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24 março 2015

Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Graves Violações de Direitos Humanos e pela Dignidade das Vítimas


Mural com a imagem de Monsenhor Óscar Romero, localizado no Edifício Histórico da Faculdade de Jurisprudência e Ciências Sociais da Universidade de El Salvador. Autores: Giobanny Ascencio y Raul Lemus- Grupo Cinteupiltzin CENAR El Salvador, 1991.


O Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Graves Violações de Direitos Humanos e pela Dignidade das Vítimas é celebrado todos os anos no dia 24 de Março.


Origem e História:
     O Arcebispo de San Salvador e defensor dos direitos humanos, Monsenhor Óscar Romero, foi assassinado quando celebrava a missa, em 24 de Março 1980, por um atirador de elite do exército salvadorenho, treinado nas Escola das Américas. A sua morte provocou uma onda de protestos em todo o mundo e pressões internacionais por reformas em El Salvador.
     Todos os anos a comunidade internacional homenageia o seu legado através do Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Graves Violações de Direitos Humanos e pela Dignidade das Vítimas. Os eventos relacionados com a comemoração deste dia desafiam a tentativa dos assassinos de silenciar os gritos de justiça e reforçar a importância de que qualquer cidadão se deve firmar e lutar pelas liberdades fundamentais.

     Em 2010 a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 24 de Março como o Dia Internacional pelo Direito à Verdade acerca das Graves Violações dos Direitos Humanos e à Dignidade das Vítimas em reconhecimento pela actuação de Dom Romero em defesa dos direitos humanos.
     Este dia é também dedicado a homenagear a memória de todas as vítimas de violações de direitos humanos e para apoiar todos aqueles que promovem e protegem os direitos humanos.
     O direito à verdade é individual e colectivo. Cada vítima tem o direito de saber a verdade sobre o que lhe aconteceu e sobre como as violações o/a afecta. Informar mais a sociedade sobre as liberdades fundamentais e como estas são violadas é uma salvaguarda vital contra os abusos recorrentes.
     As Nações Unidas apoiam uma série de esforços para descobrir os factos sobre graves violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional e promover a justiça, propor soluções e recomendar reformas nas instituições abusivas.

     Décadas depois do seu martírio nas mãos dos Esquadrões da Morte, a mensagem de Monsenhor Óscar Romero continua actual, e a sua vida é um exemplo para as novas gerações. O governo de Maurício Funes, o primeiro governo de esquerda eleito em El Salvador, elegeu-o como o guia espiritual da nação.


Frases de Óscar Romero: 
Se me matarem, ressuscitarei na vida do meu povo.”

"Se Denuncio e condeno as injustiças é porque é minha obrigação como pastor de um povo oprimido e humilhado."

"Muitos querem que o pobre sempre diga que é "vontade de Deus" viver pobre. Não é vontade de Deus que uns tenham tudo e outros não tenham nada."

"Não me considerem nem juiz, nem inimigo. Sou simplesmente o pastor, o irmão, o amigo desse povo que sabe dos seus sofrimentos, da sua fome, das suas angústias; e em nome dessas vozes, eu levanto a minha voz para dizer: não idolatrem as suas riquezas, não as salvem deixando morrer de fome os demais", disse Romero à oligarquia de El Salvador, na homilia do dia 6 de Janeiro de 1980, dois meses antes de morrer.

     Em 2010, a Assembleia Legislativa de El salvador declarou o dia 24 de Março de cada ano como "Día Nacional de Monseñor Oscar Arnulfo Romero Galdámez". Nesse mesmo ano, a Assembleia das Nações Unidas proclamou do dia 24 de Março como "Dia Internacional pelo Direito à Verdade acerca das Graves Violações dos Direitos Humanos e à Dignidade das Vítimas", como homenagem ao trabalho pastoral de Dom Romero.

"A mensagem revolucionária do povo, o grito de libertação do nosso povo é um clamor que sobe até Deus e que ninguém mais pode deter", assegurou Óscar Romero na América, no dia 27 de Janeiro de 1980.

Quadro de artista salvadorenho mostra a veneração pelo bispo naquele país


A Beatificação:
     Em Fevereiro de 2015 o Papa Francisco aprovou o decreto para a beatificação do arcebispo salvadorenho Óscar Arnulfo Romero, religioso da Teologia da Libertação que se rebelou contra as injustiças da dura guerra civil que seu país enfrentou entre 1980 e 1992. O conflito deixou um triste saldo de 75 mil mortos e 1,5 milhão de refugiados. Na época El Salvador contava com cerca de 5 milhões de habitantes. 
     Os presidentes norte-americanos Jimmy Carter, Ronald Reagan e George Bush pai apoiaram o governo salvadorenho e forças paramilitares com US$ 7 biliões no período de dez anos.

     A beatificação de Romero deve acontecer no final de 2015 durante uma missa em San Salvador, capital de El Salvador. O processo estava parado há 21 anos, os Papas João Paulo II (1978-2005) e Bento XVI (2005-2013) não simpatizavam com a Teologia da Libertação. Com a eleição do Papa Francisco (2013), o processo foi acelerado.
     A Teologia da Libertação, seguida por Romero, nasceu na América Latina na década de 1960 com o objectivo, a grosso modo, de inserir a busca por justiça social como parte da prática religiosa e, sobretudo, incentivar uma maior consciência ética nos fiéis.

Fonte:
Wikipedia, a enciclopédia livre.