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08 abril 2015

Irão

جمهوری اسلامی ایران
(Jomhuri-ye Eslami-ye Iran)

República Islâmica do Irão




Bandeira
Brasão de Armas





















Localização:
Ásia, Sudoeste Asiático, Médio Oriente, Golfo Pérsico, Cáucaso.


Origem / Pequeno resumo histórico:
Etimologia - O nome Irão (em persa: ایران) do persa moderno deriva do termo proto-iraniano Aryānā, que significa "terra dos arianos", palavra registada pela primeira vez no Avesta da tradição do zoroastrismo. O termo Ērān foi encontrado em referência ao Irão numa inscrição Sassânida do Século III e numa inscrição Parta onde o termo aryān é usado em referência aos iranianos.

História – O território actualmente ocupado pelo Irão é habitado desde os tempos pré-históricos. A história escrita da Pérsia tem início cerca de 3.200 a.C. com a cultura proto-elamita e com a posterior chegada dos arianos e a formação dos sucessivos Impérios Medo e Aquemênida.
     Por volta de 1.500 a.C. fixaram-se no planalto iraniano várias tribos arianas, das quais se destacavam os Medos e os Persas. Os Medas fixaram-se no noroeste onde fundaram um reino. Os Persas estabeleceram-se no sudoeste.
     Os Medos foram submetidos pelos Citas em 653 a.C., mas conseguiram libertar-se e alargaram a sua influência aos Persas. Em 555 a.C. Ciro, Rei da Pérsia, iniciou uma revolta contra Astíages, Rei dos Medos, vencendo-o e reunindo sob sua soberania a Pérsia e Medo.

Estandarte de Ciro, o Grande, Império Aqueménida.

     Ciro, primeiro rei aqueménida, iniciou uma política expansionista, que seria seguida pelos seus sucessores, Cambises II e Dario I. Como resultado destas conquistas, o Império Aqueménida compreendia uma vasta área que ia do Vale do Indo ao Mar Negro, incluindo a Palestina e o Egipto.
     Alexandre, o Grande, conquistou a Pérsia em 331 a.C., acrescentado-a ao seu império. Após a sua morte, o seu império seria dividido entre os seus generais. Um destes generais, Seleuco, ficaria com a Babilónia e a Pérsia, dando início ao Reino selêucida. A partir de 250 a.C., o domínio selêucida começou a ser rejeitado na parte oriental do Irão, onde nasce o reino dos Partos Arsácidas.

     O Império Arsácida era menor que o Império Aqueménida, estendendo-se desde o actual Afeganistão até ao rio Eufrates, controlando as rotas comerciais entre a Índia e o Ocidente. Os Partos terão como inimigos, a ocidente, o Império Romano, que tentaria em vão conquistar o seu território.
     Em 224 a dinastia arsácida foi derrubada por Ardashir I, um rei vassalo que fundou a dinastia sassânida.
     A conquista da Pérsia pelos árabes entre 641 e 651 levaria à sua integração como província, primeiro do califado omíada e a partir de 750 do califado abássida. Do ponto de vista religioso, o zoroastrismo seria gradualmente substituído pelo islão. No entanto, culturalmente, verificou-se um intercâmbio entre a cultura árabe e a cultura persa, que se detecta, por exemplo, na adopção pelo califado abássida da organização administrativa sassânida e dos costumes persas. No Século X regista-se mesmo um renascimento da literatura persa.

Esfinge alada do Palácio de Dario, o Grande,
em Susa (actualmente no Museu do Louvre, Paris)

     Durante a Idade Média a Pérsia foi invadida pelos mongóis, a que se seguiu o reinado de Tamerlão. Pouco a pouco, o país passou a ser uma arena para potências coloniais rivais como os impérios russo e britânico.
     Em 1979 ocorreu a Revolução Islâmica, na qual as diversas correntes de oposição ao Xá Mahammad Reza Phalavi (esquerdistas, liberais e muçulmanos tradicionalistas) uniram-se sob a liderança do aiatola Ruhollah Khomeini, exilado na França. O governo não conseguiu controlar a insurreição. Em Janeiro de 1979 o xá Reza Pahlevi fugiu do país.
     O poder foi transferido para o primeiro-ministro Shapur Bakhtiar. As Forças Armadas aderiram aos revoltosos. Khomeini regressou triunfalmente a Teerão em 1 de Fevereiro de 1979 e, dez dias depois, assumiu o poder, com a renúncia e fuga de Bakhtiar.
     Em 1 de Abril de 1979 o Irão foi declarado oficialmente uma república islâmica, cuja autoridade suprema é um chefe religioso (o próprio Khomeini). Para a chefia executiva do governo, em Janeiro de 1980 foi eleito um presidente da República, Abolhasan Bani-Sadr, um dos líderes da oposição laica ao governo do xá. Os chefes da polícia política do xá (a Savak) foram executados.

Vista panorâmica de Naqsh-e Rostam. Este sítio arqueológico contém as
sepulturas de quatro Reis Aqueménidas.


Cultura:
     O Irão tem uma longa história nos domínios da arte, música, arquitectura, poesia, filosofia e ideologia. Em épocas mais antigas a cultura iraniana possuiu grande predominância no Médio Oriente, de tal forma que o persa era considerado a língua da intelectualidade durante a maior parte do segundo milénio d.C.

Literatura - A literatura persa desenvolveu-se a partir do Século IX, nas cortes das dinastias locais que resultaram da decadência do califado abássida. A poesia tem sido a forma dominante desta literatura. Considera-se como o primeiro grande poeta persa, Rudaki (859-941), figura que esteve ao serviço da corte dos Samânidas. Rudaki foi seguido por nomes como Firdausi (940-1020), autor do épico Shahnameh e Omar Khayyam, astrónomo e matemático que foi o autor da colectânea de poesia Rubaiyat. Antes da sua entrada em decadência, a partir do Século XV, a literatura persa ficou marcada pela obra de poetas místicos como Rumi, Saadi e Hafiz.

Cinema - A sétima arte chegou ao Irão em 1900, cinco anos depois da sua invenção. Neste ano, Mirza Ebrahim Khan Akkas Bashi, fotógrafo oficial da corte do xá Mozzafar al-Din, considerado como o primeiro realizador iraniano, acompanhou uma visita do xá à Europa. Em Paris, Akkas Bashi comprou uma câmara que utilizou para filmar a visita do seu soberano à Bélgica. A primeira sala de cinema no Irão surgiu 1905 em Teerão.
     Em 1969 foi lançado o filme “A Vaca”, considerado precursor do cinema iraniano actual. Em 1994, Abbas Kiarostami lançou o filme "Através das Oliveiras", aclamado em festivais internacionais. Em 1995 o realizador Jafar Panahi lançou o filme "O Balão Branco".
     Depois de premiado no Festival de Cannes, com "Gosto de Cereja", em 1997, de Abbas Kiarostami, o cinema iraniano tem sido descoberto e muito aplaudido pela crítica. Porém, com a forte censura existente no país, vários filmes de arte, que popularizaram o cinema do Irão, nos debates cinéfilos e intelectuais, têm sido proibidos. Filmes comercias, mais baratos, sem destaque e sem importância cinematográfica, substituíram os filmes de arte que popularizam o país no mundo cinematográfico. Vários cineastas do país têm fugido da censura e de organizações terroristas e fundamentalistas islâmicas, como o Talibã, considerado responsável por um atentado fracassado contra o cineasta Mohsen Makhmalbaf.
     Outros nomes de destaque são Mohsen Makhmalbaf, Samira Makhmalbaf, Mani Haghigh, Jafar Panahi, Asghar Farhadi Majid Majid, entre outros. Entre os principais filmes iranianos actuais estão: "Um Instante de Inocência", "O Ciclista", "O Silêncio", "Gosto de Cereja", "Gabbeh", "Filhos do Paraíso", "O Círculo", "Close-up" e "A Cor do Paraíso".

Culinária - Quase todas as refeições iranianas incluem o pão (nun) ou o arroz (berenj). O arroz simples cozido tem o nome de chelo; quando cozido com outros ingredientes, como frutos secos ou carnes, tem o nome de pollo. O açafrão é muito utilizado para dar cor e sabor ao arroz. O arroz é acompanhado por carnes. As mais consumidas são a de ovelha e carneiro; o porco não é consumido devido à religião islâmica.
     Os iranianos preferem o chá ao café. Acompanhando o serviço de chá encontram-se cubos de açúcar (ghand); o costume iraniano manda pegar num cubo, passá-lo pela chávena de chá e depois colocá-lo na boca, junto aos dentes da frente para que se dissolva à medida que o chá vai sendo bebido. O café no Irão é consumido forte, sem leite e com bastante açúcar.

Desporto - O desporto tradicional do Irão é o varzesh-e pahlavani (o que significa "desporto dos heróis" ou "desporto dos campeões"), uma arte marcial que remonta provavelmente à época da dinastia dos Partos. Mistura elementos do culturismo e da luta e é praticado num edifício conhecido como zoorkhaneh. Os exercícios são conduzidos pelo morshed, homem que canta versos de poesia. Trata-se de um desporto que atribui grande importância a valores como a bravura e a caridade.
     Os atletas iranianos participaram pela primeira vez nos Jogos Olímpicos em 1948. O país ganhou a sua primeira medalha olímpica nos Jogos Olímpicos de 1952, em Helsinquia, com Gholamreza Takhti, vencedor da medalha de prata na luta. Este atleta venceu ainda uma medalha de ouro em 1956 e de prata em 1960. Em 1956 o país fez a sua estreia nos Jogos Olímpicos de Inverno.
     Hossein Rezazadeh é actualmente o detentor do recorde do mundo de halterofilismo na categoria de mais de 105 kg, tendo sido o primeiro iraniano a ganhar duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos.
     Após a Revolução Islâmica de 1979, o desporto foi negligenciado, tendo as mulheres sido proibidas de participar como atletas em eventos desportivos. A situação agravou-se com a guerra com o Iraque dos anos 80. Contudo, desde a década de 90, o desporto tem sido valorizado, tendo as mulheres voltado a participar.
     O futebol é hoje o desporto mais popular entre os iranianos. A equipa de futebol nacional ("Melli") consagrou-se como vencedora do Campeonato da Ásia de 1968, 1974 e 1976. O Irão fez a sua estreia no Campeonato do Mundo de Futebol em 1978.
     O voleibol vem ganhando cada vez mais força no cenário mundial, acompanhado por muitos adeptos dentro do país. A Selecção Iraniana de Voleibol Masculino é a actual campeã do Campeonato Asiático de Voleibol Masculino e chegou à meia-final da Liga Mundial de Voleibol em 2014, a sua melhor marca.

O leopardo persa ou leopardo iraniano,, espécie nativa do norte do Irão,
Turquia oriental, montanhas do Caucaso, Turquemenistão e Afeganistão,
que se encontra em perigo de extinção.


Principais recursos naturais:
Petróleo, gás natural, carvão, crómio, cobre, minério de ferro, manganés, chumbo, zinco e enxofre.


Datas comemorativas:
Dia Nacional - 11 de Fevereiro - Celebra a vitória da Revolução Iraniana e a queda da Monarquia, em 1979.



Dia da República - 1 de Abril - Celebra a data da constituição da República Islâmica, em 1979.




Símbolos nacionais:
Bandeira Nacional;
Brasão de Armas;
Hino Nacional - "Sorood-e Melli-e Jomhoori-e Eslami-e Iran";
Insígnia da Força Aérea Iraniana.

Insígnia da Força Aérea Iraniana


Lema:
Esteqlāl, āzādī, jomhūrī-ye eslāmī  (Persa: "Independência, Liberdade, (a) República Islâmica")


Teerão, capital do Irão


Capital:                                                                       Língua oficial:
Teerão                                                                        Persa


Torre Azadi ou Torre da Liberdade, símbolo de Teerão.


Moeda oficial:                                                             Tipo de Governo:
Rial iraniano (IRR)                                                      República Islâmica


Data de admissão como membro da ONU (Organização das Nações Unidas):
24 de Outubro de 1945.


Organizações / Relações internacionais:

  • ONU - Organização das Nações Unidas;
  • AALCO - Associação Jurídica Consultiva Afro-Asiática;
  • COI - Comité Olímpico Internacional;
  • FMI - Fundo Monetário Internacional;
  • Grupo dos 77 - Nações em desenvolvimento;
  • IHO - Organização Hidrográfica Internacional;
  • INTERPOL - Organização Internacional de Polícia Criminal;
  • IPU - União Inter-Parlamentar;
  • IRENA – Agência Internacional para as Energias Renováveis;
  • IRU - União Internacional de Transportes Rodoviários;
  • IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais;
  • MIGA - Agência Multilateral de Garantia de Investimentos;
  • MNA - Movimento dos Países Não-Alinhados;
  • OCE - Organização de Cooperação Económica;
  • OCI - Organização da Conferência Islâmica;
  • OCX - Organização para Cooperação de Xangai (observador);
  • OIM - Organização Internacional para as Migrações;
  • OMC - Organização Mundial do Comércio (observador);
  • OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo;
  • OPCW - Organização para a Proibição de Armas Químicas;
  • PCA - Tribunal Permanente de Arbitragem;
  • RAMSAR - Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional;
  • SAARC - Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional (observador);
  • UIC - União Internacional dos Caminhos-de-Ferro;
  • UNIDROIT - Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado;
  • WCO - Organização Mundial das Alfândegas;
  • OMPI - Organização Mundial da Propriedade Intelectual.



Património Mundial (UNESCO):

  • Tchogha Zanbil, cidade sagrada do Reino de Bam (1.250 a.C.) (1979);


Tchogha Zanbil (UNESCO)


  • Ruínas da cidade de Persépolis, capital do Império Aqueménida (1979);


Vista parcial das ruínas da cidade de Persépolis (UNESCO)


  • Meidan Emam, Esfahan (1979);



Vista da Praça de Naqsh-e Jahan (Meidan Emam, Esfahan), (UNESCO),
uma das maiores Praças do mundo.


  • Sítio arqueológico de Takht-e Soleiman (2003);
  • Ruínas de Pasárgada, primeira capital da Pérsia Aqueménida (2004);

Túmulo do Rei Ciro, em Pasárgada (UNESCO)


  • Cidade de Bam e sua Paisagem Cultural (2004);


Cidade de Bam (UNESCO)


  • Soltaniyeh (2005);
  • Inscrições de Behistun (2006);

Inscrições de Behistun (UNESCO)


  • Conjuntos Monásticos Arménios no Irão (2008);
  • Sistema Hidráulico Histórico de Shushtar (2009);

Sistema Hidráulico Histórico de Shushtar (UNESCO)


  • Conjunto do Bazar Histórico de Tabriz (2010);


Uma das ruas do bazar de Tabriz (UNESCO)


  • Conjunto do Khānegāh e do Santuário do Xeque Safi al-Din em Ardabil (2010);
  • Jardim persa (2011);
  • Gonbad-e Qābus (2012);
  • Masjed-e Jāme’ de Isfahan (2012);
  • Palácio do Golestan (2013);

Palácio de Golestan (UNESCO)


  • Shahr-i Sokhta (2014).


Património Cultural e Imaterial da Humanidade (UNESCO):

  • O Radif da música iraniana (2009);
  • O Novruz, Nowrouz, Nooruz, Navruz, Nauroz e Nevruz (2009) - Partilhado com 6 países;
  • O ta‘zīye, um ritual de arte dramática (2010);
  • A tradição da tecelagem de tapetes de Fars (2010);
  • A tradição da tecelagem de tapetes de Kashan (2010);
  • A música dos Bajshís de Jorasán (2010);
  • Os rituais de Pahlevaníes e de Zurjané (2010);
  • A tradição da construção e pilotagem dos barcos Lenjes iranianos do Golfo Pérsico (2010);
  • O Naqqāli, representação dramática do teatro iraniano (2011) - Requer medidas urgentes de salvaguarda;
  • Rituais da lavagem de tapetes de Mašhad-e Ardehāl, em Kashán (2012).

Fonte:
Wikipedia, a enciclopédia livre.