Imagem 1: F-16 da Força Aérea Portuguesa, 1996 |
GENERAL
DYNAMICS F-16 FIGHTING FALCON
LOCKHEED MARTIN F-16 OCU FIGHTING FALCON
LOCKHEED MARTIN F-16 MLU FIGHTING FALCON
Quantidades: F-16A OCU: 17 (convertidos para MLU)
F-16B OCU: 3 (convertidos para MLU)
F-16AM: 21
F-16BM: 4
Total: 45
F-16AM: 21
F-16BM: 4
Total: 45
Utilizador:
Força Aérea
Entrada
ao serviço: 18 de Julho de 1994
Data
de abate: Janeiro de 2011 (convertidos para MLU)
Início da entrada ao serviço na versão MLU: 1999
Início da entrada ao serviço na versão MLU: 1999
Dados técnicos:
a)
Tipo de Aeronave (Versão F-16 MLU)
Avião mono-reactor supersónico, de trem de aterragem
triciclo retráctil, mono-plano de asa média em flecha, revestimento metálico,
monolugar ou bilugar, cabina coberta por
canopy em bolha, concebido para missões diversificadas de combate, defesa aérea
e ataque.
Tripulação:
1 (piloto).
b)
Construtor
Inicial: General Dynamics
Corporation / USA;
Actual: Lockheed Martin Tactical
Aircraft Systems / USA.
Sob
licença: Consórcio Europeu (Bélgica,
Dinamarca, Noruega e Países Baixos);
Turquia;
Coreia do Sul.
c)
Motopropulsor
Motor: 1 motor Pratt & Whitney F-100-PW-220E, em
várias versões, com pós-combustão, de 10.800 Kgf de impulsão, ou General
Electric F-110, também em várias versões.
d)
Dimensões
Envergadura …………............9,45 m
Comprimento…..…………....15,03 m
Altura………….……………...5,09 m
Área alar ……….……............27,90 m²
e)
Pesos
Peso vazio……………..…….7.400 kg
Peso máximo Take-off…….16.100 kg
Peso máximo carga………….3.800 Kg
f)
Performances
Velocidade máxima até 30.000 pés ……..1.480 Km/h (800
Kt)
Acima de 30.000 pés…………………… 2.160 Km/h (Mach 2.05)
Velocidade de cruzeiro …………………….980 Km/h
Tecto de serviço ………………………..15.240 m
Raio de acção
normal.............................…1.450 Km
Raio de acção com depósitos auxiliares.......3.890 Km
Autonomia ……………………………........……03H00
Combustível...........................................,........7.160 lbs + 6.730 lbs
Combustível...........................................,........7.160 lbs + 6.730 lbs
g)
Armamento
1
canhão rotativo Vulcan de 20 mm;
5.638 Kg suspensos em seis estações sob as asas (3+3)
e duas nas pontas das asas (1+1), que podem utilizar diversos sistemas de
armas, como bombas, mísseis ou foguetes.
h)
Capacidade de transporte
Nenhuma.
Imagem 2 |
Resumo histórico:
O avião General
Dynamics F-16 Fighting Falcon tem a sua origem num concurso lançado pela Força
Aérea dos Estados Unidos (USAF) em 1972, para a construção de um caça diurno
ligeiro (LWF - Lightweight Fighter).
A General
Dynamics Corporation iniciou os estudos do F-16 em Fevereiro de 1972, competindo
com outros fabricantes, dos quais se destacava o Northrop YF-17. Deste estudo
resultou o mais popular e dos mais avançados aviões de combate da actualidade.
O primeiro
protótipo, denominado YF-16, iniciou os voos de experiência em 20 de Janeiro de
1974. A realização deste voo é indicada com datas diferentes pelos vários
autores do historial do F-16: para uns foi a 20 de Janeiro de 1974 e para
outros a 2 de Fevereiro de 1974.
Talvez a explicação destes desencontros resida no facto de o primeiro voo (20 de Janeiro) se ter realizado de forma imprevista. Durante os testes de rolagem a alta velocidade, o piloto de ensaios Phil Oesticher, ainda pouco familiarizado com as novas técnicas introduzidas na aeronave, de que se destacam a excessiva sensibilidade do controlo FBW (Fly-By-Wire) accionado por uma pequena alavanca (joy-stick) colocada lateralmente, e a elevada razão peso / impulso proporcionada pelo potente motor, levou-o a um voo não programado, como solução para evitar sérios danos no aparelho. No dia 2 de Fevereiro realizou, então, o primeiro voo programado.
Talvez a explicação destes desencontros resida no facto de o primeiro voo (20 de Janeiro) se ter realizado de forma imprevista. Durante os testes de rolagem a alta velocidade, o piloto de ensaios Phil Oesticher, ainda pouco familiarizado com as novas técnicas introduzidas na aeronave, de que se destacam a excessiva sensibilidade do controlo FBW (Fly-By-Wire) accionado por uma pequena alavanca (joy-stick) colocada lateralmente, e a elevada razão peso / impulso proporcionada pelo potente motor, levou-o a um voo não programado, como solução para evitar sérios danos no aparelho. No dia 2 de Fevereiro realizou, então, o primeiro voo programado.
O segundo
protótipo voou em 9 de Maio de 1974.
O ciclo de
ensaios e consequentes aperfeiçoamentos foram prosseguindo, até que, em 13 de
Janeiro de 1975, a USAF anuncia que o General Dynamics F-16 Fighting Falcon
tinha satisfeito todos os requisitos, tendo sido seleccionado para equipar as
suas unidades de combate.
Entretanto, os
requisitos iniciais para a construção do caça diurno de superioridade aérea
foram expandidos, dando-se igual ênfase à capacidade de ataque ao solo e também
para operar em todas as condições meteorológicas, utilizando equipamentos de
radar e de navegação adequados.
Em Julho de 1975
iniciou-se a construção de oito aviões de pré-produção para a USAF, dos quais
seis monolugares F-16A e dois bi-lugares F-16B.
A primeira
encomenda da USAF, de produção, previa o fornecimento de 650 unidades, que logo
foi aumentada para 1.388, dos quais 204 bi-lugares, tendo em vista a
modernização da Air Force Reserve e da Air National Guard.
O primeiro F-16A
de produção fez o voo de ensaio em 8 de Dezembro de 1976, e o primeiro F-16B em
8 de Agosto de 1977. A produção dos F-16 nos Estados Unidos envolveu 67
empresas e mais de 4.000 empresas sub-contratadas.
Este
extraordinário avião da nova geração despertou o interesse de vários países
europeus integrados na NATO. Em 7 de Junho de
1975, a Bélgica, a Dinamarca, a Noruega e os Países Baixos, que pretendiam
substituir os F-104 Starfighter, optaram pelos F-16, numa operação comercial
que ficou conhecida pelo “contrato do século” e que, desde logo, garantiu o
sucesso do projecto. A Turquia também optou por adquirir os F-16. Inerente ao
contrato estabelecido com a General Dynamics, os F-16 destinados a estes países
foram montados na Bélgica, Países Baixos e Turquia.
Até 1992 foram
construídos nos Estados Unidos 3.650 F-16 de todas as versões, sendo que 460
saíram das linhas de montagem instaladas na Bélgica, Países Baixos e Turquia.
Foi também instalada uma linha de montagem na Coreia do Sul.
Desde a entrada
em serviço, em finais de 1976, os F-16 Fighting Falcon, graças à sua imensa
versatilidade, têm sido sujeitos a inúmeras modificações e adaptações, das
quais têm resultado diversas variantes.
Imagem 3: F-16 da USAF sobrevoando o Iraque em 2008 |
De uma forma
muito resumida, as principais versões em produção, no início da década de
noventa, eram as seguintes:
- A-16 - Versão de ataque ao solo destinada ao USAF Tactical Air Command. Em 1990 / 1991, 146 F-16 foram convertidos nesta versão, embora se designem, igualmente, por F-16;
- F-16A - Foi a primeira versão de produção, para combate ar-ar e ar-solo. Entraram ao serviço da USAF em 6 de Janeiro de 1979, adquirindo o estatuto de operacionais em Outubro de 1980, tendo então adoptado o nome de Fighting Falcon. Operam também nas forças aéreas da Bélgica, Dinamarca, Egipto, Indonésia, Israel, Malásia, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Paquistão, Singapura, Tailândia e Venezuela. A produção para a USAF foi completada em Março de 1985, mas a General Dynamics continuou a produção para outros países;
- F-16 (ADF) - Em Outubro de 1986, a USAF estabeleceu um contrato com a General Dynamics para a transformação de 270 F-16A e F-16B em caças de defesa aérea (ADF - Air Defence Fighter), para substituírem os F-4 Phantom e F-106 Delta Dart, da Air National Guard;
- F-16B - É a variante bi-lugar do F-16A, com dois postos de pilotagem em tandem, conservando a capacidade de combate;
- F-16C / D - Versão com duas variantes: Monolugar (C) e bilugar (D). Esta versão resulta de um programa implementado em Fevereiro de 1980 pela USAF e intitulado Multinational Staged Improvement Programme (MSIP), com a finalidade de expandir a capacidade de combate dos F-16, incorporando sistemas de ataque ao solo e de intercepção aérea diurna e nocturna, em quaisquer condições meteorológicas. Cada fase de expansão constituiu um “bloco” de produção. A primeira fase do MSIP, iniciada em Novembro de 1981, constituiu na introdução do “bloco 15” em F-16A e F-16B, o que incluía a montagem da rede de integração e processamento de dados e as modificações estruturais necessárias à instalação de outros “blocos”. A segunda fase constituiu na aplicação do “bloco 25”, com novos aviónicos, novo painel de instrumentos e outras modificações, da qual resultaram os primeiros F-16C e F-16D Fighting Falcon, que começaram a ser produzidos a partir de Julho de 1984. A terceira fase foi dedicada à selecção de novos “blocos”. Em resumo, da aplicação do MSIP, os F-16C e F-16D ficaram aptos a executar quase todas as missões possíveis para o tipo de aeronave, bem como usar uma extensa gama de armamento com o máximo de eficiência. Os F-16D equipam os seguintes países: Bahrain, Coreia do Sul, Egipto, Estados Unidos, Israel, Grécia, Turquia e Singapura;
- F-16N / TF-16N - Versões seleccionadas pela US Navy em Janeiro de 1985, essencialmente para treino de combate em aviões supersónicos. Os F-16N são monolugares semelhantes aos F-16C “bloco 30”, assim como os TF-16N são bil-ugares tal como os F-16D. Foram fornecidos 26 entre 1987 e 1988. Alguns destes aviões foram utilizados como “aviões agressores”, simulando os soviéticos MIG-23 e MIG-29;
- F-16 Agile Falcon - É a proposta para a sucessão dos F-16C/D, com asas em material compósito, mais leve, aerodinâmica refinada, aviónicos actualizados e motores de melhor rendimento. Foi apresentado aos países europeus da NATO, operadores de F-16A e F-16B. A Turquia demonstrou interesse em participar no programa.
Outras versões
têm sido produzidas em quantidades reduzidas: os F-16 Recce para
reconhecimento; os AFTI/F-16, essencialmente F-16A adaptados para experiências
de novas tecnologias (AFTI - Advanced Fighter Technology Integration); os
F-16XL, protótipos encomendados pela NASA, etc, etc.
Até Abril de 2012 tinham sido produzidos nos Estados Unidos e nas várias fábricas espalhadas pelo mundo, 4.500 F-16, nas variadas versões conhecidas.
Até Abril de 2012 tinham sido produzidos nos Estados Unidos e nas várias fábricas espalhadas pelo mundo, 4.500 F-16, nas variadas versões conhecidas.
(continua)
Fontes (primeira parte):
Imagem 1: © Carlos Pedro - Blog Altimagem
Imagens 2 e 3: Cortesia de Wikipedia, a enciclopédia livre;
Imagens 2 e 3: Cortesia de Wikipedia, a enciclopédia livre;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no
Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.