceses, após a independência, os cristãos
ficaram reduzidos a 1% da população, dos quais, 0,5% são estrangeiros. Foi
aprovado o Decreto 06-03, que restringe cultos não islâmicos e a minoria
cristã passou a ser perseguida. Apesar da legislação local tentar evitar medidas
extremas contra minorias religiosas, incidentes contra pregadores e padres são
constantes. Em Dezembro de 2009, uma igreja foi incendiada e seu pastor
ameaçado.
Cultura:
A Argélia conheceu um período de
esplendor cultural na época do Califado Almóada, nos Séculos XII
e XIII, que coincidiu com o apogeu da civilização andaluza. A influência
berbere se manifestou sobretudo no campo da literatura, em que se
destacaram os poetas al-Qalami (século XII) e Ibn al-Qafun.
Mais tarde continuou-se a
cultivar as ciências e os estudos de tecnologia, história e direito, até que,
com o início da colonização francesa, em 1830, a cultura
argelina se foi assimilando progressivamente à da metrópole. O árabe manteve-se como língua literária na obra de alguns autores nativos, como os
dramaturgos Ksentini e Mahiedine, além do poeta Mohamed al-Id, e ganhou novo
impulso depois da independência, embora o francês continuasse a ser amplamente
utilizado.
Actualmente, o árabe é a
língua principal. Cerca de 15% da população ainda fala a língua berbere;
estes habitantes vivem maioritariamente nas regiões do norte do país, mas
também incluem os tuaregues do Saara. O francês é
largamente falado, e cerca de 1% da população argelina é de descendência
europeia; antes da independência, os europeus representavam 10% da população.
A questão da língua é um problema
crucial na Argélia, devido à política de cultura árabe feita pelo Estado e
à resistência dos falantes da língua berbere e dos favoráveis ao uso
do francês. A língua berbere não possui o status de língua
oficial. Este lugar é ocupado pela língua árabe, já que o presidente Abdelaziz
Bouteflika negou tal status aos berbere em 2002, e novamente em Setembro
de 2005, o que causou grande revolta e um boicote por parte dos berberes
ao referendo pela paz e conciliação nacional, realizado em 29 de
Setembro de 2005.
Principais recursos naturais:
Petróleo, gás natural, minério de ferro, fosfato, urânio,
chumbo e zinco.
Datas comemorativas:
Dia da Independência - 5 de Julho (comemora o dia da independência, da França, em 1962).
Símbolos nacionais:
Bandeira Nacional;
Brasão de Armas;
Hino Nacional (Kassaman - "O Juramento");
Insígnia da Força Aérea da Argélia.
Insígnia da Força Aérea da Argélia.
Insígnia da Força Aérea da Argélia |
Lema:
بالشعب وللشعب (A revolução do povo e para o povo)
Capital: Línguas oficiais:
Argel Árabe, Francês e Línguas berberes
Moeda oficial: Tipo de Governo:
Dinar argelino República semi-presidencialista.
Data de entrada como membro da ONU:
8 de Outubro de 1962.
Organizações / Relações internacionais:
- ONU - Organização das Nações Unidas;
- UA - União Africana;
- LEA - Liga dos Estados Árabes;
- OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo;
- OIF - Organização Internacional da Francofonia;
- MNA - Movimento dos Países Não-Alinhados;
- OCI - Organização da Conferência Islâmica;
- FMA - Fundo Monetário Árabe;
- OIV - Organização Internacional da Vinha e do Vinho;
- UMA - União do Magrebe Árabe;
- Grupo dos 77 - Nações em desenvolvimento;
- IPU - União Inter-Parlamentar;
- ICDO - Organização Internacional de Protecção Civil;
- OPAEP - Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo;
- COI - Comité Olímpico Internacional;
- UIC - União Internacional dos Caminhos-de-Ferro;
- UPM - União para o Mediterrâneo;
- IHO - Organização Hidrográfica Internacional;
- INTERPOL - Organização Internacional de Polícia Criminal;
- MIGA - Agência Multilateral de Garantia de Investimentos;
- OIM - Organização Internacional para as Migrações;
- OMC - Organização Mundial do Comércio (membro observador);
- OPCW - Organização para a Proibição de Armas Químicas;
- PEV - Política Europeia de Vizinhança;
- WCO - Organização Mundial das Alfândegas;
- IRENA - Agência Internacional para as Energias Renováveis;
- IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais;
- ANWFZ - Tratado Africano para a Formação de uma Zona Livre de Armas Nucleares;
- UIHJ - União Internacional dos Oficiais de Justiça;
- UPM - União para o Mediterrâneo;
- RAMSAR - Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional;
- BAD - Banco Africano de Desenvolvimento;
- WIPO - Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
Património Mundial da UNESCO:
- Al Qal'a dos Beni Hammad (1980);
- Ruínas de Djémila (1982);
- Vale de M'Zab (1982);
Vale de M'Zab (UNESCO) |
- Sítio arqueológico de Tassili n'Ajjer (1982);
- Ruínas de Timgad (1982);
Património Oral e Imaterial da Humanidade (UNESCO):
- Ahellil de Gourara (2005) - O Ahellil é um género poético e musical usado pela população de língua berbere da região de Gourara, os Zenetes de Gourara, durante as suas cerimónias colectivas. Esta região do sudoeste da Argélia engloba cerca de cem oásis, povoados por mais de 50 mil habitantes de origem berbere, árabe e sudanesa. O Ahellil, específico da região de Gourara, de língua berbere, é executado regularmente em festas religiosas, peregrinações, casamentos e eventos comunitários.
Ahellil de Gourara (UNESCO) |
- Ritos e artesanato associados com a tradição e o traje do casamento de Tlemcen (2012) - O ritual de casamento de Tlemcen, no noroeste da Argélia começa em casa dos pais, onde a noiva está vestida com um vestido de seda dourada, o tecido tradicional, cercada por seus amigos e parentes do sexo feminino. As mulheres casadas vestem os seus próprios trajes de casamento.O rito simboliza a aliança entre famílias e a continuidade entre as gerações, enquanto o artesanato tem um papel importante na perpetuação da criatividade e identidade da comunidade de Tlemcen.
- Práticas e conhecimentos ligados à Imzad das comunidades tuaregues da Argélia, Mali e Níger (2013) - A música Imzad é uma característica das comunidades tuaregues e é realizado por mulheres, que utilizam um único instrumento curvo, de cordas, conhecido como o Imzad. O músico fica com o instrumento de joelhos e toca-o com um arco de madeira abobadado. O Imzad combina música e poesia e é frequentemente realizado em ocasiões cerimoniais em acampamentos tuaregues. O conhecimento da música Imzad é transmitida oralmente de acordo com os métodos tradicionais de observação e assimilação.
Instrumento da música Imzad (UNESCO) |
- Peregrinação anual ao mausoléu de Sidi Abd el-Qader Mohammed Ben (Sidi Cheikh) (2013) - Todos os anos, as comunidades sufis nómadas se empenham em empreender uma peregrinação ao mausoléu do místico muçulmano Sidi Abd el-Qader Mohammed Ben (Sidi Cheikh), localizado em El Cheikh Sidi Abiodh. Começando na última quinta-feira de Junho, três dias de rituais religiosos e eventos festivos seculares homenageam o fundador da fraternidade. A peregrinação renova laços e alianças seculares entre a irmandade Sufi e assegura a paz e a estabilidade entre as comunidades. As festividades seculares incluem esgrima, danças e competições equestres que envolvem mais de 300 representantes das diferentes comunidades. O conhecimento espiritual é aprendido e transmitido no seio das famílias, enquanto os mestres sufis transmitem os principais rituais e orações Sufi para os iniciados através do ensino formal.
- Cerimónias e Ritual Sebeiba no oásis argelino de Yanet (2014) - O ritual e as cerimónias de Sebeida são celebradas por duas comunidades localizadas no oásis de Yanet e têm lugar durante um período de 10 dias, no primeiro mês do calendário lunar islâmico. Durante os nove dias que dura a competição, denominada "Timulawin", os homens dançam e as mulheres cantam para conquistar o direito de representarem as suas comunidades. No décimo dia, os vencedores da competição executam o ritual e as cerimónias Sebeiba.
Cerimónias e Ritual Sebeiba (UNESCO) |
Fonte:
Wikipédia, a enciclopédia livre;
Cortesia de UNESCO - Património Imaterial da Humanidade
Cortesia de UNESCO - Património Imaterial da Humanidade